CARIOCA PROGFESTIVAL: Luiz Zamith & Banda e Caravela Escarlate em noite magistral em Bangu/RJ).

Iniciando a sétima edição do Carioca ProgFestival, Luiz Zamith e Caravela Escarlate realizaram um grandiosas apresentações em Bangu, na zona oeste do Rio de Janeiro. Saiba mais na matéria que segue…

LUIZ ZAMITH & BANDA +
CARAVELA ESCARLATE

Areninha Cultural Hermeto Pascoal – Bangu/RJ
Sábado – 26 de Outubro de 2024

TEXTO: Marcelo Pereira de Souza e Beto Prog
FOTOS: Marcelo Pereira

O Rio de Janeiro, foi nos anos 70 celeiro do rock progressivo no Brasil, talvez por nomes consagrados e emergentes além do investimento meio que a contragosto das gravadoras, do programa da rádio Eldo Pop FM no então 98.1, do consagrado DJ Big Boy, entre outras façanhas, incluindo a realização, até então imensuráveis como o primeiro Hollywood Rock em 1975.

Um marco desse olhar desconfiado das gravadoras foi o exemplo do Vímana (que contava com Ritchie na flauta & vocais, Lulu Santos na guitarra & vocal, Lobão na bateria e Fernando Gama no baixo), que tinham material para lançar o LP e saiu somente um compacto, do outro carioca Módulo Mil que saiu um disco raríssimo com capa abrindo em três partes, um disco altamente reverenciado pelos alemães e japoneses e que há alguns anos ganhou uma nova edição em vinil.

Também é importante lembrar o estado de São Paulo, que entre muitos eventos e bandas daquela época, presenteou a música progressiva com o Som Nosso de Cada Dia (que vai tocar nessa edição sem nenhum dos seus saudosos músicos originais, incluindo seu fundador, o baixista botafoguense e gaúcho, Pedrão Baldanza), com o clássico álbum de estreia o “Snegs” que completou 50 anos nesse ano de 2024 e o segundo trabalho, intitulado de “Som Nosso” (1977), onde o lado A do disco (Sábado) era um funk swingado com instrumentos de sopro que abria com a clássica “Pra Swingar” e o lado B (Domingo) era rock progressivo, pois o “funk americano” estava em voga e as gravadoras queriam faturar com o mercado vigente. Mas, vamos aos shows.

LUIZ ZAMITH & BANDA

Como o atual nome sugere (antes o espaço atendia por Lona Cultural Hermeto Pascoal), a Areninha é um espaço circular, típico dos teatros de arenas, e com excelente refrigeração e acústica, no local, havia stands com merchandising com material das bandas independentes.

Abrindo a noite, o quinteto Luiz Zamith (foto ao Lado) & Banda, que em seu set focou em composições do primeiro álbum, “Introspecção”, com maestria e sonorização ímpar de uma banda com influências jazzísticas e precisão das notas.  O show também, deu vida para algumas canções do próximo disco, “Confluência”.

A banda conta com o baixista Augusto Matoso (que tocou com camisa do AC/DC), Paulo Teles na flauta, com os integrantes do Caravela Escarlate, o magistral Élcio Cáfaro na bateria e o mago dos teclados Ronaldo Rodrigues, além é claro do capitão Luiz Zamith. Biólogo e bacharel em violão pela UFRJ, vindo de uma família musical, Luiz enveredou pelo rock progressivo após ver show do Rick Wakeman e Genesis no Maracanãzinho onde a performance do Steve Hackett o fez trilhar pelo instrumento de seis cordas (o nome da música que fechou o show fala por si só). Fez parte também da banda Vitral, inclusive gravando com eles e o som preza por uma composição clássica erudita de músicos como Bach, Villa Lobos, passeando por um lado jazzístico e do rock progressivo, com influências do Genesis, Yes, Focus entre outros. No repertório do show as músicas: “Vice-versa”, “Essência”, “Cantiga”, “Confluências”, “Além das Brumas”, “Tema n°1”, “Focus VII”, “Alguém aí Ainda se Lembra das Antas” e “Hacketteando”.

CARAVELA ESCARLATE

Lembrando um livro de minha infância me marcou muito “O Escaravelho do Diabo” de autoria de Lúcia Machado de Almeida. Um remete ao nome do outro, é a mesma ansiedade em ler o próximo capítulo da mesma forma em escutar a próxima música. De certo, é que ambos são maravilhosos e marcantes! O que dizer de um trio de músicos talentosíssimos composto de baixo, bateria e teclado, que nos remete a monstros sagrados como E.L.P., onde a falta da guitarra é suprida com maestria e magia do teclado/sintetizador de Ronaldo Rodrigues? É nosso R9 dos teclados.

Idealizada por Davi Paiva (baixista, vocal, compositor, violão, guitarra) no início dos anos 90, conta também  com Ronaldo Rodrigues nos teclados/sintetizador e Élcio Cáfaro na bateria, outra fera que tem em seu currículo, de tocar com Edu Lobo e Chico Buarque. A predominância é do rock dos anos 70, com sonoridade sinfônica principalmente da nata do rock italiano (PFM principalmente) com traços de ícones do progressivo brasileiro como O Terço, Moto Perpétuo e pilares dessa época aliado ao lado mineiro do Clube da Esquina, Flávio Venturini, Azymuth, se é que me permite tentar rotular com frases a sonoridade da banda. Diria ser uma espécie de fusion com temperos de mpb, mas relacionado aos anos 70 e uma viagem sideral ao melhor do rock italiano que usava o teclado magistralmente viajante como principal instrumento. O ‘ll Balletto Di Bronzo” lembra um pouco (não em relação a sonoridade) por ser um trio com ótimos solos de teclado, um baixo totalmente inquieto e uma bateria requintada, mas um pouco menos hard e com letras ecológicas e científicas.

Que perdure essa magia pelo som de qualidade na esperança da certeza de mostrar ao mundo que a música é o embrião de sentimentos, como meu livro de infância, para que através dos acordes possamos rever a passagem do tempo em nossas vidas e que para isso, devemos valorizar quem nos faz sentir feliz! VAMOS VALORIZAR A MÚSICA E OS MÚSICOS!

A banda possui contrato com a gravadora norueguesa Karisma Records para mais um disco Em seu set, o Caravela Escarlate apresentou, as músicas “Cruz da Ordem”, ”Bússola do Tempo”, “Um Brilho Frágil no Infinito”, “Gigantes da Destruição”, “Sonhos Medievais”, “Filtros dos Sonhos”, “Cosmos”, e encerando o noite; “Caravela Escarlate“.

Recomendamos
Uma pena o local não estar com mais público, talvez por ser longe para os preguiçosos, pela chuva que caiu na cidade no início da noite e por outros eventos de rock acontecendo na zona oeste e em outras regiões da cidade. Seja como for, vamos valorizar os músicos e ir aos shows autorais, nem que seja para incentivar quem faz boa música, e que possa se inspirar cada vez mais e nos agraciar com novidades.

Lembramos que o CaRIOca ProgFestival segue acontecendo, agora com datas na Tijuca (dias 30 e 31 de outubro), em Niterói/RJ (1 e 2 de novembro) em São Paulo (7 e 8). Confira toda programação (aqui) e saiba como foram essas noites nos links abaixo. #Recomentamos! Marcelo Pereira.

EM TEMPO:
Saiba como foi o CaRIOCA ProgFestival no palco do Centro Cultural da Música Carioca com shows do Montechiari Project e Ultranova ACESSANDO AQUI!
Saiba como foi os shows em Niterói/RJ com Jubal Troupe, Veludo, Ultranova e Som Nosso de Cada Dia ACESSANDO AQUI!

MARCELO PEREIRA – Fotógrafo e cinegrafista, roqueiro fanático do rock, metal extremo ao progressivo, que colaborou com sites e revistas nacionais e estrangeiras, zineiro, colecionador, propulsor de divulgação do metal nacional, tape-traders, estudou rock jamais imaginando ter universidade do rock e um não repórter que faz o que faz porque ama, pois não vive disso, mas o rock pulsa nas veias!

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