ROCK IN RIO 2022: Preview com sabor do Reencontro!

Na última terça-feira (30/08), a Rock Press compareceu à Cidade do Rock para conferir o evento teste do Rock in Rio 2022. O encontro teve início com uma coletiva de imprensa com presença do presidente do festival, Roberto Medina e do prefeito da cidade do Rio de Janeiro, Eduardo Paes. A programação do preview ainda contou com shows em diferentes palcos. No Espaço Favela houve apresentação do cantor Ferrugem. O Supernova foi ocupado pelo DJ e MC WC no Beat que convidou o rapper Felp22. No Espaço Rock District quem comandou foi Rodrigo Sha. Já o Palco Sunset recebeu um belo show do Criolo. Para fechar, o Palco Mundo promoveu a tradicional e emocionante queima de fogos.

TEXTO: Cadu Oliveira
FOTOS: Michael Meneses + Cadu Oliveira

O chamado “Preview” do Rock in Rio teve início com a anfitriã Roberta Medina celebrando o retorno das atividades do festival. Na sequência, Luis Justos CEO do Rock in Rio foi convidado a apresentar os Espaços explicando o que mudou em cada palco. Sentados ao lado, estavam Roberto Medina, presidente do Rock in Rio, o prefeito Eduardo Paes e Eduardo Tracanella, diretor de marca do Itaú, patrocinador do evento desde 2011.

Os organizadores deixaram claro o propósito de ação social imposto pela marca: “Esse Palco Favela surgiu quando eu estava vindo pro Rock in Rio, acho que em 2015, e teve um tiroteio na Rocinha. Aquilo mexeu comigo. Você tinha aqui na Cidade do Rock a fantasia, a paz, o amor – como é sempre – e você tinha um problema sério na esquina, no Rio de Janeiro. Aquele foi o momento que eu falei ‘eu tenho que fazer alguma coisa por isso’”, confessou Roberto Medina.

A coletiva também serviu para demonstrar em números como o festival impacta economicamente a cidade do Rio de Janeiro. Além disso, o tom foi de comemoração pela possibilidade definitiva da volta dos eventos públicos. “Eu lembro que há um ano atrás eu cheguei até ser criticado por dizer que dia 02 de setembro seria o dia do Reencontro. Disseram que eu estava decretando o fim da pandemia”, lembrou Eduardo Paes, para na sequência parabenizar o empenho e organização do empreendimento. Segundo ele, cerca de quinhentas mil pessoas visitam a cidade em decorrência do evento. O prefeito decretou ponto facultativo na cidade no dia 2 de setembro, data da abertura do festival com a sempre emblemática “Noite Do Metal”.

O que vibrou pelas caixas de som

A parte política, cultural e econômica são muito importantes em um festival dessa magnitude, mas não dá para esquecer que se trata de um acontecimento a respeito de música. Então, vamos falar sobre o que rolou na parte musical do evento teste do Rock in Rio 2022. 

O Palco Supernova foi realocado e ganhou uma área muito maior disponível para o público. Por lá, quem aqueceu os equipamentos foi o artista do Hip-Hop WC no Beat. Com um show cheio de funks dançantes, dançarinos e convidados, a apresentação agradou a plateia. Um dos mais felizes era o JC, um dos técnicos da obra do Rock in Rio, que ao final do seu expediente aproveitou para curtir um pouco do festival que ajudou a construir. Incrédulo, de capacete, presenciando o show, JC confessou que vai estar por lá todos os dias e aguarda ansioso para assistir o MC Poze do Rodo, escalado para o dia 03/09.

Essa integração com trabalhadores, crianças, escolas, pessoas com deficiência (PCD) e ONGs é muito nítida. Um dos artistas do line-up confirmou essa relação. Enquanto passava som no Palco Sunset, Criolo percebeu que estava sendo fotografado pela equipe da Rock Press e posou para a foto fazendo reverência ao trabalho dos montadores de palco. Genial. Segue o clique ao lado.

No Espaço Favela uma multidão se aglomerou, fazendo lembrar os dias de festival tal qual como o são. Quem estava no palco era o cantor Ferrugem – cria de Campo Grande, na zona oeste carioca – que fincou bandeira: “Vai ter pagode no Rock in Rio, sim”, disse, arrancando aplausos. A apresentação teve espaço para homenagem à finada cantora sertaneja Marília Mendonça e um setlist com os maiores hits do artista. 

Para muitos ali presentes, ver um show novamente é como um sonho. Era visível o brilho e a felicidade no olhar de cada um. O mesmo pode-se dizer dos artistas, que celebram o reencontro com os palcos. “O Rock in Rio tem uma mágica que é a de a gente poder acreditar no sonho. A gente provoca a crença no sonho. Então, essa experiência que eu quis trazer pra vocês é um pouco de ‘olha, é real, parece tão distante – e é tão distante, muitas vezes – mas pode se tornar real’, depende de empenho, de dedicação, de sorte sim, mas depende da gente acreditar no nosso próprio sonho”, disse Zé Ricardo (foto), o responsável esse ano pelo Palco Sunset.

O show da noite – Criolo

Já era noite na Cidade do Rock quando Criolo e sua banda invadiram o Palco Sunset. Na companhia de DJ Dandan no vocal e Daniel Ganjaman controlando as bases, o artista de São Paulo se apresenta junto a um forte time de músicos com percussão, bateria, guitarra, baixo e teclado. Em dado momento, quando o show verte ao samba, até um cavaquinho ganha destaque no palco. 

Durante o show, já ficou possível distinguir alguns dos gritos que serão a marca desta edição. Enquanto Criolo entoava seu hit Grajauex, a plateia fez coro de “Ei Bolsonaro, vai tomar no **”, alternando com gritos de “Olê Olê Olá, Lula, Lula”, ao fim de outras canções. O público estava em êxtase com o rapper e o desfile ao vivo dos hits “Não Existe Amor em SP”, “Esquiva da Esgrima” e “Subirusdoistiozin”. No palco, o repertório pegou fogo, mas dava para perceber que eles estavam se segurando para entregar 100% da performance mesmo no dia do show valendo. Criolo se apresenta no Rock in Rio em 03 de setembro, dia dedicado ao RAP.

Espetáculo à parte!

A cereja do bolo veio, mais uma vez, do Palco Mundo. Como já era de se esperar, perto das 21h, uma voz eletrônica solicita educadamente um minuto da atenção de todos: é hora da queima de fogos. Tradicional, mas ainda assim deslumbrante, leva jovens, adultos e idosos à loucura com o espetáculo de luzes e cores no céu. Ao fim, vi com meus próprios olhos as lágrimas que corriam do rosto do nosso célebre editor-chefe. “Lembrei do Vini. E todas as dificuldades que passamos esses anos para estar aqui. Quando começou a música e a soltar os fogos, chorei mesmo”, confessou Michael Meneses, ainda emocionado. Enfim, o Rock in Rio 2022 ainda nem começou… quer dizer, acabou de começar!

VER+, #ViniETERNO (Parágrafo Bônus)

É uma honra escrever para a Rock Press. Quem me conhece sabe que, no meu ramo, rasgar seda é desperdício. Não faço isso. Mas determinadas verdades precisam ser sublinhadas. Desde a entrega das credenciais, até a hora que a gente pisou na sala de imprensa, os dedos da mão não seriam suficientes para contar quantas pessoas reconheceram nossa equipe pelo caminho. Isso se deve ao empenho e trabalho de anos desenvolvido por nosso editor, Michael Meneses. E, sem dúvida, nada disso teria sido possível sem o apoio e fundamental influência que o nosso saudoso amigo e mestre Marcus Vini que ajudou a construir a nossa formação acadêmica, profissional e social. 

Foi inevitável não pensar, lembrar e falar sobre ele, diante de tantos dos seus alunos, fotógrafos, jornalistas e amigos que nos saudavam pela Cidade do Rock. É triste pensar que não vamos mais vê-lo ali, em seu habitat natural. Saudade é pouco. Faz falta a experiência, a companhia, a humildade de ensinar e principalmente, o seu olhar. Resta-nos, em sua memória, zelar pelos melhores cliques e jamais deixar de exercer a tarefa que ele mais amava: fotografar. – Cadu Oliveira.

EQUIPE ROCK PRESS NO ROCK IN RIO 2022 – Michael Meneses, Cadu Oliveira, Kesley Meneses, Jonildo Dacyony, Paulo Schwinn e Igor Velasco. ACESSE: https://portalrockpress.com.br/festivais/rock-in-rio/

Cadu Oliveira – Jornalista, pós-graduado em Jornalismo Cultural (UERJ). Criador do blog Hempadão e rapper com vulgo EXPLICA. Colecionador de vinil há quase 20 anos. Repórter colaborador da Rock Press.

 

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