Jimmy London, com um repertório de hits do Matanza, atacou o Rock in Rio com o Matanza Ritual e fez bonito, em um show que foi um misto de nostalgia e agressividade acompanhado de uma banda de peso. Vale ressaltar, a apresentação ocorreu na chamada “Noite do Metal” que contou com Iron Maiden e Dream Theater entre as atrações, mas, no Palco Supernova quem roubou a cena foram bandas nacionais que mostraram potencial para ocupar palcos maiores nas próximas edições do Festival.
Palco Supernova – Rock in Rio
2 de setembro de 2022
TEXTO e FOTOS: Cadu Oliveira
Era sexta-feira (01/09), primeiro dia do Festival, e o gênero homenageado era o Metal. Como tradição, uma multidão com camisas de bandas de variados segmentos do estilo, circulava pela Cidade do Rock na expectativa por bons riffs e afins. No mais verdadeiro dia do Rock, o Palco Supernova recebeu um line-up de respeito que contava com as meninas do Crypta, o power-trio Surra, Jimmy London e o Matanza Ritual e para fechar, Ratos de Porão (LEIA)!
Antes de descrever o set do Matanza Ritual, permita-me fazer um breve retrospecto. Eu estava no Circo Voador, no dia 27 de outubro de 2018, em cobertura pela Rock Press, no que seria o histórico último show do Matanza. Depois disso, em 2019, teve Jimmy & Rats e conversamos com o vocalista em sua nova fase. Após longos anos de pandemia, estamos em 2022 e para este ano, quem subiu no palco foi o Matanza Ritual. Vamos entender…
Nem sempre todos os talentos e personalidades confluem eternamente, certo? Os músicos da antiga Matanza, incluindo o autor da maior parte das músicas, Marco Donida, com o fim da banda fundaram a Matanza Inc, tendo o veterano Vital Cavalcante (Jason, Poindexter, Jimi James…) no vocal. Já Jimmy London, deu vida ao Jimmy & Rats e convocou um time forte e de peso do rock nacional para compor o seu próprio ritual, o Matanza Ritual. Errado não está, e provou isso no palco. A escalação é Jimmy atacando no vocal e nada menos que Felipe Andreoli (Angra) no baixo, Antônio Araújo (Korzus) na guitarra e Amilcar Chistofáro (Torture Squad) na bateria. Não tem bobo no time, por isso a banca bate um bolão bonito de se ver. E ouvir.
Pisaram no palco soltando “Remédios Demais”, já agradando geral. O dia tinha um sabor de reencontro pós-pandemia. O setlist evolui para “Meio Psicopata” e o hit “A Arte do Insulto”. É possível perceber o quanto os demais músicos da banda estavam se divertindo ao tocar os hinos do Matanza. Só que parece que Jimmy gosta sim de seus companheiros. Em entrevista à Rock Press, após o show, ele mesmo confessou a felicidade de ter unido esses caras para formar o Matanza Ritual. Deu um apelido para cada um, o melhor, Felipe Alho e Óleo, Antônio Caramujo e Amyr Klink: “Meus parceiros para caralho. Meus amigos de verdade, hoje em dia eu posso dizer isso, tenho um prazer enorme de tocar com eles. É uma felicidade estar vivendo um momento desses, tranquilo, relax”, avalia o vocalista. E, incorporando seu personagem de homem mau, Jimmy vocifera mais duas canções que estão na ponta da língua da galera: “Bom é quando faz mal” e a barulhenta “Eu não gosto de ninguém”.
Já caminhando para o final, posto que no Supernova os shows duram entre 30 e 40 minutos, a banda engrena mais três clássicos. Primeiro, “Clube dos Canalhas”, levando novamente a multidão ao coro. Logo depois, a não menos aplaudida “Tempo ruim” e para fechar com chave de ouro, Jimmy faz mistério dizendo “Não… não… eu não acredito que ela fez isso…” e todo mundo se anima sabendo que era a deixa da arrebatadora “Ela roubou meu caminhão”.
Ao me despedir do bate-papo, agradeci pela atenção e profetizamos que no próximo será em palcos maiores. “Esse é o plano, quero estar por aqui por muito tempo ainda”, revelou Jimmy London. A pandemia nos fez valorizar a vida. Somos sobreviventes. E estar vivo para ver o Matanza Ritual foi um verdadeiro presente das forças divinas do universo da arte. Quem viu, vibrou e curtiu do começo ao fim. – Cadu Oliveira.
EQUIPE ROCK PRESS NO ROCK IN RIO 2022 – Michael Meneses, Cadu Oliveira, Kesley Meneses, Jonildo Dacyony, Paulo Schwinn e Igor Velasco. ACESSE: https://portalrockpress.com.br/festivais/rock-in-rio/
Cadu Oliveira – Jornalista, pós-graduado em Jornalismo Cultural (UERJ). Criador do blog Hempadão e rapper com vulgo EXPLICA. Colecionador de vinil há quase 20 anos. Repórter colaborador da Rock Press.