O quarteto paulistano se apresentou pela segunda vez no Palco Supernova do Rock in Rio, promovendo o mosh do início ao fim, mostrando o porquê de serem um dos grandes nomes da cena death metal atual, além de trazerem uma mensagem de igualdade e empoderamento feminino.
Crypta – Palco Supernova – Rock in Rio
15 de Setembro de 2024
TEXTO: Jonildo Dacyony
FOTOS: Carolina Demper/Moriva Filmes e Ian Dias/Headbanger BR
“Pô, as minas tocam pra caramba e são umas gostosas!” Essa foi a frase mais branda que ouvi quando fui ao banheiro, logo após o show do Crypta no palco Supernova.
Dizer que a banda paulistana está entre os maiores nomes do metal nacional dos últimos anos e que também é destaque no atual cenário do death metal internacional é chover no molhado. O fato é que o Crypta, que atualmente conta com Fernanda Lira (vocal e baixo), Tainá Bergamaschi, Jéssica Di Falchi (guitarras) e Luana Dametto (bateria) na formação, além de todas as dificuldades enfrentadas por artistas de música pesada no Brasil, ainda têm que encarar o fator extra que é o machismo profundamente enraizado no público headbanger, que é indubitavelmente mais acentuado no nosso país.
Pode ser que o exposto acima soe como militante, panfletário e cansativo, mas não dá negar a verdade. Outra coisa que não dá pra negar é que as moças não arregam e não recuam um milímetro sequer na sua postura enquanto musicistas e mulheres.
O Crypta chegou pela segunda vez no palco Supernova para se apresentar no Rock in Rio, e trazendo na mala mais um álbum que tem rendido ótimos frutos, tanto no que diz respeito às críticas da mídia especializada quanto às turnês que têm passado por vários países, inclusive com memoráveis shows em importantes festivais na Europa e EUA. Toda essa bagagem, se já não se pode chamar de consagração, pode-se, no mínimo, dizer que a banda está no caminho certo.
Embora o show estivesse programado pra ter início às 18:30, quase que simultaneamente à apresentação de Planeta Hemp e Pitty, que acontecia no palco Sunset, podemos afirmar sem medo que o Crypta já tem seu público cativo. Prova disso é que os bangers se aglomeravam na frente do palco cerca de meia hora antes do início da apresentação. Era possível ouvir gritos, palavras de ordem e ver cartazes feitos pelos fãs mais apaixonados.
A apresentação não diferiu muito do que vem sendo apresentado na Shades of Sorrow Tour 2024. De entrada, pudemos ouvir a intro “The Aftermath”, seguida de “The Other Side of Anger”, que mostra, mais uma vez que Fernanda é uma das vocalistas mais versáteis do gênero. A roda de mosh foi aberta desde do início, enquanto a banda mesclava músicas de seus dois álbuns Shades of Sorrow (2023) e Echoes of The Soul (2021).
Apesar de apresentação ter sido mais curta do que o habitual, por motivos óbvios, a impressão que dá é que o Crypta é uma daquelas bandas que podem se dar ao luxo de escolher o setlist fazendo uni duni tê, que mesmo assim, o público vai acompanhar, mas não poderia deixar de mencionar “Trial of Traitors”, na qual Luana, com suas habilidades, não fica a dever nada a qualquer mestre da batera de qualquer banda clássica de grindcore, afora o riff das guitarras de Tainá e Jéssica, que gruda na cabeça e a gente se pega reproduzindo com a boca depois. Enfim, uma música predestinada a ser um clássico.
A performance do quarteto foi magnética, atraindo até mesmo quem passava por ali e visivelmente não estava familiarizado com o estilo, o que mostra que, além honrarem o legado do death metal old school, prova que o estilo segue mais vivo do que nunca e renovando seu público.
A banda segue com a Shades of Sorrow Tour Brasil 2024 e retorna ao Rio de Janeiro no dia 14 de dezembro para apresentação no Circo Voador, em mais uma iniciativa da Tomarock Produções em parceria com a Grande Roubada.
Aos redpills, machos-alfa, ancaps, incels e afins que enfiem o dedo no fiofó e rasguem. Hail, Crypta!!! – Jonildo Dacyony.
Rock Press no Rock in Rio 2024:
O Portal Rock Press novamente marca presença na edição de 40 anos do festival com a equipe: Michael Meneses, Leozito Rocha, Jonildo Dacyony, Lu Valiatti, Cadu Oliveira, Kesley Meneses e Mariana de Menezes. Acompanhe nossa cobertura em nossas redes sociais, e aqui no site. Nos vermos lá e nos conectamos aqui em Rock Press! ACESSE: https://portalrockpress.com.br/festivais/rock-in-rio/
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Jonildo Dacyony é nascido em Natal-RN e criado na capital do Rio de Janeiro, portanto, um potiguar/carioca. Apaixonado por cinema, teatro, literatura, música, vinhos, cervejas e pelo Flamengo. Tem mais de três décadas de rock’n’roll, é profissional de hotelaria e food & beverage, além de ser graduado em História e em Geografia e pós-graduando em geopolítica.
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