LADRÃO: Rock na Essência da Malandragem! ENTREVISTA!

Formada por Daniel Vitarelli, Farrah Santo Sé e Formigão, o power trio carioca Ladrão é uma das atrações da última noite do Festival Bonde Verão 2025, onde divide palco com Nebulosa, 808 Punks e Coyote Valvulado. A Rock Press conversou com a banda na coluna 1,2,3,4…

LADRÃO
Rock na Essência da Malandragem!

ENTREVISTA: Michael Meneses!
FOTOS: Ian Dias e Igor Nogueira

Um projeto atual formado por músicos veteranos, assim podemos definir o trabalho da banda carioca Ladrão.

Em atividade desde 2003 e contando com Daniel Vitarelli (vocal e bateria), Farrah Santo Sé (das bandas Granmostarda, Coyote Valvulado na guitarra) e Formigão (Planet Hemp, 808 Punks… no baixo). Ou seja, literalmente falando, um power trio. O nome Ladrão, e o logo da banda, são críticas irônicas ao congresso nacional.

Com influências de rock, electro, groove, jungle, breakbeat, funk, RAP, metal, MPB, jazz e punk rock, a banda também aposta no uso de samplers e beats e no livre acesso às plataformas digitais de propagação da música.

Em sua discografia, o EP “Demo Cracia”  (2018), o álbum “Show Livre ao Vivo”  (2019), ambos trabalhos, despertaram a atenção do Luca Dayz (Bentley Rec.), gravadora de Nova Iorque (EUA), que lançou os singles “Preço” (2022)  e “Poesia de Liquidificador” (2023). Já a canção “A Paz Não Está Perdida”, foi incluída pela gravadora Rehegoo Music (Inglaterra) na playlists “Bedroom Artists”, um projeto com o lendário produtor Quincy Jones.

Ladrão sobe ao palco do Festival Verão Bonde Verão 2025 (serviço completo abaixo), e a Rock Press, conversou com o vocal e baterista Daniel Vitarelli que falou sobre a história e projetos da banda na entrevista que segue…

1 – ROCK PRESS / MICHAEL MENESES: Ladrão é uma banda formada por músicos com bagagem. Conta a história da banda aos leitores da Rock Press…

Daniel Vitarelli / Ladrão: Bom, temos alguma bagagem (risos). Há quase 30 anos, na década de 90, eu e Formiga nos conhecemos e combinamos de fazer um som… Na verdade ele viu o show da minha antiga banda New Pigs e disse, nós vamos fazer um som juntos! (risos). Depois do mundo dar muitas voltas, eis que isso se concretiza… Comecei o projeto da Ladrão em 2003, assim que fiz um som com um DJ Igor F Beatz, num quarto que era um antigo estúdio na casa da minha mãe em Juiz de Fora/MG, no dia estavam ainda outros músicos, importantes na cena, Marcelo Mancini, do Muamba que depois montaria o Strike, Coutinho do Brother Rap, banda dos anos 90 que eu era muito fã, Pedrão, e o Gabriel Lobo, nós três estávamos tocando juntos num projeto muito maneiro e desafiador, o Preto Velho, com berimbau e atabaques, que como outros infelizmente acabou não vingando pelas dificuldades do underground…

Bom, mas os caras saíram e fiquei com o Igor e seu PC 486 no dia, fazendo várias experimentações de batera com eletrônico, eu já tinha tido algumas experiências em Juiz de Fora, vendo o som do produtor Paulo Beto, um Papa da cena eletrônica brazuca, (até então nunca tinha visto um estúdio digital), e me amarrei tanto no som de que a gente fez, e na facilidade que o digital tinha de acesso, que resolvi ligar pra ele no outro dia pra saber como montar um PC pra mim. E o dinheiro? A gente dava um jeito…

A partir daí, comecei a experimentar e criar sampler e gravar as primeiras bases eletrônicas, mas senti falta da batera acústica, instrumentos acústicos… Resumindo, depois de um rolê de um ano, ainda trabalhando como garçom de uma pastelaria, gravei 16 músicas fazendo tudo, baixo, batera, voz, guitarra, mixando e masterizando o trabalho… Roubando Melodias Batidas e Grooves, disco que vendi 550 cópias de mão em mão. O disco virou um live PA com músicos de Juiz de Fora, Criolo, Malão e Bizorro, mais o Igor soltando as bases, e em 2006 acabei desembarcando no Rio, e essa formação infelizmente ficou inviável, e foi aí que mostrei o som para o Formiga, que ouviu e  prontamente comprou a ideia. Começamos a  ensaiar com o Guiga na guitarra, por um ano, antes de recomeçar a tocar ao vivo.

Essa formação rolou até 2016 quando o Guiga foi para São Paulo, e então um dia na Praia Vermelha, encontro o Farrah, que me cumprimentou e disse tinha visto o show um tempo antes e “imaginado” todas as guitarras das músicas na cabeça, e foi o lance mais louco dessa história toda. Depois disso, realmente posso dizer que as coisas ganharam consistência e conseguimos dar uma sequência, fora a pandemia, em um trabalho que estamos sempre desenvolvendo e experimentando até hoje.

2 – ROCK PRESS: Falando na bagagem dos músicos.  Quais os outros projetos de vocês?

Daniel Vitarelli: Pois é, né? Pela primeira pergunta deu para ver que o rolê é grande (risos…). Temos vários, mas para resumir, o Formigão homem das 500 bandas, (sempre foi assim, pode acreditar) é baixista do Planet Hemp, 808 Punks, e mais uma pá de bandas, é o tipo do cara que sempre está feliz tocando… O Farrah tem a Granmostarda, banda dele, e sempre está armando gigs e vários trabalhos musicais… Hoje, só estou com a Ladrão, mas sou barman, e tenho um butequinho de caipirinha no Jack Bauer, um trailer 24h em Botafogo (RJ).

3 – ROCK PRESS: Além de ser o baterista, você também é o vocal da banda. Quais as dificuldades de assumir tais funções e quais outros músicos lhe inspiraram a tocar e cantar ao mesmo tempo?

Daniel Vitarelli: Cara, nem fala… No começo fazia só a voz no ao vivo da Ladrão, e quando o Bizorro que era batera da primeira formação saiu, comecei a passar as músicas para o Guiga e para o Formiga que me praticamente me obrigaram a cantar e tocar… Resisti no começo, mas gravamos um vídeo com o Zé Felipe, para o antigo estúdio casa 3 que “viralizou” na época. Vi que dava, porque com o eletrônico de base fica ainda mais complicado tocar e cantar. Tive um plus, na verdade que foi do meu grande irmão, o Lucky Leminski, do X-Rated, Metal Mania, Monstros do Ula – Ula, ele decidiu investir em mim (risos). Estudei com ele voz, e estudamos praticamente todos os bateras que cantam e tocam… O Sérgio do Roupa Nova, Don Brewer do Grand Funk, Don Henley, Eagles, Luiz Carlos “Batera” incrível, Dom Salvador… Vou estudando tudo que ele me passou até hoje.

4 – ROCK PRESS: Ladrão é uma banda cria do underground. Como você está vendo a atual cena independente brasileira?

Daniel Vitarelli: A gente tem rodado bastante, e temos visto e tocado com muitas bandas, no Rio falta apoio, mas a galera está conseguindo, a Rebel é resistência o Garage com Heron e Bruno e na Rua Ceará tá rolando o Heavy Beer, Pecado Mora ao Lado, o Subúrbio Alternativo do DJ Terror, o Rato no Rio, galera ocupando as Lonas Culturais, como o Arena Rock Sunday, evento do André Paumgartten e da Roberta Loureiro da Rob Low Produções, O Rockarioka, do Pedro Serra, a Bonde Music, a galera de Niterói, tem o Centro Cultural Diversa que tá abrindo agora e sempre tem alguém produzindo na Região dos Lagos… Bandas e público têm vide o evento das 100 bandas, com mais de 8 mil pessoas, precisa só, na minha opinião, organizar melhor pra conseguir além de tudo, sustentar a cena. Em São Paulo, na capital e no interior é um pouco mais organizado, tem rádios e até grandes, na Bahia é incrível, ou melhor, no Nordeste em geral, no Sul tem trabalho, mas ainda não fomos, só em Londrina/PR, mas tem muito tempo. Ou seja, tem público, tem bandas, mas é aquilo do underground, ralação, se tivesse mais apoio e acesso para nós, tipo marcas e empresas patrocinando os eventos, assim como os governos estaduais e federal, daria até para viver disso mais facilmente, mas …

5 – ROCK PRESS: A banda é uma das atrações da última noite do Festival Bonde Verão. Quais são as expectativas para o show?  Quais os planos para 2025? E, deixe uma mensagem aos leitores da Rock Press…

Daniel Vitarelli: No Pecado Mora ao Lado como no rolê da Rua Ceará o bicho está pegando e a galera está colando em peso, então a expectativa para o sábado é casa cheia! Muito bom isso! O ano de 2025, para a gente começou frenético, com uma bombada inesperada no Spotify, esperamos viajar bastante e estamos terminando de ensaiar as músicas novas pra fechar o disco com 12 sons, finalmente! Galera, vamos chegar sabadão no Pecado Mora ao Lado, é aquele rolê que dura até clarear o dia! Festival Bonde Verão! Calor pra porra. Vaaaamooos…

FESTIVAL BONDE VERÃO 2025
Última Noite!

“Todo Carnaval Tem Seu Fim”, não, não estamos falando do Los Hermanos e nem do carnaval, mas da folia que vem sendo a edição 2025 do Festival Bonde de Verão, que assim como todo carnaval, tá chegando ao seu fim no próximo sábado (25), e além da Ladrão as bandas Nebulosa, 808 Punks e Coyote Valvulado (veja serviço completo abaixo).

A Rock Press esteve presente nas três noites já ocorridas da edição 2025 do Festival e confirmou o carinho, dedicação e a responsabilidade da produção da Bonde Music em prol do sucesso do evento. Assistimos todos os shows e entrevistamos, além do a Ladrão, as bandas Vicejo (leia), Iguanas-X (leia) e Texuga (leia).

Reconhecemos iniciativas que promovem bandas e artistas autorais do cenário independente, e o Festival Bonde Verão tem o nosso respeito. Parabenizamos o músico e DJ André Paumgartten, (também já conversamos com ele, leia aqui), por pela realização da segunda edição do festival.

RECOMENDAMOS…
O festival segue acontecendo no rústico e aconchegante Bar O Pecado Mora ao Lado, na Praça da Bandeira (RJ) e além dos shows, haverá discotecagem com DJ Mamute nos intervalos e banquinhas com material independente. Prestigiem a iniciativa e que venha a edição 2026! #Recomendamos! – Michael Meneses!

CONTATOS COM A BANDA LADRÃO:

SPOTIFY: www.spotify/ladrão
SOUNDCLOUD: https://soundcloud.com/ladrao
FACEBOOK: https://www.facebook.com/ladraoo/
INSTAGRAM: https://www.instagram.com/ladraoo/
DEEZER: https://www.deezer.com/us/album/60788642
YOUTUBE: https://www.youtube.com/@ladraobanda3306
BANDCAMP: https://ladro1.bandcamp.com/album/demo-cracia
E-MAIL: ladrãocontato@gmail.com

BONDE MUSIC FESTIVAL – 2025

PROGRAMAÇÃO:
04 DE JANEIRO: Drama, Vicejo, Anacrônicos e Paumgartten
11 DE JANEIRO: Velho Jou, Iguanas-X, Movimento da Roda e Magma Velvo
18 DE JANEIRO: B+P, Texuga, Guidi Vieira e Trash No Star
25 DE JANEIRO: Ladrão, Nebulosa, 808 Punks e Coyote Valvulado

LOCAL: O Pecado Mora ao Lado – R. Hilário Ribeiro, 196 – Praça da Bandeira/RJ
HORÁRIOS: Abertura da casa às 20h e o primeiro show às 22h.
INGRESSOS: À venda no site da Sympla (aqui) e na hora, na bilheteria da casa.
ENTRADA GRATUITA: Para PCDs e pessoas trans em todos os dias do festival.
PRODUÇÃO: AndréPaumgartten e Bonde Music
INFORMAÇÕES: Bonde Music – https://bondemusic.com.br/
APOIO:

Portal Rock Press – @portalrockpress
Selo Parayba Records – @paraybarecords
Agenda Rock RJ – @agendarockrj
Site Headbangers Brasil – @headbangers_br
Rob Low Produções – @roblowproducoes
Agencia The Bridge – @thebridgepressbr
Selo Saliva Discos – @salivadiscos

MICHAEL MENESES – É o editor da Rock Press deste 2017, criador do Selo Cultural Parayba Records, fotojornalista desde 1993, foi fanzineiro nos anos 1980/90, jornalista e cineasta de formação, pós-graduado em artes visuais. Fotografa e escreve para diversos jornais, revistas, sites e rádios ao longo desses últimos 30 anos, também realiza ensaios fotográficos de diversos temas, em especial música, jornalísticos, esporte, sensual, natureza... Pesquisa, e trabalha com vendas de discos de vinil, CDs, DVDs, livros e outras mídias físicas. Michael Meneses é carioca do subúrbio, filho de pai paraibano de João Pessoa e de mãe sergipana de Itabaiana. Vegetariano desde 1996Em junho de 2021 foi homenageado na Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro pelo vereador Willian Siri (PSOL/RJ), com monção honrosa por iniciativas no audiovisual e na cultura suburbana. Torce pelo Campo Grande A.C. no Rio de Janeiro, Itabaiana/SE no Brasil e Flamengo no Universo. Atualmente, dirige o filme, “VER+ – Uma Luz chamada Marcus Vini, documentário sobre a vida e obra do fotojornalista Marcus Vini e em julho de 2024, realizou a quarta edição do Parayba Rock Fest.

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