ROCK IN RIO: Ratos de Porão faz show de arrasar, sorrir e chorar!

Com um atraso de décadas, os Ratos de Porão finalmente tocaram no Rock in Rio. Falar décadas, não é exagero, afinal a banda já tinha discos gravados quando o primeiro Rock in Rio foi anunciado. Seja como for, a justiça foi feita e a banda se apresentou no Palco Supernova (lotado), passando a limpo seus 41 anos de estrada com um setlist ideal para o evento.

FOTO: Michael Meneses

Palco Supernova – Rock in Rio – 2 de setembro de 2022
TEXTO e FOTOS: Cadu Oliveira e Michael Meneses

FOTO: Michael Meneses

Não precisava caminhar muito para notar um bom número de camisas da banda pela Cidade do Rock e uma considerável quantidade de fãs que dispensaram as quase que simultâneas atrações em palcos maiores como Gojira (Palco Mundo) e Living Colour (Palco Sunset), para vivenciarem um momento histórico e até então, inédito: Ratos de Porão no Rock in Rio. Afinal, para muita gente, a banda já deveria ter sido escalada em um dos palcos maiores e em edições anteriores do festival há muito tempo. Lembro, inclusive, que na segunda edição de 1991, o Faith no More era uma novidade no Brasil, mas os Ratos de Porão não era uma novidade para o Faith no More e o que se comentava na época era que o Mike Patton perguntava: Por que os Ratos de Porão não estavam no Festival? No ponto de vista deste que escreve, defendo ao menos que os Ratos de Porão deveriam ter estado presente na Tenda Brasil (palco destinado ao Rock Nacional no Rock in Rio 2001) e que segue fazendo falta nas edições atuais do festival.

FOTO: Cadu Oliveira.

Enfim, a justiça deu seu primeiro passo, se não no Sunset (o mínimo), ou no Mundo (o digno), ela ocorreu no Supernova, um palco ideal aos nomes revelações da cena Rock Brasil, e que na edição 2019 foi um paraíso dos independentes. E como não se lembrar da banda carioca e hoje radicada em São Paulo, Menores Atos, mandando a real e gritando: “o subúrbio venceu!”. Mas, venhamos e convenhamos, Ratos de Porão já não é uma revelação faz quase 40 anos, mas sim, uma entidade do rock nacional!

O reconhecimento do público! – FOTO: Michael Meneses

Passados três anos do Rock in Rio 2019, os shows do Supernova 2022 começaram com as meninas do Crypta, seguiram com o trio santista Surra e Jimmy London com o Matanza Ritual. Para fechar as atrações do palco na primeira noite, foi a vez dos Ratos de Porão que aos tradicionais gritos de “Ratos, Ratos, Ratos…”. Entraram no palco e transformaram o Rock in Rio em um enorme Circo Voador, seu principal palco carioca, onde sempre realizou shows históricos desde o início dos anos 1980, e se sentiram em casa, sem falar que a banda está acostumada com festivais internacionais. Logo fazer bonito no Rock in Rio foi fichinha!

Desde que foram anunciados no cast 2022 do festival, ficou aquela certeza que o show seria regado de discursos políticos, e ele veio por meio de um repertório de clássicos da banda que priorizou os anos 1980/90. Logo de cara mandaram “Amazonas Nunca Mais”, a partir dali, foi “Só Crássicos”; “Mad Society”, “Caos”, “Vivendo Cada dia Mais sujo e Agressivo”, “Beber até Morrer”, “Agressão Repressão”, “Acessão e Queda”, “Aids, Pop e Repressão”, “Anarcofobia”, “Igreja Universal”, entre outros.

FOTO: Cadu Oliveira.

As letras dos Ratos de Porão, por si só já são politizadas, é algo que está na essência da banda. Também vale mencionar que o baixista Juninho (foto) usava sua tradicional camisa do MST e no P.A., uma bandeira do Movimento estava pendurada. Em nota divulgada pela assessoria do palco Supernova, o músico comentou sua homenagem ao MST: “Eu acompanho o movimento desde os anos 1990 e esta bandeira está novinha, ganhei de um amigo, de um assentamento em Recife. Como não sabia se a bandeira seria vetada, fiz questão de vestir a camisa. “Estamos em um momento em que é importante ter um posicionamento”, defendeu o baixista.

Para muitos, aquela era a primeira vez que Ratos de Porão tocava com telão ao fundo. No palco e nos bastidores o que se via era lindos sorrisos na cara dos músicos, dos seus familiares, amigos e da produção banda, um sentimento de orgulho coletivo. Em um show há muito esperado, que só não foi mais perfeito porque tudo que é bom dura pouco. Porém, se o sorriso era geral, teve também quem sorriu e chorou, e não vou esconder que em “Sofrer”, eu fui um destes chorões.

FOTO: Cadu Oliveira.
FOTO: Michael Meneses

O hino “Crise Geral” fechou o set. Um show muito necessário nos dias de hoje e que mesmo com os pedidos de bis feitos pelo povo que o lotava não ocorreu, o que reforça que a justiça com os Ratos de Porão deve continuar, agora em palcos maiores do festival. E como o Rock in Rio tem fama de repetir bandas… que siga fazendo justiça e incluam Ratos de Porão na próxima edição e SEMPRE! – Michael Meneses.

EQUIPE ROCK PRESS NO ROCK IN RIO 2022 – Michael Meneses, Cadu Oliveira, Kesley Meneses, Jonildo Dacyony e Igor Velasco. ACESSE: https://portalrockpress.com.br/festivais/rock-in-rio/

Respostas de 4

  1. Eu vivi pra ver isso. Dessa vez o Rock n’ Rio mandou bem hein. Ratos de Porão merecem demais. Parabéns pela cobertura Michael.

  2. Não passaram na TV, infelizmente o Ratos nesse show histórico, mais assisti bons shows como: Black Pantera, Affront. Living Colour e Steve Vai (Sempre Foda), além do Grande Gangrena Gasosa que foi Fodaço! Iron Maiden tb foi Metal. Mais o Ratos 41 anos no Rock in Rio, Justo e Cada dia Mais Sujo e Agressivo!!!

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