A segunda edição carioca do Festival M.I.T.A., agitou o Jockey Club. Foram dois dias (27 e 28/05 de 2023), de shows (16 no total), para vários gostos e estilos musicais. A Rock Press esteve presente e lembra, próximo final de semana, o festival continua em São Paulo e os ingressos estão à venda, porém, esgotados para o primeiro dia.
FESTIVAL M.I.T.A. 2023 – Jockey Club – Rio de Janeiro/RJ
Dias 27 e 28 de maio de 2023
TEXTO: Paulo Schwinn
FOTOS: Cleber Jr.
Ao longo de sua história nem só de corridas de cavalos viveu o Jockey Club do Rio de Janeiro, o espaço foi palco de shows antológicos, sendo um dos mais lembrados, a apresentação da Legião Urbana, ocorrida em 7 de julho de 1990, data da morte de Cazuza, que ganhou homenagem de Renato Russo e banda na ocasião. Os anos se passaram e muitos shows, festas e eventos culturais aconteceram no espaço.
No último final de semana, outro evento fez história, a edição carioca do Festival M.I.T.A., com shows nacionais e internacionais divididos em dois palcos (Corcovado e Deezer) que animaram o público carioca em dois dias quentes e ensolarados deste outono. A Rock Press conferiu, e conta como foram alguns dos principais shows do festival…
PRIMEIRO DIA: Sábado, 27 de maio de 2023
Jehnny Beth – Palco Corcovado
A ainda vocalista do Savages fez um show explosivo, com bases eletrônicas e um baixo, tocado por seu companheiro Johnny Hostile. Foi quase uma ‘rave’ em plena luz do dia. O repertório foi pinçado basicamente de seu álbum solo “TO LOVE IS TO LIVE” (grafado assim mesmo, todo em letras maiúsculas), de 2020. Seis canções desse disco, de um total de dez, foram seu set, todas com até mais peso nas programações ao vivo do que as versões de estúdio. E foram aparecendo “Innocence”, “Heroine”, “Flower” “Essa é para as garotas”, anunciou Beth antes de cantá-la próxima ao público, com a intenção surfar por cima dele. A ideia foi abandonada por não estar tão cheio como ela esperava, apesar do bom público que acompanhava a apresentação.
Ao voltar para o palco, ela finaliza “Flower” num dueto muito sensual com a terceira integrante do palco, a vocalista e tecladista Malvina Meinier, também produtora e compositora e que se juntou à trupe de Jehnny há três anos. “We Will Sin Together” veio a seguir com nova tentativa de Jehnny surfar a multidão, sem sucesso. Em “More Adrenaline”, Jehnny Beth pede a ajuda do povo para repetir o refrão da canção, o que fez a galera se animar e pular sob o comando de Beth, na hora do refrão, numa integração bacana entre banda e plateia.
O show vai chegando ao fim de uma forma bem interessante. “Closer”, uma releitura da música do Nine Inch Nails que ficou boa demais na voz da cantora francesa, mais uma vez tendo a ajuda de Malvina no refrão. Hostile também tem participação muito ativa, ora solando o baixo com raiva, ora jogando seu microfone no chão com pedestal e tudo. O fim, após quase 50 minutos de apresentação, chega com “I’M The Man”, deixando um gosto de ‘quero mais’ aos presentes e a porta aberta para um retorno de Jehnny Beth para um show completo.
BadBadNotGood e Arthur Verocai: Um show poético vivenciado por por poucos!
Palco Corcovado
A música de introdução para a entrada no palco do quarteto canadense BadBadNotGood ser “War Pigs” do Black Sabbath diz muito sobre essa banda. Os caras são inventivos e utilizam elementos de diversos estilos musicais como o jazz (o mais óbvio), o hip hop e até o rock. O baixista Chester Hansen, o tecladista Mattew Tavares, o baterista Alexander Sowinski (que é quem fala com o público) e o saxofonista/guitarrista Leland Whitty, tocam juntos desde 2010, sobem ao palco com a dura missão de entreter o público que estava ali, em sua grande maioria, para ver Lana Del Rey, a atração principal do dia de MITA. Conseguiram em parte. Muitos fãs de Lana permaneceram sentados no chão, ocupando mais espaço do que o necessário, e prejudicando um pouco uma interação maior entre palco e plateia. Um pouco de ‘simancol’ faria bem.
Cerca de três números instrumentais são tocados e chega a hora de apresentar o grande convidado do show. O baterista Alexander anuncia muito entusiasticamente o maestro Arthur Verocai, que é ovacionado por parte do público, ou seja, aquele que estava conectado ao show. Arthur, ainda com o microfone sem som, agradece e se posiciona para a reger a pequena orquestra de cordas com cerca de oito integrantes. Mais dois números instrumentais foram apresentados, com belíssimas projeções visuais no telão (pessoas nadando em piscinas, imagens do pôr do sol) completando o clima de sensações variadas, chega a hora de Verocai anunciar a cantora Paula Santoro (foto), que já canta nos álbuns e demais trabalhos do maestro há algum tempo. São apresentadas duas canções do clássico álbum que Arthur Verocai lançou em 1972: “Nas Sombras” e “Na Boca do Sol”. Mesmo com a apatia de parte do público, a apresentação foi linda. A junção da pequena orquestra regida por Verocai com a alquimia sonora do BadBadNotGood ficou beirando o sublime e foi uma pena que boa parte do público não quis vivenciar o encontro. Verocai elogiou os canadenses: “São músicos muito talentosos e tecnicamente perfeitos. É uma honra para mim estar aqui!”. A honra foi de quem estava apreciando o show. A vibe era completamente diferente de antes (Jehnny Beth) e do que viria depois (DJ Flume). Enfim, uma apresentação que poderia ter sido contemplada por mais gente.
Jorge Ben Jor
Palco Deezer
Um show de Jorge Ben (é difícil chamá-lo de Ben Jor, vai) é diversão garantida. O cara compôs sozinho uma penca de hits e em uma hora de duração não daria para apresentar nem a metade. Mas, muitos foram entregues, para “alegrar a festa”, como na letra de um dos hits mostrados, “A Banda do Zé Pretinho”, com a própria em cena. O início com a clássica “Jorge de Capadócia” já foi de arrepiar… e dançar. Com a banda toda de branco e já tocando, Ben chega chegando: “Boa tarde! Boa tarde! Estamos aqui na Terra dos Cavalos! The Horse Land!” E daí para frente foram só clássicos da música brasileira dos últimos 60 anos (2023 marca os 60º aniversário do lançamento do primeiro álbum de Jorge Ben, ‘Samba Esquema Novo’, de 1963). E tome “Santa Clara Clareou”, “Zazueira/A Minha Menina”, “Que Maravilha” (essa composta com Toquinho, numa rara parceria de Ben), “Ive Brussel”, “Por Causa de Você, Menina”… Não é clichê o que vou escrever, mas, realmente, não dá para ficar parado e muito menos triste num show de Jorge Ben Jor. Foi o show com o espaço vip mais cheio do primeiro dia do MITA Festival. Eram fãs de todas as idades, entre elas, Este Haim, baixista da banda Haim, que é fã de música brasileira, e ainda atendeu alguns fãs que pediram fotos com ela.
E Ben Jor, do alto de seus 84 anos muito bem vividos, completados em março desse ano, ainda cantou “Chove Chuva”, “País Tropical”, “Mas Que Nada”, dançou com o percussionista Neném da Cuica, e o show se encaminhava para a última música quando alguém da produção do Festival chega ao lado do palco e faz sinal (aquele da mão atravessando o pescoço) de ‘corta, acabou!’. Ben Jor ignora e pega o microfone para falar alguma coisa, devia ser para agradecer e apresentar a última música, e tem o som do microfone cortado. Ele não percebe isso e a banda começa a tocar o que seria o último número, “Umbabarauma (Homem Gol)”, e o som dos instrumentos é cortado também! A banda continua, se entreolhando sem entender o que tinha acontecido, só com o som dos amplificadores de palco, sem P.A. Um momento constrangedor que poderia ter sido evitado, porém, os horários estavam rígidos, não dando margem a acréscimos de tempo nas apresentações, infelizmente. Mas isso não tirou o brilho do show da lenda viva Jorge Ben Jor.
Planet Hemp
Palco Deezer
O Planet Hemp fechou as apresentações no palco Deezer em alto estilo, com um show de muito rock, hip hop, rap e até funk carioca, contribuição do trio Tropikillaz, convidado pelo Planet. A exemplo da apresentação no Circo Voador (leia aqui) e que marcou o lançamento do álbum “Jardineiros”, o telão exibiu imagens do começo da carreira da banda nos anos 1990. São lembrados Skunk, o primeiro vocalista falecido em 1993, e o parceiro e incentivador Marcelo Yuka, ex-Rappa e falecido em 2019. A perseguição policial (e políticas) pela defesa da banda à descriminalização da maconha também são lembradas no mini-documentário pré-show. Com a adrenalina (e a emoção) do público lá em cima, a banda começa a desfilar pedradas em forma de canções na cara da sociedade conservadora e hipócrita. Marcelo D2 e B Negão (vozes), Formigão (baixo, chamado depois de ‘lenda do underground do Rio de Janeiro’ por D2 e negão na apresentação da banda), Nobru Pederneiras (guitarra), Dony Escobar (segundo guitarrista, e que veio do banda Matanza) e Pedro Garcia (bateria e produtor do disco ‘Jardineiros’ lançado em 2022; “sem ele o disco não sairia”, confessou D2), subiram ao palco com o discurso afiado e sendo mais Planet Hemp do que nunca. Muitas músicas do ‘Jardineiros’ são apresentadas e ovacionadas como “Distopia”, que teve, sim, a participação de Criolo (via telão), “Taca Fogo”, um hardcore de responsa contra os defensores do ‘modos operandi’ dos pseudo ‘cidadãos de bem’ e bolsomíninos em geral. Precisamos, mais do que nunca, de gente que reverbere esses petardos na cara da sociedade hipócrita.
O Tropikillaz, formado pelos DJs Zé Gonzalez e André Laudz, reforçados pelo DJ Venon, que faz os scratchs do Planet Hemp, marca presença reproduzindo no palco a parceria com a banda. A canção “Ainda”, mais funk carioca, quebra um pouco o ritmo punk/hardcore/hiphop da apresentação, mas não deixa a ritmo cair. “Jardineiro” é outra que traz uma mensagem: ‘Não comprem, plante!’, enfatizou B Negão. “Isso aqui tá um imenso Circo Voador”, fala um emocionado D2 ao ver que a galera estava curtindo e muito o show, abrindo uma imensa roda, sem nenhuma violência, durante “100% Hardcore”, “Deisdazseis” e uma referência a “Deixa a gira girar”, dos Tincoãs, levada no meio dessa vibração incrível.
Não poderia faltar a homenagem a Chico Science, com “Samba Makossa”, gravada pela Planet em 1998, um ano após a morte do principal nome do Mangue Beat. Mr. Catra também é lembrado com “Cadê o Isqueiro” e pela primeira vez em muito tempo eu vi muito mais isqueiros do que celulares acesos em um show. “A Culpa é de Quem?” e “Mantenha o Respeito” encerram um show histórico, que mostrou que o Planet Hemp está de volta, doa a quem doer!
LANA DEL REY
A cantora e compositora novaiorquina entregou ao público o que ele queria: drama e melancolia com estética ‘kitsch’, um quê de clássico e hits, muitos hits. A expectativa era muito alta quando já passavam das 20:30 e as luzes do palco se apagaram. “Nature Boy”, de Nat King Cole, hino dos anos 1950, época de ouro da música americana, juntos com os ‘sixties’, décadas nas quais Lana se inspirou para construir sua obra, vão dando o clima do que estava para começar. Primeiro entram as seis bailarinas, depois as três vocalistas de apoio, os músicos e com as luzes já acesas, ora num tom azul que lembra um céu de fim de tarde e ora num tom vermelho que lembra um cabaré barato, finalmente surge Lana, escoltada por dois membros da equipe de apoio. Toda vestida de preto, num vestido de mangas compridas, sem revelar muito suas sinuosas curvas, e uma peruca loira, bem no estilo Marilyn Monroe, ela começa a primeira canção, de forte influência hip-hop: A&W, em versão bem mais curta do que no álbum ‘Did You Know That There’s A Tunnel Under Ocean Blvd’, lançado em março de 2023. Um detalhe desse visual dark, um cinto acoplado a uma capa, é colocado pelas dançarinas ainda enquanto Lana canta esse número. O primeiro hit vem a seguir. “Young and Beautiful” é cantada em uníssono, com o público quase que abafando a voz da diva pop. As dançarinas, também vestidas de preto, fazem uma coreografia suave, combinando com a música. Depois, as meninas levantam e esticam a capa, igualmente preta, como se ela fosse uma heroína. E, aos milhares de fãs que estavam ali (o público da noite era majoritariamente dela), Lana era uma Super-Heroína mesmo!
A terceira música começa com apenas o piano e posteriormente o coro das vocalistas e Lana é levada pelas dançarinas para o canto do palco e um biombo em forma de círculo (com uma cortina no lugar de paredes) fica em volta de Lana para que ela troque de roupa em cena! A primeira personagem se desfaz e outra se constrói aos olhos de todos. Momento mais teatral, impossível! E a cantora ressurge com outro vestido, estampado em tons azulados, com duas camadas de babados, de estética totalmente ‘kitsch’. Ainda com a peruca loira, ela se senta numa mesa de bar, colocada no lado direito do palco, e canta “Bartender” (do maravilhoso álbum Norman Fucking Rockwell de 2019, cuja letra cita Crosby, Stills & Nash). A peruca loira é retirada por uma das dançarinas e Lana fica com os cabelos totalmente soltos, linda. E com esse visual ela fica até o final do show.
“The Grants”, faixa do novo álbum, fazia sua estreia ao vivo, traz um encontro de vocais belíssimo de Lana com suas vocalistas. “Flipside”, um rock com ótima performance da banda, vem a seguir com guitarras encharcadas de efeito delay. Ao final, o coro de “Lana, eu te amo!” é ouvido pela primeira vez e ela agradece um tímido e rápido “obrigado”, seguido de um “valeu!”. “Pretty When You Cry”, revela uma Lana emocionada. “Cherry”, outra balada com roupagem mais rock do álbum ‘Lust For Life’ (2017), com imagens de cerejas passando pelo telão, traz mais um pouco de melancolia pop, que é o tudo o que o público queria ouvir. A seguir, hits. Um após o outro. “Ride” inicia a sequência, com imagens do clipe, de 2013, projetadas na tela no fundo do palco, mostrando Lana no começo de carreira, e a sensação de que já se passaram mais de 10 anos daquele lançamento. “Born To Die”, aplaudidíssima e cantada em uníssono, e “Blue Jeans” vão elevando o show a categoria de inesquecível aos fãs que estavam desde cedo em frente ao Palco Corcovado do Jockey Club.
Com o jogo ganho e de goleada, Lana e sua trupe continuam o show com “Norman Fucking Rockwell”, “Arcadia” (que também fez seu ‘debut’ ao vivo, pois Lana não fazia um show inteiro desde 2021), “Ultraviolence”, de seu segundo álbum, muito festejada e uma versão encurtada de “Venice Bitch”!
E o fim vai chegando com mais uma cantada em uníssono e com emoção por todos “Summertime Sadness” e “Did You Know That There’s a Tunnel Under Ocean Blvd” e o show termina voltando ao começo de toda essa idolatria e devoção dos fãs de Lana Del Rey. “Video Games”, canção que viralizou em 2011 e que a tornou mundialmente conhecida. Lana agradece ao público e promete que volta ao Brasil em breve. Esperaremos!
SEGUNDO DIA: Domingo, 28 de maio de 2023.
HAIM
Palco Corcovado
As irmãs Haim (Este, baixo e vocais; Danielle: voz, guitarra e bateria; e Alana: guitarra, teclados e vocais) se apresentaram cercada de expectativa por parte dos fãs, afinal é a primeira vez da banda no Brasil em quase 20 anos de carreira. O que ninguém esperava é que a música de apresentação seria uma da… Xuxa! “Ilariê”, em espanhol, esquentou o público para a entrada das meninas em cena que ocorreu logo a seguir, com mais 3 músicos de apoio. Pontualmente, ás 17:30hs as garotas ocupam seus lugares no palco para dar lugar a um ótimo set. Vestidas da mesma forma (parte de cima do biquini verde e amarelo com o nome Brasil de um lado e a bandeira do país do outro, além de calça de couro preta), já começam com a boa canção pop “I’m In It”, para manter o alto-astral. Que aumentou com “I Know Alone”, outra divertida canção pop com direito às meninas fazerem ao vivo e muito bem coreografada a dança feita para o videoclipe da música, num momento divertidíssimo do show, que arrancou muitos aplausos.
Em outro momento Ilário, a baixista Este revela que adora música brasileira e se diz fã da apresentadora Xuxa. E começa a cantar, “Ilariê”, a ‘capella’, no que é seguida pela multidão. Em outro momento, a baixista diz que quer se divertir depois do show e pergunta à plateia qual o melhor lugar. O povo começa a gritar entusiasticamente: ‘Lapa! Lapa! Lapa!’. As três meninas entendem o recado e falam que irão considerar a possibilidade. No mesmo dia, Xuxa agradeceu a homenagem das fãs americanas em post no Instagram.
Este Haim ainda foi presenteada com uma camisa da Xuxa por uma fã que estava no publico e ficou visivelmente emocionada com o presente. E a estreia das meninas do Haim no Brasil foi assim, num clima leve, descontraído, bem pop como o bom som do grupo. Ainda deu tempo de ouvir “Gasoline”, parceria com Taylor Swift, “Summer Girl”, e fechando, a ótima “The Steps”, do álbum Women In Music Pt III (2020), em versão estendida aumentando o carinho dos fãs por essas talentosas meninas de Los Angeles.
THE MARS VOLTA
Palco Deezer
Os americanos do Mars Volta, depois de 13 anos ausentes do Brasil (a última apresentação em terras brasileiras havia sido no Festival SWU, em 2010), não poderia ser melhor. Os líderes do grupo Cedric Bixler-Zavala (voz e letras) e Omar Rodriguez-Lopez (guitarra) subiram ao palco com um público que, se não era enorme, marcou boa presença e estava sedento para assistir a banda ao vivo. Assim que o show começa, com “Roulette Dares (The Haunt Of)”, uma das cinco músicas do álbum De-Loused in the Comatorium (2003) na apresentação. A voz de Cedric é um espetáculo à parte: aguda, forte, musical, tornando a audição dessas canções ao vivo ainda melhor. A épica “L’Via L’Viaquez”, do disco Frances The Mute (2005) vem a seguir estupenda, com suas mudanças de ritmo, ora rock, ora bolero, numa versão ainda maior do que no disco.
A banda de apoio dá o suporte preciso a Omar e Cedric, destaque para o tecladista Marcel Rodriguez-Lopez, irmão de Omar, e para a sensacional baterista Linda-Philoméne Tsoungui, que segura muito bem a mudança de ritmos do som da banda.
Apenas uma canção do álbum lançado em 2022, intitulado ‘The Mars Volta’, é apresentada: a ótima “Graveyard Love”, que vem a seguir. Uma pena, pois é um disco muito bom. Em um momento bacana do show, Cedric pergunta ao público se alguém tinha ido ao festival para assistir o Mars Volta. A efusiva reação da plateia faz o vocalista agradecer, emocionado: ‘Thank you! God Bless You’.
O show vai chegando ao final não sem antes a banda apresentar dois sucessos que tocaram muito nas rádios rock daqui: a baladaça “The Widow” (outra do Frances The Mute) e a acelerada e passional “Inertiatic Esp”, ambas muito aplaudidas e encerram o show muito bem, já deixando saudades.
FLORENCE + THE MACHINE
O show de encerramento da edição carioca desse belo festival não poderia ser melhor. Florence + The Machine foi tecnicamente e emocionalmente perfeito, dosando bem a existência desses sentimentos (razão e emoção) numa apresentação de arena como essa, tão esperada pelos fãs da banda.
Florence entra em cena num vestido esvoaçante, como uma fada, e parece até mesmo flutuar em determinado momento de “Heaven Is Here”, canção de abertura. A animada “King”, outra faixa de Dance Fever (2022), vem a seguir com muitos aplausos. No meio de “Dog Days Are Over”, Florence Welch pede que todos desliguem os celulares, ‘como nos anos 90!’, lembra ela, ‘para que tenhamos um momento só nosso’. O pedido é, surpreendentemente, atendido na sua totalidade e por alguns minutos ninguém filma nada! Que poder tem essa mulher! Esse momento foi realmente inesquecível.
Antes de “You Got The Love”, do primeiro álbum da banda Lungs (2009), Florence lembra de forma emocionada que o Brasil foi um dos primeiros países a abraçar a banda, sendo muito aplaudida. “Kiss With a Fist”, que ficou muito tempo fora dos shows, volta triunfal e é muito festejada. A primeira parte do show fecha com “Restraint” e o bis não demora muito a acontecer.
O fechamento com chave de ouro vem com a trinca de “Never Let Me Go” e “Shake It Out”, ambas de Ceremonials (2011) e “Rabbit Heart (Raise It Up)”, de Lungs. Em resumo, Florence + The Machine fizeram um show arrebatador.
Agora é a vez de São Paulo
no próximo final de semana!
A edição do MITA no Rio foi bela e além dos shows citados, a edição carioca do MITA ainda contou com os shows do NX Zero, marcando a volta da banda aos palcos com a turnê “Cedo Ou Tarde”, Os Gilsons, o DJ australiano Flume, Larinhz & Mc Carol, Slipmami & Ebony, Scracho & Baia, Sabrina Carpenter, Carol Biazin, Jean Tassy & Yago Oproprio, Melly e vale destacar, o conforto do Jóquei Club do Rio de Janeiro, as opções de gastronomia e entretenimento.
Agora é esperar a edição paulista do festival, que ocorre dias 3 e 4 de junho, no Vale do Anhangabaú. E você, caro leitor, vai poder acompanhar aqui na Rock Press, e assim como no Rio, faremos posts dos shows em nossas redes sociais, além da cobertura do festival. Nós vermos no MITA SP e lembramos, os ingressos seguem à venda, contudo, estão esgotados para o primeiro dia. #Recomendamos! – Paulo Schwinn.
MITA – Music Is The Answer 2023
SERVIÇO:
SÃO PAULO
DATAS: Dias 03 e 04 de junho, às 12h (Abertura dos portões: 11h).
LOCAL: Novo Anhangabaú – Vale do Anhangabaú, centro histórico de São Paulo
INGRESSOS: Site da Eventim ou nas bilheterias do Allianz Parque – Av. Francisco Matarazzo, 1705 – Água Branca – SP/SP – Funcionamento: Terça à Sábado das 13h às 17h, exceto em dias de jogos e shows.
CLASSIFICAÇÃO: Acima de 16 anos desacompanhado. De 5 a 15 anos é obrigatória a presença de um responsável legal.
ATRAÇÕES:
Dia 3 de junho (INGRESSOS ESGOTADOS).
Lana del Rey
Flume
Natiruts
Badbadnotgood
Jehnny Beth
Duda Beat
Djonga convida BK
Àvuà & Rodrigo Alarcon
Dia 4 de junho
Florence + The Machine
Haim
The Mars Volta
Capital Inicial
NX Zero
Sabrina Carpenter
Don L convida Tasha & Tracie
Far from Alaska convida Supercombo.
REDES SOCIAIS:
INSTAGRAM: https://www.instagram.com/mita.festival/
FACEBOOK: https://www.facebook.com/mita.festival
INGRESSOS: https://www.eventim.com.br/campaign/mitafestival
Paulo Schwinn é natural de Santos, SP, ex-vocalista e guitarrista da banda de rock Sujeitos Compostos (conheça) e que em breve estará lançando seu trabalho solo, além de produtor e apresentador do Programa Desvio à Esquerda, na Web Rádio Rota 220 (ouça), e fã do bom (velho e novo) Rock and Roll.
Respostas de 4
Excelente a cobertura. Parabéns Paulo shwin e demais envolvidos pelo trabalho.
Ler a cobertura do Portal RockPress é como se estivéssemos à beira do palco! Curti o texto e as fotos! Mas, realmente, desnecessário o que aconteceu com o mestre Jorge Ben… Enfim! Um abraço!