A palavra “RAP” em inglês designa algo como “dizer, explicar, dar um papo”. Ou em forma de sigla, RAP significa ritmo e poesia. O estilo é parte dos elementos do hip-hop, gênero originado na Jamaica, em 1960, e que foi chegando via emigração aos EUA, na década seguinte. Tornando-se comercial em território da indústria cultural, o estilo foi importado para todo o planeta. E assim, claro, chegou à América Latina.
TEXTO: Cadu Oliveira
IMAGENS: Divulgação
No livro “Rap de Acá – A História do Rap na Argentina”, o professor e pesquisador argentino Martin A. Biaggini descreve como se deu a chegada do hip-hop na cultura dos nossos hermanos. O livro foi publicado originalmente em castelhano, em 2020. Agora, a editora Dando a Letra disponibilizou a obra em português.
O autor conta como o rap argentino tem influência do rock nacional, assim como das origens jamaicanas e estadunidenses. É possível aprender sobre a primeira geração de BBoys e MCs que incendiaram os bailes no final da década de 80, início de 90. Com isso, Martín produziu um verdadeiro catálogo de memórias dos pioneiros do hip-hop argentino.
Antes de escrever sobre rap, Biaggini destinou vasto tempo de sua vida ao estudo acadêmico da comunicação. Ele é técnico sênior em Gestão de Cine, professor de História (ISSJ), graduado no Ensino das Artes Combinadas (UNLA), especialista em Educação, Línguas e Mídia (UNSaM) e também faz parte de coletivos audiovisuais da TV Matanza Cultural Coop. Ltda. e Matanza Arde, onde trabalha como cineasta e fotógrafo. Como professor serviu a Universidade Nacional de La Matanza, a Universidade de Belgrano e atualmente está na Universidade Nacional Arturo Jauretche e na Universidade Lanús National. Coordena a Área de Estética do Programa Estudos Culturais (UNAJ) e é coordenador da Conferência Arte, Cultura Internacional e Política (UNAJ) realizada anualmente desde 2015.
A obra atualmente também ganhou versão em francês. Em recente episódio do PodCast Letra Data, Martín participa como entrevistado e revela alguns dos principais desafios de se pesquisar e escrever sobre o assunto, além de quais foram suas motivações para começar. Vale a pena ouvir. Segue o link do bate papo (OUÇA).
Recomendamos…
Se você quiser ir pouco mais do rap argentino, a Rock Press vai te indicar três expoentes do hip-hop de lá, se liga só:
1 – Emanero! – O Rapper produz suas próprias músicas desde os 15 anos e publicou seu primeiro álbum em 2016. Ele já fez uma parceria com o rapper brasileiro Coruja BC1. A música se chama “Minhas Razões” (2013) e pode ser ouvida com vídeo clipe AQUI.
2 – Actitud María Marta – Misturando rock com rap, mas com pitada de reggae e ritmos latinos, além de jamaicanos, essa banda é formada pelas MCs Malena D´Alessio e Alicia Dal Monte. As minas arrebentam nas rimas e nos vocais. Hoje em dia a formação atualizada é composta por Malena e Karen Pastrana, junto com DJ Black e Virginia Marques. Quer uma provinha? Escuta AQUI.
3 – Mustafá Yoda – le é representante da velha escola do rap argentino. Sua estreia na música se deu com o grupo La Organización, fundado em 1998. Mustafá chegou a figurar entre os 50 melhores álbuns de 2004, pela revista Rolling Stones argentina, com o disco Cuentos de Chicos para Grandes. Verdadeiro boom bap de mensagem, regado a sementes de resistência. Se quiser conferir, ouça AQUI.
Para saber muito mais sobre o rap dos nossos hermanos, a melhor recomendação é a leitura completa do livro do Martin, disponível nas principais livrarias do país. – Cadu Oliveira!
Cadu Oliveira – Jornalista, pós-graduado em Jornalismo Cultural (UERJ). Criador do blog Hempadão e rapper com vulgo EXPLICA. Colecionador de vinil há quase 20 anos. Repórter colaborador da Rock Press.