Músico mineiro celebra 50 anos de carreira no Circo Voador e, se emociona com o público multigeracional. A noite ainda contou com show de abertura da banda Flor E.T., DJ Tati da Vila e o lançamento do livro “Paul McCartney no Brasil” de Leandro Souto Maior. Saiba como foi na matéria que segue…

Beto Guedes + Flor E.T. + DJ Tati da Vila
Circo Voador – Lapa – Rio de Janeiro/RJ
Sexta-feira – 11 de Outubro de 2024
TEXTO: Leozito Rocha
FOTOS: Larissa Zanchetta

O palco do Circo Voador ficou pequeno mesmo para a celebração de ouro do cantor, afinal são 50 anos de uma rica história. Raramente vimos a lotação que se deu. Simplesmente os Arcos da Lapa não deram conta para o calibre de Beto Guedes. Até a hora do show começar (antes tivemos discotecagem, banda de abertura, etc) ali perto das 22:10hs ainda tinham pessoas entrando. Lotação máxima, de fato.
Flor E.T. no Show de Abertura!


Além do som da DJ Tati da Vila, da venda do livro “Paul McCartney no Brasil” de Leandro Souto Maior (foto ao lado), adentrou a banda Flor E.T., ali por volta das 20:40hs para começar os trabalhos. Na bagagem o disco “Futurotrópica” lançado em 2023. Muita gente ainda entrando na casa e conhecendo a sonoridade da banda. Na estrada desde 2016, esses gaúchos misturam rock e musicalidades regionais. Canções como “Surto”, “Cara Feia” e “Malabares” já são conhecidas pelo público e dão conta do recado. “… Cada canção é um manifesto …” – afirma Ada Bellatrix, vocalista e saxofonista do grupo.

Formação atual deles conta com Ada Bellatrix (voz e sax), Mário Ferreira (guitarra e voz), Diego Vogt (teclados e voz), Daniel Ribeiro (baixo) e Rafa Zanette (bateria). O show de abertura foi bem bacana e funcionou como preparação ao que viria. Antes disso, mais um set caprichado da DJ Tati da Vila e as catracas não paravam de girar. Chegamos a pensar que a coisa iria entupir feito bloco de carnaval. Mas, foi quase, hein? Isso sem falar que não muito longe dali, no Vivo Rio, acontecia as apresentações dos lendários, The Mission e do Christian Death (leia aqui).
Beto Guedes – Memorável!

Por voltas das 22 horas e pouco (citado lá em cima) Beto entrou no palco de forma discreta e tranquila. Assim como ele na essência. E, emendou com “Balada dos 400 Golpes” e “Canção do Novo Mundo”. A primeira, uma alusão ao filme francês “Les Quatre Cents Coupes” (400 golpes). O cantor parou e observou o público. Nesse momento o mineiro foi ovacionado em altíssimo som. Algo emocionante. Beto mencionou a última vez que esteve ali e ficou tocado com o momento. “Espelhos D’água” (Dalto) e “Quanto te Vi” (uma singela cover dos Beatles) receberam um tratamento especial e embalou, sobretudo casais. Foi incrível a energia de palco e plateia.
Vez em quando, Ian Guedes, seu filho e guitarrista da banda acompanhava nos vocais. Inclusive, “rendeu” o pai quando era necessário poupar a voz ou segurar um tom abaixo. Falando em filho, o que se viu no Circo pode-se dizer que foi um encontro multigeracional. Haviam jovens (bastante) e pessoas mais com bagagem, todas uníssonas cantando música a música. Um público diversificado e misturado. No meio do show, Beto sacou uma cover de Zeca Pagodinho. Muita gente sequer percebeu… A canção chama-se “Água da Minha Sede”. Eu, mesmo, só soube porque minha acompanhante (Carolina Padula) me confidenciou.

Mas, não faltaram “Feira Moderna”, “Maria Solidária”, “O Sal da Terra” e “Sol de Primavera”. Destaque para “Canção da América” (momento lindíssimo) arrancando lágrimas dos mais sensíveis… Beto ainda arranjou tempo de levar “Ruby Tuesday”, dos Stones em versão bem distinta e bonita. Ficou bacana demais. Outro arranjo que ficou ótimo foi em “Lumiar”. Em determinadas partes entrava um hard rock meio Asia ou Europe. Caiu bem demais!

Consegui pegar depoimentos e flagrantes de pessoas das mais variadas possíveis e o que ouvi, sem exceção, era que aquela apresentação havia sido emocionante. Quase perfeita! E, foi mesmo. Assistir Beto Guedes de perto desfilando canções icônicas e que fizeram (fazem) parte da nossa memória afetiva é um imane privilégio. Algo que marca e mexe muito com quem respeita e aprecia boa música.
Em mais de uma hora e quarenta minutos de show, o cantor encerrou tudo com “Paisagem na Janela” de maneira extensa e incrível. Num mantra lírico, com um coro único de uma gente emocionada e com a alma lavada. O Circo virou uma imensa roda de fãs e amigos em torno de Beto Guedes. “Sem querer descanso nem dominical”… Absurdamente visceral! – Leozito Rocha.
LEOZITO ROCHA – É radialista, pesquisador musical, escritor e amante de cinema. Colaborador de sites musicais, curador de rádio, editor e apresentador do “O Som do Leozito” na Internova Rádio (OUÇA), e observador incurável. Seu facebook é: https://www.facebook.com/leo.rocha.798/
LARISSA ZANCHETTA – Fotógrafa de shows e espetáculos e gastronomia. Produtora de eventos e aspirante a social media. Conheça Seus clicks AQUI!
Respostas de 5
Pelo texto de Leozito Rocha, me senti dentro do Circo Voador quase em cima do palco. Que emocionante! Parabéns Léo, obrigado RockPress!
P.s. belas fotos, Larissa.