L7 & BLACK FLAG BRASIL 2023

Voltando ao Brasil após 5 anos, o quarteto grunge feminista faz shows em São Paulo (20/10), Ribeirão Preto (22/10), Curitiba (24/10), Porto Alegre (25/10), Belo Horizonte (27/10), e encerrando a turnê no Rio de Janeiro (29/10), com a banda Mukeka di Rato abrindo o espetáculo. Acompanhando o L7 em alguns datas, outra banda histórica, o Black Flag. Há ingressos à venda para todas as apresentações e a iniciativa da turnê é da produtora Venus Concerts. Saiba mais na matéria que segue…

TEXTO: Larissa Oliveira e Michael Meneses!
FOTOS: Michael Meneses! e divulgação

A década de 90 foi certamente marcada por uma forte presença das mulheres tocando instrumentos, liderando bandas e com mensagens libertadoras em suas músicas. Alguns exemplos disso são PJ Harvey, The Breeders, Skunk Anansie e as bandas do movimento Riot Grrrl (Bikini Kill, Bratmobile, Bulimia, etc.).

Alguns anos antes, uma banda barulhenta da Califórnia com três garotas e um rapaz já havia lançado um álbum homônimo, fazendo parte da onda pré-grunge. Essa banda se chama L7 e, já com uma formação completamente feminina em 1990, se consolidaria como o nome mais importante do punk/grunge feito por mulheres da década. Donita Sparks (guitarra/vocal), Jennifer Finch (baixo/vocal), Suzi Gardner (guitarra/vocal) e Dee Plakas (bateria/backing vocal) se destacavam por serem mulheres distintas e irreverentes, semeando um campo para mulheres como elas em todo o mundo empunharem instrumentos e fazerem seu próprio som.

Foi com Bricks Are Heavy de 1992 que a banda pode, de fato, colher os frutos que mereciam. O álbum está em várias listas de melhores discos grunge e dos anos 90; e seus hits, como “Pretend We’re Dead” e “Wargasm”, tocam até hoje em rádios, séries (confira As Sete Vidas de Lea, na Netflix) e filmes. Em 1993, L7 se juntou a dois outros grandes nomes do grunge, Alice in Chains e Nirvana, e fizeram dois shows históricos no extinto festival Hollywood Rock, no Rio de Janeiro e em São Paulo.

Muitas pessoas com certeza irão lembrar de como as integrantes reagiam de forma debochada e firme aos cantos machistas da plateia. Era comum ver Jennifer e Donita baixarem seus shorts e bermudas e mostrarem as bundas como irreverência a todo preconceito que passavam. Donita chegou a jogar um absorvente interno sujo na plateia ao perceber o boicote do seu show no Festival Reading, de 1992. Em 2001, a banda entrou em hiato, mas deixou 6 álbuns, uma participação como banda no filme “Mamãe é de Morte”, de John Waters, sob o nome de Camel Lips; uma iniciativa pró-aborto acompanhada de uma série de shows chamada Rock For Choice, uma enorme inspiração para milhares de mulheres na música, e, acima de tudo, saudades.

DE VOLTA AOS PALCOS

Foi em 2014 que L7 anunciou sua volta pelo Facebook e seu público estava ávido por aqueles mesmos shows animados, barulhentos e que traziam as mulheres para mais perto do rock. Depois de muitos pedidos por novidades do grupo, elas lançaram o documentário “L7: Pretend We’re Dead” (2016) que conta a trajetória da banda, e dois singles consecutivos: “Dispatch from Mar-a-Lago” (2017), em zoeira ao então presidente dos EUA, Donald Trump; e “I Came Back to Bitch” (2018), acompanhado de um clipe que definitivamente trazia o ar nostálgico do L7 do Bricks Are Heavy (que ganhou matéria na coluna Discão da Rock Press, leia AQUI). Este single não seria a única surpresa. Elas também anunciaram uma turnê mundial, com passagem pelo Brasil no fim do ano. Tocaram em São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre e Curitiba, trazendo os dois singles e hits antigos. A Rock Press esteve presente nas apresentações do Rio de Janeiro e Belo Horizonte, (N. da Autora: Conto minha aventura em Porto Alegre em meu blog pessoal. Leia AQUI!).

A volta do L7 aos palcos provou que elas jamais perderam a sintonia e vigor. Era época de eleição bolsonarista no país e Donita fez questão de criticar Bolsonaro, o comparando a Trump ao cantar “Dispatch from Mar-a-Lago”. Também foi possível notar a mesma energia alucinante dos shows de 1993, quando tocaram “Fast and Frightening”, que sem dúvidas é a preferida do público. Logo após a turnê, elas lançaram seu primeiro disco desde 1999. “Scatter The Rats”, da gravadora Blackheart Records, de Joan Jett. É certamente um álbum irmão dos dois últimos da década de 90.

Após 30 anos do Hollywood Rock, o público brasileiro poderá presenciar mais uma vez a calorosa apresentação da banda na turnê “The Best of L7”, que celebra os 31 anos de “Bricks Are Heavy” e outros hits da banda. Os fãs com certeza podem esperar ouvir as icônicas “Monster” e “Slide” na voz de Suzi Gardner, “Scrap” e “Shitlist” na voz de Donita Sparks e “One More Thing” e “Everglade” com Jennifer Finch. Porém, assim como na turnê de 2018, muitos fãs vão implorar por “Wargasm” e espero que tenhamos sorte desta vez.

O L7 passará novamente pelas mesmas 5 cidades brasileiras, desta vez incluindo Ribeirão Preto. Sua passagem pelo festival Maranhão Open Air (MOA) foi anulada pelo cancelamento do evento, devido à baixa venda de ingressos. Seria a primeira vez da banda em solo nordestino, algo que entraria para a história do grunge no Brasil. Mesmo assim, é importante receber a banda californiana pela terceira vez, já que é uma das poucas bandas grunge remanescentes e que mostra que bandas com mulheres podem ser duradouras, desafiando, da mesma forma, os preconceitos que muitas artistas sofrem ao envelhecer.

BLACK FLAG NA PARADA!

Michael Meneses!

Alguns shows do L7 no Brasil contarão com a lendária banda americana de Punk/HC Black Flag, que esteve no Brasil pouco antes da pandemia. Formada em 1976 em Hermosa Beach, na Califórnia/EUA, a banda lançou ao longo dos anos sete álbuns de estúdio e dois discos ao vivo, todos pelo selo Grinn Rec. Além disso, a banda participou de algumas coletâneas. Vale destacar que a Grinn Rec lançou trabalhos de banda como Bad Brains, Sonic Youth, The Saints entre outros.

Referência do movimento “Faça Você Mesmo”, por 10 anos a Black Flag fez história na cena hardcore, influenciando inclusive o surgimento do grunge de Seatle. Sua formação atual conta apenas com Greg Ginn (guitarrista e único músico original) e, ocupando a vaga que já foi de Henry Rollins (1981 e 1986), Mike Vallely, nos vocais desde 2013, quando a banda retornou às atividades.

Para essa nova vinda ao Brasil, a Black Flag promete um show de cerca de duas horas, tocando o álbum “My War” (1984), na íntegra. Antes do Brasil, a banda faz outros shows pela América Latina, começando pelo México com apresentações em Monterrey (12/10), Guadalajara (13/10) e Cidade do México (13/10), e, em seguida, San Jose/Costa Rica (15/10). E, sim, aquela camisa em homenagem ao nosso SUS que fez sucesso durante a pandemia é o logo oficial da Black Flag.

Recomendamos…
Depois do Brasil, o L7 faz apresentações em outros países da América do Sul, 31 de outubro de 2023 – Buenos Aires (31/10), Santiago/Chile (02/11) e Bogotá/Colômbia (04/11). Veja o serviços de todos os shows no Brasil abaixo. Os ingressos estão a venda para todas as datas e é preciso dizer que #recomendamos! – Larissa Oliveira e Michael Meneses!

L7 & BLACK FLAG TOUR BRASIL 2023

SERVIÇO

SÃO PAULO/SP
SHOWS: L7 + Black Flag + Cólera + As Mercenárias

DATA: 20 de outubro de 2023,19h (abertura da casa)
LOCAL: Carioca Club – Rua Cardeal Arcoverde, 2899 – Pinheiros, São Paulo/SP
INGRESSO: Antecipados no site Clube do Ingresso (aqui) e na hora na bilheteria do Carioca Club.
CLASSIFICAÇÃO: 18 anos.

RIBEIRÃO PRETO/SP
Ribeirão Rock Series: L7, Black Flag, Eskröta e Black Pantera
DATA:
22 de outubro de 2023
LOCAL: Centro de Eventos Quinta Linda – SP-330, s/n – KM 303 – Ribeirão Preto – São Paulo
INGRESSO: Antecipados no site Duoticket (aqui) e na bilheteria do Centro de Eventos Quinta Linda.

CURITIBA/PR
DATA:
24 de outubro de 2023,
LOCAL: @ Tork n’ Roll – Av. Mal. Floriano Peixoto, 1695 – Rebouças, Curitiba – Paraná
INGRESSO: Antecipados no site Bilheto (aqui) e na hora na bilheteria da casa.
INFO: @torkandroll

PORTO ALEGRE/RS
DATA:
25 de outubro de 2023
LOCAL: Bar @ Opinião – Porto Alegre – Rio Grande do Sul
INGRESSO: Antecipados no site Bilheto (aqui) e na bilheteria do Bar Opinião.

BELO HORIZONTE/MG
DATA:
27 de outubro de 2023, 19h
LOCAL: Mister Rock – Avenida Teresa Cristina, 295 – Prado – Belo Horizonte – Minas Gerais
INGRESSO: Antecipados no site Bilheto (aqui) e na bilheteria do Mister Rock.
CLASSIFICAÇÃO: 16 anos.

RIO DE JANEIRO/RJ
L7 + Black Flag + Mukeka di Rato
DATA:
29 de outubro de 2023
LOCAL: @ Sacadura 154 – Rua Sacadura Cabral 154 – Gamboa – RJ/RJ
INGRESSO: Antecipado no Site Showpass (aqui). e na hora na bilheteria do Sacadura 154.

LARISSA OLIVEIRA – Sergipana atualmente no Rio de Janeiro, é pedagoga e professora de idiomas (Inglês e Francês), escritora e editora dos Blogs A Redoma de Vidro e Mulheres da Geração Beat (e Women of the Beat Generation), escrevendo também para o Cine Suffragette e Portal Rock Press. Atua como zineira bilíngue e riot grrrl no @iwannabeyrgrrrlzine e como tradutora de artigos e livros. Não vive sem praia, CDs e batom.

MICHAEL MENESES – É o editor da Rock Press deste 2017, criador do Selo Cultural Parayba Records, fotojornalista desde 1993, foi fanzineiro nos anos 1980/90, fotojornalista, jornalista e cineasta de formação, pós-graduado em artes visuais. Fotografa e escreve para diversos jornais, revistas, sites e rádios ao longo desses últimos 30 anos, também realiza ensaios fotográficos de diversos temas, em especial música, jornalísticos, esporte, sensual, natureza... Pesquisa, e trabalha com vendas de discos de vinil, CDs, DVDs, livros e outras mídias físicas. Michael Meneses é carioca do subúrbio, filho de pai paraibano de João Pessoa e de mãe sergipana de Itabaiana. Vegetariano desde 1996Torce pelo Campo Grande A.C. no Rio de Janeiro, Itabaiana/SE no Brasil e Flamengo no Universo. Atualmente, dirige o filme, “VER+ – Uma Luz chamada Marcus Vini, documentário sobre a vida e obra do fotojornalista Marcus Vini.

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