Atração da 15ª edição do Akasha Rock Fest a banda carioca Pic-Nic trabalha seu novo álbum e segue promovendo “2007”. O show do Akasha será dedicado à força feminina do Rock e a banda divide palco com Noise Under Control e Kátia Jorgensen. Aproveitamos as novidades para um papo com Guidi Vieira, vocal da Pic-Nic, na coluna 1, 2, 3, 4… da Rock Press.
TEXTO: Michael Meneses!
FOTOS: Alex Frechette, Pat Duarte, Seu Cris e Divulgação.
Veterana na cena indie rock carioca, a Pic-Nic foi bastante atuante no início desse milênio, (2001-2007), realizando mais de 150 shows em palcos do Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Paraná e Rio Grande do Sul.
Após um hiato, a banda retornou em 2021, lançando o álbum “2007” e singles que contaram com participações especiais: “Eletrônica 2.0”, com Beto Bruno, da Cachorro Grande; e “Ano-Novo 2.0”, com Thadeu Meneghini, da Vespas Mandarinas.
A formação atual da Pic-Nic conta com: Guidi Vieira (vocal), Chokkito (baixo), Miguel Afonso e Paulo Gehm (guitarras) e Robson Riva (bateria). Atualmente, a banda segue em estúdio, trabalhando no quarto disco. Aproveitamos as novidades e a participação no Akasha Rock Fest para uma entrevista com a vocalista Guidi Vieira na Coluna 1, 2, 3, 4… da Rock Press.
PIC-NIC – ENTREVISTA
1 – Michael Meneses / Rock Press: A banda passou quase 15 anos parada, retornando em 2021. Por que retornaram? Conta um pouco da história geral da banda aos leitores da Rock Press.
Guidi Vieira/Pic-Nic: Retornamos em 2021 de uma forma um pouco inesperada para todos, mas foi curioso porque nós cinco, ao mesmo tempo, quisemos – inclusive eu e Chokkito, o baixista, chegamos a comentar isso um com o outro apenas alguns meses antes. Acho que foi tudo bem harmônico, bem sincronizado. E espontâneo, também: com a retomada do 2007 (disco que estava parado, sem mixagem, desde o fim da banda), resolvemos ensaiar para fazer uma live, e daí voltamos de vez. A banda começou em 2001, com Paulinho, Vitor Peixoto na bateria, Chokkito no baixo e eu na voz. Um ano depois o Miguel, que já estava sempre junto e inclusive fez o primeiro show do Pic-Nic, também, entrou na banda de vez. Ensaiávamos bastante na casa do Paulinho, depois começamos a fazer shows e ensaiar em estúdio. Lançamos dois CDs demo, um homônimo, em 2002, e o Feito em casa, em 2004. Estamos agora gravando nosso quarto disco.
2 – Rock Press: No retorno, vocês lançaram um disco novo intitulado “2007” e singles com participação de Beto Bruno, da Cachorro Grande; e Thadeu Meneghini, do Vespas Mandarinas. Falem desse trabalho.
Guidi Vieira: A ideia de lançar o disco que estava parado desde 2007 – e que por isso recebeu o nome de 2007 (capa ao lado) – foi do Miguel, o guitarrista. Era algo que ele lutou para fazer à época, lá quando a banda já estava quase acabando, mas não foi possível. E quando ele se movimentou para lançar o CD de vez, em 2021, contatando a todos nós, voltamos. Então foi o CD, mesmo, que nos fez voltar. Um ano depois desse lançamento, que eu me lembre, procuramos essas duas parcerias com amigos daquela época (Beto Bruno e Thadeu), pessoas com quem já dividimos o palco, com quem temos uma história.
3 – Rock Press: Vocês são uma banda que vivenciaram a transição: o auge das fitas-demos, o surgimento da troca de arquivos pela internet e as músicas nas plataformas digitais. Como vocês absorveram essas mudanças? E como a banda pensa em trabalhar com essas mídias? Há a possibilidade de lançarem disco físico em LP, CD ou K7 (que também estão voltando ao mercado)?
Guidi Vieira: Acho que lançar um vinil, sim, é uma vontade de todos da banda, eu diria… Pelo simbólico da coisa, pois todos nós crescemos ouvindo esse tipo de mídia. Mas, como banda, o Pic-Nic já pegou o CD demo (não mais a fita K7). Entre 2002 e 2007 trocamos uma imensidão de CDs com outras bandas, vendemos muitos CDs em nossos shows e enviamos muitos CDs para jornalistas de rádio, TV, jornal. Eu diria que funcionou muito bem, que nosso som se espalhou bem através da mídia física. Ainda gosto da ideia do CD físico, e foi bom poder lançar o 2007 com o selo Lambrequim, em uma edição super bonita, contendo as letras no encarte, do jeito que acredito que deve ser. Aliás, temos poucos CDs restantes (foi uma tiragem pequena), então, quem quiser comprar, a hora é agora! Falando por mim, com certeza não tenho a mesma fluência nas mídias digitais, que a princípio parecem mais fáceis e “generosas”. O streaming ainda é algo que não parece dar muito espaço aos independentes, ao menos nas grandes plataformas… É a minha impressão, e posso estar errada. Mas também o streaming pode ser um incentivo para que os artistas lancem faixas avulsas, para que se mantenham ativos. Acho que esse pode ser um ponto positivo: a não obrigatoriedade de fazer obras completas, podendo alternar álbuns com canções “soltas”.
4 – Rock Press: Em termos da cena rock carioca e do Brasil, como a banda tem analisado o atual momento? Shows, bandas, coletivos, lançamentos…
Guidi Vieira: Desde 2014 tenho observado uma efervescência na música independente brasileira em geral, com coisas muito boas surgindo ao mesmo tempo. E, especificamente sobre o rock, noto que parece estar havendo um ressurgimento de uma cena de rock independente. Algumas bandas voltando, outras bandas fazendo shows de reunião, sem voltar de vez, mas, enfim, parecem estar respondendo a uma vontade geral, um inconsciente coletivo. Será que é impressão minha?
5 – Rock Press: Quais são os projetos futuros da banda? E, aproveitando, falem dos seus outros projetos e dos demais músicos. E deixem uma mensagem final aos leitores da Rock Press…
Guidi Vieira: Neste ano de 2024 queremos fazer shows com regularidade, e até agora estamos conseguindo. Vamos também lançar nosso quarto disco, e será muito bom mostrar as canções que fizemos desde nossa volta. Estamos ansiosos, de forma positiva, para este lançamento. Eu tenho o meu projeto solo autoral desde 2016, Chokkito também tem seu projeto, Chokky Starlust, e o Robson atua em diversas bandas e artistas solo, é um baterista requisitado. São esses os projetos paralelos, atualmente. Uma mensagem para os leitores da Rock Press, essa revista que comecei a ler em 1997: apareçam nos shows, adoramos esses momentos de festa e celebração. E fiquem ligados nas nossas redes para saberem do lançamento do novo disco, pessoalmente são minhas canções preferidas do Pic-Nic, essas novas…
PIC-NIK: CONTATOS:
FACEBOOK: Banda Pic Nic
INSTAGRAM: @picnic_banda
E-MAIL: bandapicnicoficial@gmail.com
SPOTIFY: www.open.spotify.com/intl-pt/artist/1r8tlmNwpSdNw4LsjF1a3Z
Akasha Rock Fest:
Edição Mulheres no Rock!
Em atividade desde 2018, organizado pela produtora cultural Pity Portugal e contemplando apenas bandas autoriais, o Akasha Rock Fest vem se consolidando como um dos melhores eventos independentes do Rio de Janeiro. Prova disso foi ter iniciado o ano de 2024 faturando o Prêmio Rio + Rock 2023, na categoria Melhor Evento.
Nesses cinco anos, o evento marcou presença em espaços de importância no cenário do rock carioca: Rock Experience, Lapa Iris Pub, La Esquina (todos situados na Lapa), no antigo Smoke Lounge (Tijuca) e, já a algumas edições, vem se consolidando no Calabouço Rock Bar, no bairro de Vila Isabel, terra de Noel Rosa, na Zona Norte carioca.
Ao longo de 14 edições, passaram pelo evento mais de 35 bandas, entre elas: Frogslake, Radio Front, Radioativa, BellaSigma, Nosunnydayz (leia entrevista aqui) e Carminium. Além de bandas cariocas, o Akasha recebeu Codinome Winchester (MS) e Devise (MG). A Rock Press conferiu a edição que contou com apresentações da Tha Mello, Móbile Drink e Supersonido (relembre aqui).
No cast da 15ª edição, além da Pic-Nic, estão escaladas as bandas Noise Under Control, Kátia Jorgensen. Todas com a força feminina em suas formações. Aliás, o rock feminino não é uma bandeira levantada apenas no mês internacional da mulher. O Akasha Rock Fest sempre deu espaço para as bandas com empoderamento feminino. Conheça as atrações:
NOISE UNDER CONTROL
Formada por Raphaella Souza (vocal), Leonardo Lopes (baixo), Rafael Lichotti (guitarra) e Alexandre Fonseca (bateria) e com oito anos de correria, se apresentando pelos principais espaços do underground no Rio. No momento, trabalham para o lançamento, em breve, de um álbum. Alguns singles já correm por pelas plataformas digitais, entre os quais: “A Fuga”, “O Módico e o Monstro”, “Lista de Respostas” e “Caixa dos Esquecidos” que possivelmente será o título do futuro disco. Todos os singles estão disponíveis nas plataformas digitais pelo selo Caravela Records e com produção musical de Celo Oliveira (Kolera Home Studio).
NOISE UNDER CONTROL – CONTATOS:
TIKTOK: @noiseundercontrol
YOUTUBE: @NoiseUnderControl
FACEBOOK: Noise Under Control
INSTAGRAM: @noiseundercontrol
E-MAIL: noiseundercontrol@gmail.com
TELEFONE PARA SHOWS: (21) 97097-0122
SPOTIFY: www.open.spotify.com/intl-pt/artist/2LBAopnyHFfABl5ulpodoT?si=FSUnjn53ThKAVW8kYqbTBw
KÁTIA JORGENSEN
Com uma bagagem com mais de 30 anos de atividade na cena artística, a cantora, compositora, atriz e vocalista da banda Ave Máquina, Katia Jorgensen, pisa no palco do Akasha Rock Fest em mais um show de pré-lançamento do seu álbum solo, “Canções para Odiar”, trabalho produzido por Jr Tostoi e Rafael Oliveira. “Trata-se de uma ópera rock, que conta a saga de uma mulher que conheceu um homem no metrô e passou por todas as etapas de um relacionamento conturbado”, revela Kátia. A turnê promocional do álbum conta com direção da atriz Maria Eduarda de Carvalho. Katia Jorgensen se apresenta com uma banda regada de músicos de relevância na cena carioca. Se liga no time: Rafael Oliveira (Ave Máquina) na guitarra, Jr. Tostoi no baixo e André Paixão (Nervoso) na bateria.
KÁTIA JORGENSEN – CONTATOS:
FACEBOOK: Katia Jorgensen
INSTAGRAM: @katiajorgensen
E-MAIL: cancoesparaodiar@gmail.com
TELEFONE PARA SHOWS: (21) 98664-8646
YOUTUBE: www.youtube.com/@KatiaJorgensenBANDAKJ
SPOTIFY: www.open.spotify.com/intl-pt/artist/2A1sSjEeQzfavetprqNnEF?si=nFRkF2H7Rd263b8R0yv2gg
RECOMENDAMOS…
É importante lembrar que o Akasha Rock Fest (veja serviço abaixo) integra o Circuito RIO+ROCK, série de shows e evento que contam com o apoio do coletivo RIO+ROCK. Passada a apresentação no Akasha, a banda Pic-Nic volta aos palcos dia 6 de abril no PartyGartten e no Rockarioca no dia 9 de maio. #Recomendamos. – Michael Meneses!
SERVIÇO:
Akasha Rock Fest: Edição Mulheres no Rock
ATRAÇÕES: Noise Under Control, Kátia Jorgensen e Pic-Nic.
LOCAL: Calabouço Rock Bar – Rua Felipe Camarão, nº 130, Vila Isabel – RJ/RJ.
DATA: 24 de março de 2024, às 18h.
INGRESSOS: Ingressos antecipados pelo Sympla e na bilheteria do Calabouço Rock Bar. Reservas pelo Whatsapp: (21) 996001130
APOIO: @riomaisrock, @roblowproducoes, @simone_s.a.s, e @kuoularockmetal.
PRODUÇÃO: Pity Portugal (@pityportugal)
INFO: @akasharockfest (Informações sobre o festival) ou para informações sobre o local acesse: @calaboucobar.
MICHAEL MENESES – É o editor da Rock Press deste 2017, criador do Selo Cultural Parayba Records, fotojornalista desde 1993, foi fanzineiro nos anos 1980/90, fotojornalista, jornalista e cineasta de formação, pós-graduado em artes visuais. Fotografa e escreve para diversos jornais, revistas, sites e rádios ao longo desses últimos 30 anos, também realiza ensaios fotográficos de diversos temas, em especial música, jornalísticos, esporte, sensual, natureza... Pesquisa, e trabalha com vendas de discos de vinil, CDs, DVDs, livros e outras mídias físicas. Michael Meneses é carioca do subúrbio, filho de pai paraibano de João Pessoa e de mãe sergipana de Itabaiana. Vegetariano desde 1996. Em junho de 2021 foi homenageado na Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro pelo vereador Willian Siri (PSOL/RJ), com monção honrosa por iniciativas no audiovisual e na cultura suburbana. Torce pelo Campo Grande A.C. no Rio de Janeiro, Itabaiana/SE no Brasil e Flamengo no Universo. Atualmente, dirige o filme, “VER+ – Uma Luz chamada Marcus Vini, documentário sobre a vida e obra do fotojornalista Marcus Vini.
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