METAL NO CALABA: Drama, Far Beyond Empire, Supersonido e Innocence Lost no Calabouço Rock Bar RJ

Em iniciativa da Kupula Rock Metal Prod. e em parceria com o Circuito Rio+Rock, o palco Calabouço Rock Bar recebeu as bandas Drama, Far Beyond Empire, Supersonido e Innocence Lost, que representaram diferentes vertentes do heavy metal carioca.

METAL NO CALABA:
Drama, Far Beyond Empire, Supersonido e Innocence Lost

18 de Agosto de 2024
Calabouço Rock Bar – Vila Isabel – RJ/RJ

TEXTO: Flavio Pereira Senra
FOTOS: Michael Meneses!

Innocence Lost – Retornando ao palco do Calabouço!

Sempre se fala que o Rio de Janeiro é o “Tumulo do Rock Brasileiro”, partindo da visão que só existem eventos com bandas covers e que shows com bandas autorias são raros ou quando acontecem ficam sempre vazios. Porém, não é bem assim. Os grandes vilões do Rock RJ são a falta de transporte publico de massa e um monte de eventos acontecendo simultaneamente, isso é bom, pois gera opção de escolha, mas acaba por dividir o publico. Para se ter uma ideia, no mesmo dia desse evento, cerca de 20 outros shows de rock aconteciam na capital carioca e região metropolitana do Rio de Janeiro (veja a programação dessa data AQUI no instagram do Agenda Rock RJ).

Então, o problema no Rio de Janeiro, não é falta de eventos e nem de público, mas sim, de uma organização coletiva por parte de todos (produtores, bandas, coletivos e publico). Claro, que ainda resta a questão do transporte, nesse caso a solução real só pode ocorrer não apenas através das urnas, mas especialmente com organização e mobilização popular, de modo que se possa pressionar a classe política a agir diante da falta de ônibus, trens, barcas, metrô… são prejudiciais para qualquer iniciativa, inclusive para a cultural, até porque o “povão” (sem nenhum sentido pejorativo) não pode se divertir indo e vindo de taxi, uber e afins, esse privilégio é para poucos. E, deixando bem claro que essa necessidade se aplica para a maioria das cidades e capitais do Brasil, o Rio de Janeiro é só mais uma que segue esquecida por governantes que não precisam de transporte de massa.

Seja como for, no caso do Metal no Calaba, o publico compareceu e conferiu animadas apresentações, vamos aos shows…

Drama – Representantes do Metal Industrial Carioca!

DRAMA – A primeira banda da noite abriu os trabalhos trazendo um empolgante Metal Industrial. Em sua formação, Eddie Torrez nos vocais, a recém chegada Melissa Diabolyme no baixo, Ricardo Amorim na guitarra e Jorge César na bateria. Sintetizadores aliados a guitarras pesadas, bons riffs e refrães bem “grudentos” garantiram um início de evento bastante animado. Foram tocadas majoritariamente canções do EP Dramática Vol.1 (ou “Contos Autodepreciativos Baseados em Fatos Surreais”, segundo a página oficial do grupo). Com letras que abordam temas diversos, como crises amorosas, sentimentos de autodepreciação e até fantasmas, o destaque da noite ficou para “Odeio Natal”, composição que rendeu bastante interação com o público. Houve também uma belíssima versão para “Por Enquanto”, do Legião Urbana.

Far Beyond Empire – Técnica e energia no palco!

FAR BEYOND EMPIRE – Em seguida, tivemos o Far Beyond Empire, trazendo seu Death/Groove extremamente técnico e pesado – que algumas pessoas poderiam rotular como “Death Metal Melódico”, inclusive. A formação conta com Hugo Purcino nos vocais, Marcelo Fishy nas guitarras, André de Lemos no baixo e Raul Fontenelle na bateria. Com canções marcadas por muito peso, técnica elevadíssima, melodias marcantes e ótimas letras que abordam questões sociopolíticas, a apresentação “transpirou” bastante energia, rendendo as primeiras rodas de pogo da noite. Diga-se de passagem, o vocalista Hugo Purcino, com sua performance cheia sentimento e ótima presença de palco, quase participou de uma dessas “rodinhas de pogo” nas vezes em que desceu do palco enquanto cantava. Foram executadas composições do excelente disco Sleepwalking Society, do potente single “Pandemonium” – faixa esta que foi um dos destaques do show, aliás. Muito em breve o quarteto lançará um novo disco, que certamente manterá o excelente nível de qualidade das canções já lançadas.

Supersonido – Hard/Heavy presente!

SUPERSONIDO – A terceira banda do evento, foi a Supersonido, trazendo seu Hard Rock/Metal autoral com letras em português, assim como a primeira banda. Com Daniel Marques nos vocais, Alex Ketzer e Daniel Gringo nas guitarras, Rafael Baía no baixo e Rodrigo Tartaro na bateria, o quinteto trouxe composições marcantes repletas de bastante peso e energia, fazendo jus ao seu nome e mostrando a todo mundo seu “supersom”. Peso, sentimento e atitude são características que se destacam nessa banda que prova que o rock não morreu, como frisado no release oficial do grupo e em uma de suas melhores canções (“Você Sabe Quem Eu Sou”, faixa que fez falta no show). Foram executadas canções do ótimo disco homônimo e do poderoso EP Dia de Caos. Mas não houve apenas material autoral, o publico presente foi brindado com “Ace of Spades”, clássico do Motorhead. Um momento comovente ocorreu mais para o fim do show: Diego Kupula, organizador do evento, foi chamado ao palco e declarou que a canção seguinte seria dedicada ao amigo Miguel Meni, falecido alguns dias antes. Em seguida a banda executou “Salve”, encerrando a apresentação com essa belíssima homenagem.

Innocence Lost – Fechando os trabalhos!
Mari Torres e a jam com Thiago Millores

INNOCENCE LOST – Encerrando com chave de ouro o evento, tivemos uma das bandas mais respeitadas do metal carioca, a Innocence Lost, com seu Power/Prog Metal. Foi tocado quase na íntegra o último disco, Oblivion, um álbum conceitual que merece ser conhecido, trazendo uma sonoridade bastante amadurecida resultante desses dezessete anos de existência da banda. A formação conta com Mari Torres nos vocais, Aloysio Ventura nos teclados, Ricardo Haquim no baixo, Gui Delucchi na guitarra e Thiago Alves na bateria. Peso, técnica e originalidade são traços marcantes das sofisticadas e multifacetadas composições do grupo. Impossível não comentar a poderosíssima voz de Mari Torres, que interpreta com maestria as reflexivas e instigantes letras das canções, com temáticas de cunho existencial. Para as faixas “The River” e “When The Light Fades Away”, o show contou com a participação especial do excelente cantor Thiago Millores (que frequentemente faz tributos ao grandioso Freddie Mercury, voz do Queen). Apesar de problemas técnicos no som que geraram certa microfonia em alguns momentos, o quinteto soube lidar com esses percalços e encerrar esse grande evento com uma ótima apresentação. O destaque vai para a estupenda faixa título do disco.

Bela Iniciativa…
E, no final das contas, fica a expectativa de mais eventos do Kupula Rock Metal Prod. e do Circuito Rio+Rock. Parabéns para toda a equipe de produção por movimentar a cena de música independente carioca com um evento bem-organizado repleto de bandas de alto calibre. Flavio Pereira Senra.

FLAVIO PEREIRA SENRA – professor de Língua Portuguesa e Literaturas do IFRJ e pesquisador na área de Estudos Culturais, tendo já produzido diversos artigos sobre o gênero Heavy Metal e suas representações políticas e sociais. Além disso, é autor do romance político “As instituições estão funcionando normalmente”, lançado pela editora Gosto Duvidoso em 2021 Adquira aqui!

MICHAEL MENESES – É o editor da Rock Press deste 2017, criador do Selo Cultural Parayba Records, fotojornalista desde 1993, foi fanzineiro nos anos 1980/90, jornalista e cineasta de formação, pós-graduado em artes visuais. Fotografa e escreve para diversos jornais, revistas, sites e rádios ao longo desses últimos 30 anos, também realiza ensaios fotográficos de diversos temas, em especial música, jornalísticos, esporte, sensual, natureza... Pesquisa, e trabalha com vendas de discos de vinil, CDs, DVDs, livros e outras mídias físicas. Michael Meneses é carioca do subúrbio, filho de pai paraibano de João Pessoa e de mãe sergipana de Itabaiana. Vegetariano desde 1996Em junho de 2021 foi homenageado na Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro pelo vereador Willian Siri (PSOL/RJ), com monção honrosa por iniciativas no audiovisual e na cultura suburbana. Torce pelo Campo Grande A.C. no Rio de Janeiro, Itabaiana/SE no Brasil e Flamengo no Universo. Atualmente, dirige o filme, “VER+ – Uma Luz chamada Marcus Vini, documentário sobre a vida e obra do fotojornalista Marcus Vini.

Uma resposta

  1. Que matéria incrível. Parabéns a todos da Rock Press.

    Foi uma honra a presença de vocês.
    👊🏻🤘🏻🔥☠️🖤

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