ROCK IN RIO: “Moonlight, Moonlight!”, Corinne Bailey Rae emociona fãs antigos (e novos) no Palco Sunset!

Em noite de uma linda lua cheia, a cantora inglesa Corinne Bailey Rae fez um show curto, porém, emocionante e arrebatador, no Palco Sunset do Rock In Rio, no quarto dia do festival.

PALCO SUNSET – ROCK IN RIO – 8 DE SETEMBRO DE 2022
TEXTO: PAULO SCHWINN
FOTOS: MICHAEL MENESES

Antes de aterrissar na Cidade do Rock, Corinne havia se apresentado em Curitiba/PR (01/09), Belo Horizonte/MG (03/09, leia aqui) e São Paulo/SP (05/09). Acompanhada de sua enxuta, porém coesa e tecnicamente perfeita banda formada por John McCallum (guitarra), Mikey Wilson (bateria) e Steve Brown (marido de Corinne, teclados e baixo no pedalboard), além da própria Corinne no violão em algumas canções. A intérprete foi a última a adentrar o Palco Sunset. Com a banda já tocando a introdução, Corinne surge vestida toda de branco com brilhantes, mandando um “boa noite” cheio de simpatia, agradecendo a presença de todos na apresentação que fechou sua turnê brasileira. Em seguida, Corinne apresenta a primeira canção, “Been to the moon”, do álbum “The Heart Speaks In Whispers” (2016). Coincidência ou não, outro espetáculo presenteava o Rock in Rio, naquela noite: uma linda lua cheia que poderia fazer a artista mudar o título de sua turnê “Sunlight, Sunlight!” para “Moonlight, Moonlight!”.

O clima da apresentação é intimista e romântico e a competência da banda torna tudo mais fácil. Ora pop, ora jazz, ora até mesmo rock, tudo flui bem. Para fechar esse quadro musical, a doce voz de Corinne é a moldura perfeita, deixando o show ainda mais belo e elegante. A discografia curta da cantora facilita a escolha do repertório. Com apenas 3 discos de estúdio (“Corinne Bailey Rae”, 2007; “The Sea”, 2010; e o já citado “The Heart Speaks In Whispers”, 2016), um EP (“Love”, 2011) e um disco ao vivo (“Live In London & New York”, 2007), o setlist passeia entre eles, com destaque para o álbum de estreia do qual aparecem 6 das 11 canções apresentadas. Dentre elas, uma versão estendida de “Put your records on”, com alta rotatividade na programação das softs rádios do Brasil afora até hoje.

Em “Is this love”, releitura de Bob Marley que integra o EP “Love”, ela apresenta a música dizendo ser a sua preferida do repertório do cantor e compositor jamaicano falecido em 1981. E o reggae de Marley vira uma suave balada executada com maestria. Corinne canta explorando os tons mais altos no refrão, abrindo os braços como se fosse voar em alguns momentos da canção, sendo aplaudidíssima no fim. Na ensolarada “Paris Nights/New York Mornings”, Corinne empunha uma bela guitarra Danelectro branca, com vocais de apoio de John e Steve muito bem colocados, adicionando mais beleza ao arranjo. A pop “Call me when to get this” vem a seguir, levando Corinne à passarela bem perto do público que estava na frente do palco, alegrando geral. “Trouble sleeping”, outra do disco de estreia, vem a seguir e anima ainda mais o clima com Corinne sempre cantando lindamente, tendo a ótima participação de Steve Brown nos vocais nessa faixa. O som estava bem equalizado e na medida certa, pelo menos para a galera que estava perto do Palco Sunset. Mas, em outros shows, como o de Glória Groove, o som permanecia mais baixo para quem está mais afastado, o que foi uma reclamação constante nos dias anteriores do festival.

“Put your records on”, canção mais conhecida da cantora inglesa nascida em Leeds, surge em versão estendida com cerca de 8 minutos de duração e ganha participação maciça do público que canta forte o refrão. Corinne que só toca uma pandeirola nessa canção caminha pela passarela que a deixa, mais uma vez, bem perto do público, sendo aplaudidíssima no final, fazendo-a recomeçar o refrão da canção, no momento mais marcante da apresentação.

Quando se pensou que já era o final do show, Corinne apresenta mais duas canções. Primeiro, a lindíssima e intimista “Like a star”, com uma introdução jazzística interessantíssima de Brown, sendo acompanhada praticamente em silêncio pelo público que lotava o Sunset (o que parecia impossível de acreditar, tamanha foi a debandada do palco após o final do show de Glória Groove, atração anterior) para ver a compositora e intérprete fã de rock’n’roll (entre suas bandas favoritas, estão Led Zeppelin, L7 e Nirvana) na adolescência.

E, por fim, “The skies will break”, uma canção pop rock instigante, fecha o show em alto astral, deixando aquela sensação em todos de que poderia ter sido maior. É uma apresentação que funciona melhor em palcos menores e mais intimistas, mas acabou agradando bastante pela qualidade das canções e dos músicos que promoveram um espetáculo inesquecível para quem estava lá.

E Corinne e sua banda ainda tiveram a atenção de uma das vendedoras ambulantes de bebidas que circulavam pela Cidade do Rock que parou seu trabalho para acompanhar o show, além de novos fãs, desconfiados no início, mas que foram convertidos após essa apresentação emocionante e tecnicamente perfeita. Valeu muito à pena e já estamos esperando a próxima vinda de Corinne ao Brasil. Que não demore! – Paulo Schwinn.

CORINNE BAILEY RAE SETLIST ROCK IN RIO 2022:

  1. Been to the moon
  2. Closer
  3. Breathless
  4. Till it happens to you
  5. Is this love (Bob Marley).
  6. Paris Nights/New York Mornings
  7. Call me when you get this
  8. Trouble sleeping
  9. Put your records on
  10. Like a star
  11. The skies will break

EQUIPE ROCK PRESS NO ROCK IN RIO 2022 – Michael Meneses, Cadu Oliveira, Kesley Meneses, Jonildo Dacyony, Paulo Schwinn e Igor Velasco. ACESSE: https://portalrockpress.com.br/festivais/rock-in-rio/

Paulo Schwinn é paulista de Santos, SP, vocalista e guitarrista da banda Sujeitos Compostos (conheça), produtor e apresentador do Programa Desvio à Esquerda na Web Rádio Rota 220 (ouça) e fã do bom (Velho e Novo) Rock and Roll!

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