ROGÉRIO SKYLAB: Chuva de cigarros, gritos de “Skylab, eu te amo” e palco do Circo Voador tomado por fãs!

Rogério Skylab promove festa de Halloween histórica e extasiante no Circo Voador e sai do palco carregado pelo público em noite que contou com show de abertura do Prefeitura do Rio e a animação sempre precisa da Festa Bauhaus!

ROGÉRIO SKYLAB +
PREFEITURA DO RIO + FESTA BAUHAUS!

Circo Voador – Lapa – Rio de Janeiro/RJ
1 de novembro de 2023
TEXTO: Kesley Meneses
FOTOS: Rodrigo e Kesley Meneses

O último Dia das Bruxas foi celebrado no Circo Voador com uma histórica festa de Halloween, realizada na véspera do dia de finados e que teve como anfitrião o ícone do trash non sense nacional, Rogério Skylab. A noite promoveu o lançamento do livro “A melodia Trágica” (Editora Acorde), no qual o escritor Skylab apresenta um estudo crítico sobre música popular.

Antes mesmo da atração principal da noite subir ao palco, já era visível o clima esquisito e caótico que tomou conta da lona, como é de se esperar de uma festa comandada pelo “Matador de Passarinhos”. O público fiel compareceu, devoto e diverso: fãs de longa data, fãs clássicos, grupos de jovens dispostos e fantasiados para a festa, camisas de bandas misturadas à toscas fantasias de múmias. Foi bacana essa interação entre gerações de fãs do Skylab, em noite que ainda contou com a Festa Bauhaus, que animou o público pré e o pós-show com clássicos do rock.

PREFEITURA DO RIO:
A serviço do Rock Carioca!

Abrindo os trabalhos, uma das atuais novidades da cena alternativa carioca, a banda Prefeitura do Rio. E, logo vem a pergunta, que banda é essa é por que esse nome? Então, a banda (ou ideia) está em atividade desde 2021, possui um EP e dois singles disponíveis e sua formação conta com seis integrantes oficiais, mas tudo pode acontecer a qualquer momento, assim como no Rio de Janeiro. Não à toa, essa iniciativa se chama Prefeitura do Rio. O som mescla rock sujo (sem ser extremo), hardcore digital, trap, dance, miami bass, noise e funk carioca.

Com toda essa fusão, é de se imaginar (ou não) o caos que estava o Circo Voador na hora com esse show, não é? Sim, estava caótico igual à Cidade Maravilhosa.

E, falando em “Caos e Rio”… A apresentação do Prefeitura do Rio, também marcou a estreia do CarioCaos, uma mega-jam que contou com participações de músicos veteranos do underground do Rio de Janeiro, entre os quais: André Paumgartter (808 Punks), Zé Felipe (Radio Nadaver, Zé Sem Nome), Tiago Malta (Miçanga), GilberT, Marco Homobono e Augusto Feres (DIsstantes). Porém, o que é o CarioCaos? Para responder essa pergunta, convidamos MF Kim (voz, bases, letras), do Prefeitura do Rio, para explicar a iniciativa: “Acreditamos que CarioCaos é o resultado do encontro entre bandas que se perceberam como semelhantes. Ouvir um som e pensar que isso tem tudo a ver com o que estamos fazendo e a partir das similitudes e respeitando as diferenças buscamos meios para navegar dentro do que é o underground carioca. Acreditamos que juntos soamos mais alto e podemos realizar mais coisas. Tem algumas características a respeito de estrutura que permite versatilidade ao não depender de instrumentos de uma banda tradicional, nosso formato, a banca (mesas de som e controladoras em geral), mas não é algo excludente.” Apresentou MF Kim.

Atualmente, a formação do Prefeitura do Rio conta com além do citado MF Kim, os músicos Igor Tavares (voz, letras, bases e DJ e referências tokusatsu), Fernando Borges (voz, instrumentos, captação de som ambiente em habitat natural de espécimes raros), Crime (letras, passinho e aconselhamento espiritual), M’adrugs (translado emocional, paranoia retroativa e jardinagem) e Pank (Operação, Beats e sobremesas). Ficou curioso? Segue as redes sociais da banda. CONTATOS:
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“Tem cigarro aí?”

Rogério entrou no palco com o público já em êxtase e abriu o show com a já costumeira “Hino Nacional do Skylab”, convidando a plateia para uma sessão de xingamentos contra todos os FDPs que nos rodeiam, inclusive nós mesmos. Já na primeira música, o público começou uma chuva de cigarros que se estenderia por todo o show, chegando ao ápice em “Tem cigarro aí”, lá pelo meio do show.

A segunda música começou com um anticlímax. Um problema no som tirou o áudio da banda e microfones, fazendo ecoar pela lona um barulho incômodo e ensurdecedor. Enquanto a banda olhava para a produção sem saber se continuava ou não, Skylab seguiu como se nada tivesse acontecido. Diante do público igualmente desorientado, sem saber se cantava junto ou se tentava avisar sobre o problema no som, Skylab cantou até o final da música, terminando ovacionado. Não teve anticlímax que resistisse! O problema foi resolvido em poucos minutos e o show continuou com a mesma energia!

A performance de Skylab, em diálogo com a construção de algumas de suas canções, cria uma dinâmica na qual o cantor recita os versos que terminam com um grito de refrão e, em seguida, sai para a lateral do palco enquanto os cigarros são jogados pelos fãs. Iluminados, fazem parecer uma chuva de prata. Bem no meio do público, a roda pega fogo enquanto a banda, formada por Thiago Martins (guitarra), Yves Amoret (baixo) e Rodrigo Scofield (bateria), aumenta a potência da pedrada. Uma imagem sonoro-visual toscamente bela.

Skylab e o público estiveram em sintonia durante toda a noite. Vários clássicos passaram pelo palco, como “Carrocinha de Cachorro-Quente”, “Cadê meu pau”, “Música para paralítico” e “IML”, além de “Um lugar do caralho”, da banda Júpiter Maçã, também gravada por Wander Wildner. Durante a performance de “O Corvo”, Skylab saiu para a lateral do palco e voltou com uma enorme e imensa cenoura na boca, criando uma imagem que sugere o óbvio. Ao microfone, ele mordia e mastigava grandes pedaços da cenoura para, em seguida, cuspi-la sobre a plateia durante o refrão “plasil, plasil, plasil”.

O público pedia mais! Em quase todas as músicas, a roda se manteve viva no meio do público e em pelo menos dois momentos do show Skylab anunciou: “Queria dizer pra vocês que, infelizmente, o show está apenas começando!”. O público inflamado foi ao delírio total em “Fátima Bernardes Experiência”, com seu icônico, inesquecível e libertador refrão: “Glória Mariiiiiiiaaaaaa”.

O show teve ainda o lançamento de uma música inédita, que foi disponibilizada em todas as plataformas de streaming na última sexta-feira, 03 de novembro. “Minha Música” é uma balada reflexiva sobre a identidade musical de Skylab. Como é de praxe na sua trajetória, mais um lançamento que sugere uma obra dividida em sequências. A canção é a primeira da Trilogia do Fim, anunciada como um possível marco para sua possível aposentadoria. O álbum “Trilogia do Fim 1” terá uma música lançada por mês.

E já que falamos em reflexões sobre a obra, Rogério Skylab recebeu o convidado DJ Zasca, que veio de Curitiba/PR para uma versão eletrônica de “Você vai continuar fazendo música”. Aliás, o novo álbum anunciado por Skylab promete vir com uma sonoridade bem mais eletrônica.

Com o palco forrado de cigarros e alguns maços amassados, atirados pelo público ao longo do show, Skylab avisou que cantaria a última da noite, a versão original da mesma “Você vai continuar fazendo música”. O público lamentou e, de repente, o palco foi completamente tomado pelos fãs. A banda e o próprio Skylab sumiram no meio do público, sem deixar a canção morrer! Após sumir totalmente na mini multidão, ouvimos uma voz diferente, um fã que pegou o microfone e repetia o refrão. Skylab surgiu, literalmente, carregado pelo público por sobre o palco devorado pelos fãs. “Skylab, eu te amo!”, gritavam todos. Rogério sai do palco, fim de show. Impossível não se emocionar. – Kesley Meneses.

Leia também: A Rock Press esteve presenta nas últimas apresentações do Skylab no Circo Voador, em setembro de 2022 (leia AQUI) e neste ano de 2023, no Carnaval do Skylab (leia AQUI). A insanidade artística e coletiva se fez presente em ambas as noites.

Kesley Meneses é sergipana, feminista, pedagoga atuante na educação pública, defensora da democracia e amante de música.

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