BARÃO VERMELHO: Maurício Barros fala sobre os 40 anos da banda! – ENTREVISTÃO!

Com o projeto “Barão 40”, a banda Barão Vermelho comemora seus 40 anos de existência e realiza uma série de lançamentos que incluem um álbum, três EPs, um documentário em quatro episódios exibidos pelo Canal Bis e uma turnê comemorativa. O tecladista e compositor Maurício Barros conversou com a Rock Press sobre esse momento histórico do Barão.

BARÃO VERMELHO: Maurício Barros fala sobre os 40 anos da banda! – ENTREVISTÃO!
ENTREVISTA: Robert Moura
FOTOS: Marcos Hermes e Divulgação

Barão 40…

O Barão Vermelho está completando 40 anos de história, e em razão disso, os barões originais Maurício Barros (teclados e vocais) e Guto Goffi (bateria), unidos a Fernando Magalhães (guitarra, violão e vocais) que embarcou nessa viagem há 37 anos e Rodrigo Suricato (guitarra e voz), o integrante mais recente a tomar seu assento nesse avião, em 2017, programaram uma série de atividades para celebrar a data. Para a TV foi produzido um documentário em 4 episódios exibidos no Canal Bis, além de 1 álbum, 3 EPs, e como não podia faltar para uma banda que forjou sua história na estrada (ou nos ares), uma turnê comemorativa (confira as próximas cidades e datas confirmadas no final desta matéria).

O primeiro trabalho a ser lançado foi o álbum “Acústico” (Ouça). Gravado ao vivo e com as participações especiais de Samuel Rosa em “Maior Abandonado”, o músico Marcelo Caldi e Chico César em “Por você” que com sua interpretação faz a canção parecer sua. Incluída no álbum, a regravação de “Enquanto ela não chegar” foi lançada previamente como single. Também foi preparada uma série em quatro episódios que foi apresentada no Canal Bis entre os meses de agosto e setembro começando com a exibição do show “Acústico” realizado no Teatro Claro Rio, trazendo ainda imagens de bastidores e entrevistas. A parte elétrica do show contou com a participação da cantora Jade Baraldo e de Roberto Frejat. Na sequência, vieram os episódios “Clássicos”, “Blues & Baladas” e “Sucessos”. A direção ficou a cargo de Rodrigo Pinto. E o primeiro dos três EPs, “Sucessos” (OUÇA AQUI), também com os registros ao vivo, acaba de ser lançado trazendo as faixas “Puro êxtase”, “Exagerado” e “O tempo não pára”, essas duas últimas da carreira solo de Cazuza, assim como, curiosamente, “Amor pra recomeçar”, que, apesar da parceria de Frejat com Maurício Barros e Mauro Santa Cecília, foi gravada por Frejat em seu primeiro álbum solo. É Maurício quem assume o vocal da canção que já vinha cantando nos shows. E o ex-vocalista e guitarrista do Barão, por sua vez, comparece à comemoração fazendo uma participação especial em “Pro dia nascer feliz”.

40 anos de autonomia de voo do Barão Vermelho…

Não dá para contar a história do Barão Vermelho sem pensar que a banda sobreviveu à saída de seu vocalista e principal letrista Cazuza, em 1985, após a turnê de “Maior Abandonado” (1984), terceiro álbum do grupo, quando eles começavam a ter um destaque no cenário musical brasileiro. A superação que, foi considerada improvável, com Roberto Frejat, guitarrista e parceiro na maior parte das canções de Cazuza assumindo os vocais, só mostrou a força e consistência da banda enquanto um grupo no qual cada músico tinha seu valor. Grandes equipes são feitas assim. Dessa forma, Guto Goffi, Maurício Barros, Frejat e Dé Palmeira seguiram em frente. Em 1985, o guitarrista Fernando Magalhães passou a tocar em shows com a banda e não se afastou mais até se tornar membro oficial em 1990. O mesmo ocorreu com o saudoso percussionista Peninha (falecido em 2016) que havia entrado na história do Barão, em 1983, ao participar da gravação da música “Manhã sem sonho”, e passaria a se apresentar ao vivo com a banda a partir de 1986. Antes, eles haviam contado com a participação do guitarrista Sérgio Serra como músico de apoio nos shows (desde 1982), tendo ele também colaborado em gravações do segundo disco da banda, “Barão Vermelho 2”, lançado em 1983. Maurício deixou a banda em 1988 e retornou em 1991, ainda que como um integrante “não-oficial” por algum tempo. Como diria Ezequiel Neves, eterno produtor do Barão, o Maurício “não saiu e depois voltou”. Nesse breve intervalo, ele lançou a banda Buana 4 que, embora tenha tido uma curta trajetória, alcançou um sucesso instantâneo com a música “Eu só quero ser feliz”, tema de abertura da telenovela Top Model. Com a saída de Dé, em 1990, o baixista Dadi (que tocou com os Novos Baianos) entra para banda da qual saiu dois anos depois para tocar com o “velho baiano”, Caetano. Rodrigo Santos assumiria os graves, em 1992, sendo o baixista que mais soma horas de voo com o Barão até hoje. Após algumas pausas, Frejat decide, em 2017, não mais retornar com o grupo para dedicar-se ao seu trabalho solo. Rodrigo Suricato fatura a vaga e desde então vem sendo a voz do Barão. Rodrigo Santos acabou deixando a banda no mesmo ano. Desde então, o Barão conta com a participação de Márcio Alencar no baixo.

A Rock Press tomou parte na celebração dos 40 anos do Barão Vermelho e bateu um papo com o tecladista Maurício Barros. Também compositor, ele é autor de diversas canções da banda como “Conto de Fadas” (Maurício/Cazuza), “Billy Negão” (Maurício/Cazuza/Guto), “Certo dia na cidade” (Maurício/Guto/Cazuza), “Baby Suporte” (Maurício/Pequinho/Ezequiel/Cazuza), “Um dia na vida” (Maurício/Cazuza), “Linda e burra” (Maurício e Pequinho), “Meus bons amigos” (Barros/Goffi/Magalhães), “Rock do Vapor” (Peninha/ Fernando/Maurício), “O inferno é aqui” (Guto/Maurício), “Puro êxtase” (Maurício/Guto), “Por você” (Maurício/Frejat/Mauro Santa Cecília), “Enquanto ela não chegar” (Maurício/Guto), “Cuidado” (Maurício/Frejat/ Marcelo Rosauro), “Eu nunca estou só” (Maurício/Guto/Fernando/Suricato/Abebe Bikila BK), “A solidão te engole vivo” (Maurício, Guto e Fernando), entre outras. Muito focado no projeto “Barão 40”, ele ainda falou, brevemente, de seu primeiro disco solo “Não ‘tá fácil pra ninguém”, lançado no final do ano passado. Vamos então às palavras de Maurício para as nossas Páginas Psicodélicas!

ROCK PRESS/ROBERT MOURA – Maurício, quando você pensa nesses 40 anos de Barão Vermelho, qual a primeira lembrança que te vem à mente?
Maurício Barros – Tem muitas memórias, mas eu me lembro de uma com muito carinho e que até, volta e meia, passa muito pela minha cabeça quando alguém me pergunta como é que era lá no início do Barão, como começou tudo, então me lembro dos primeiros ensaios na casa do meu pai onde eu morava ainda. Eu com 16 anos, Guto com 18 anos, Frejat com 18 anos, o Cazuza era um pouco mais velho, ele tinha 22, quer dizer, um pouco mais velho, mas era um garoto ainda. E me lembro dele deitado no chão da casa do meu pai e mexendo nas primeiras letras nossas, melhorando, fazendo o que viria a ser o “Billy Negão” porque a música era minha e do Guto, “Billy The Kid” e aí ele mexeu e saiu de um universo que era do faroeste e trouxe para o Baixo Leblon e transformou no “Billy Negão”. E a outra era “Certo dia na cidade” que também era minha e do Guto e tinha uma letra minha que ele mudou. A letra tinha uma coisa de um guitarrista, ele até manteve uma ou outra frase, mas mudou, melhorou muito a letra também. Essa é uma memória que tenho daquela alegria, da felicidade, porque eu já tinha tido algumas outras bandas, mas nada que vingasse, nada muito importante. E de repente, a gente vê aquela formação ali, eu, Frejat, Guto e Dé, já com o Cazuza. E o Cazuza também era um cara muito carismático. Ele era um desconhecido, mas ele chegava num lugar e não passava despercebido. E tinha muita atitude. Então aquilo foi uma alegria, me lembro muito desse momento em que parei e vi todos nós ali naquela sala e falei: “pô, tenho uma banda e ela ‘tá foda”. E não sabia que eu estaria quarenta anos depois falando sobre isso, mas naquele momento ali era um motivo de alegria.

ROCK PRESS – Uma coisa interessante é que o Barão é um dos raros casos de banda cuja sonoridade não ficou datada. Nem falo isso por vocês estarem sempre procurando dar uma renovada e buscando novos caminhos. Por mais que a gente perceba determinados timbres, em especial, no material dos anos 80, ao escutar a discografia da banda, tanto os álbuns de estúdio quanto os discos ao vivo, seja o “Barão Ao Vivo”, de 89, o “Balada” (1999), o “MTV Ao Vivo” (2005), esse “Acústico” recém-lançado, fui reouvir agora o Rock In Rio de 85 (lançado em 1992) e não parece um som lá de trás. A que você atribui isso?
Maurício Barros – O Barão nunca fez um som para ser o som da moda. Quer dizer, uma ou outra música pode ter ficado um pouco mais datada, mas em geral a nossa sonoridade não ia atrás do que estava sendo feito no momento. O nosso primeiro disco tem uma sonoridade quase punk. O punk não era uma referência exatamente para nós, mas a gente tinha um background de rock progressivo, de sintetizador, de rock’n’roll, de Stones, só que a gente era tão imaturo de estúdio naquele momento, já tinha feito alguns shows, mas a gente não sabia nem que tinha que gravar com click (N. A.: o mesmo que metrônomo, aparelho que marca mecanicamente o andamento da música para que não haja variações indesejáveis de velocidade da mesma) para você depois poder mixar, fazer cortes, dobrar a guitarra, por exemplo. Nem sabíamos desse recurso, fomos aprendendo no estúdio e o disco reflete isso. Então ficou um disco muito cru. Era muito diferente, por exemplo, do disco da Blitz que saiu no mesmo ano, se você for ver, com diferença de meses. Era outra pegada completamente diferente, até porque nossa pegada era diferente. No segundo disco, a gente quis mostrar que sabia tocar, tinha aprendido muito. Tínhamos ficado na estrada direto, aprimorado muito e aí é um disco mais bem feito. Ele foi produzido pelo Andy Mills que era inglês e tinha todo conhecimento da sonoridade do Alice Cooper, trabalhou com a Rita Lee. Ele veio com o Alice Cooper para o Brasil e acabou ficando por aqui. Enfim, era um cara que acabou botando essa sonoridade mais profissional para nós. Mas, também não era o som que estava pintando com aquelas baterias com a caixa super “tááá~~~…” (imitando o som de caixa de bateria muito usado nos anos 1980 encharcado de reverb criando a sensação de que foi gravado em grandes ambientes), aquelas coisas mais cafonas que a gente não gostava tanto. Depois, o “Maior Abandonado” também era um disco em que a gente voltou para o básico. Voltei nos teclados muito para o básico. Outra coisa que você falou da sonoridade que fica datada, envelhece, alguns efeitos na guitarra, na voz, nos teclados… por exemplo, a escolha de teclados… sempre toquei com sintetizadores e tudo, eu gostava, mas rapidamente comecei a perceber que alguns sons de instrumentos quando são muito daquela época envelhecem muito rápido. A sonoridade fica datada daquela era, daquela época. Então, comecei a tomar muito cuidado, voltava sempre para o piano, o piano elétrico, para o órgão também que sempre foi muito importante para o som do Barão, embora eu gostasse muito do sintetizador, mas a banda seria uma sonoridade mais assim. A gente sempre se afastou um pouco de ficar o som da moda, sabe, se lambuzar demais com aquela sonoridade da moda. E depois, ao longo do tempo, naquele momento do “Na Calada da Noite” (1990) com o Frejat à frente, aí o Barão tinha uma história de mais de dez anos, já tinha personalidade suficiente para acreditar no seu taco e não precisava correr atrás de moda nenhuma, bastava seguir o instinto da banda mesmo com mais convicção. Nós buscamos sempre fazer, atento a tudo que gostávamos e estava rolando no mundo, claro, não éramos uma célula isolada no mundo, a gente participava, mas procurava olhar para o que gostava de referência e, geralmente, acho que isso protegeu a sonoridade do grupo. Acho que isso responde um pouco à sua pergunta.

ROCK PRESS – Responde muito. Por exemplo, você falou que talvez uma ou outra música possa ter ficado mais datada, e isso é raríssimo no caso do Barão. Penso que se você ouvir “Amor, Amor”, na hora reconhece que é anos 80, o som…
Maurício Barros – Mas, veja bem, o “Amor, Amor”, você pensou bem a música, mas ela não está em nenhum disco autoral do Barão porque ela foi composta para o filme “Bete Balanço” e era uma música que tem a participação de outro tecladista, além de mim. Eu toco piano elétrico e faço o sintetizador, e tem o Nico Rezende, se não me engano, que acho que toca também na música e faz um sintetizador, um outro negócio e era o som da época. Era a sonoridade da época que era justamente o que estava sendo procurado para essa música, tanto que ela nunca entrou num disco do Barão. A gente não achava que ela combinava tanto com o Barão, entendeu? E você deu um perfeito exemplo de música. Mas, olha só, mesmo dentro do repertório do Barão você pode encontrar alguma que tenha, dentro do repertório que eu digo é dentro dos discos do Barão, aí sim, mas eventualmente pode ter uma ou outra que tenha uma sonoridade que tenha se lambuzado mais nesse negócio. Não estou dizendo que o Barão é imbatível nesse sentido de algum momento sofrer ou ser reduzido para a sonoridade do momento, mas não era uma constante, não era a coisa mais relevante do grupo.

ROCK PRESS – Eu mesmo conheci a música “Amor, Amor” através do compacto, mas nos anos 90, já algum tempo depois do lançamento dela que foi em 1985 e ela tinha essa sonoridade de boa parte das bandas dos anos 80, não sei como seria ela ao vivo, acho que vocês nunca tocaram…
Maurício Barros –
Não, acho nunca tocamos. Talvez, a gente tenha tocado, a única vez, no lançamento do filme “Bete Balanço”. Talvez a gente tenha feito isso, nem lembro.

ROCK PRESS – Digo isso do som de vocês não soar datado porque ouvindo os três primeiros do Barão e depois o Rock in Rio ao vivo com o Cazuza parece um som de agora, do rock, sabe? Essa sonoridade que vocês tinham. Apesar de que, inclusive, “Amor, Amor” é uma música que eu adoro (risos).
Maurício Barros – Sim, sim. Mas, é uma música que a gente não sentia como sendo do Barão. Ela foi composta para o filme e a gente achou legal, mas era uma coisa da trilha sonora do filme, não era uma música que o Barão botaria num disco. Vou te dar um exemplo clássico, você vai entender bastante também. O disco “Puro êxtase” é um disco em que a gente foi numa direção mais eletrônica que era uma coisa que estava… a cena eletrônica, com as bandas Chemical Brothers, Crystal Method, Fat Boy Slim, estava pintando muito forte, e os artistas internacionais mesmo, David Bowie, o U2, começaram a misturar um pouco a sonoridade com os DJs e essa cena eletrônica. E o Barão fez isso com o disco “Puro êxtase” que é um disco produzido pelo Memê que já tinha feito com o Lulu Santos e o Gabriel Pensador, e é um disco do Barão que muitos fãs mais antigos e mais rockeiros torceram o nariz porque a gente na época cortou o cabelo, o Frejat botou uma mecha colorida, a gente botou umas roupas mais exageradas. Mas, tudo isso era parte do plano de dar uma chacoalhada na imagem do Barão que estava ficando muito direcionada para uma coisa hard rock porque a gente estava com uma sonoridade mais pesada, mas a gente não era hard rock, sempre tinha um lance latino, sempre teve uma balada, sempre teve um blues. Então, achamos que era uma boa forma de dar uma chacoalhada e se reinventar mais uma vez. E foi um disco que alguns fãs mais rockeiros torceram o nariz na época, só que, no entanto, é o disco mais bem sucedido de músicas inéditas do Barão. O disco que mais vendeu e tem dois putas sucessos que são “Puro êxtase” e “Por você”. Esse é um disco de rock para mim. É um disco de uma banda de rock, mas que tem uma pegada um pouco mais pop, assim como “Bete Balanço” tem uma pegada mais pop, assim como outras músicas têm. Mas, essa aí tem uma sonoridade muito boa. O “Puro êxtase” se você ouve hoje em dia, apesar dos metais, umas coisas que sei que podem ter ficado mais numa onda, é um track muito bom. Funciona muito bem. Só que o “Por você”, a gente prefere as versões que a gente gravou depois. Tem aquele lado eletrônico “tê-tê-tê-tê-tê…” (cantarola imitando o som da gravação original da canção), isso foi uma coisa que a gente rapidamente cansou. Era bem o som da época. Eu trouxe uns loops que a gente usou na música que eu tinha de uma revista inglesa de coisa eletrônica que comprava e acompanhava na época. E fiz a música com o Frejat em cima desse loop que era de bateria “tum-ti-ti-tum-ti-ti-ti…” (imita o som do loop usado na música). E eu e o Frejat fizemos a música com a letra do Mauro Santa Cecília e virou um sucesso. Só que logo depois a gente a gravou com os instrumentos mais acústicos como a bateria no “Balada MTV” e mais uma vez foi um sucesso. E a gente agora regravou de novo com o Chico César, pô ficou linda. Você já ouviu? Teve a oportunidade de ouvir o álbum?

ROCK PRESS – Ouvi sim e queria falar sobre essa gravação de “Por você”.
Maurício Barros – E a gente ainda botou o acordeom do Marcelo (Caldi). Pô, ela foi para um lugar lindo, super brasileiro com o Chico César lindamente interpretando e tocando um violão de 12 (cordas) lindo. A música foi para outro lugar diferente mais uma vez, um lugar mais brasileiro, mais dentro do Brasil. Um barato, né, esse poder do arranjo de você transformar uma música e levá-la para outro lugar.

ROCK PRESS – Então, como você falou dessa música, tenho uma pergunta sobre ela também. Quando ouvi essa nova versão do “Por você”, me soou uma música do Chico César, ao mesmo tempo em que mantém aquela pegada vigorosa que o Barão tem mesmo nas baladas, tem um pouco de blues ali. E me veio essa sensação de que vocês tiveram a sensibilidade, talvez, de deixar o Chico César conduzir e fiquei exatamente com essa dúvida: ele participou do arranjo ou entrou depois?
Maurício Barros – Não. Na verdade, é o seguinte, a música já estava arranjada. Nós mandamos para ele, e é um arranjo que a gente já toca nos shows há um ano com essa formação. Ele mandou para o Marcelo Caldi. Convidamos também o Marcelo Caldi porque aí foi uma sugestão dele. O Suri falou: “pô, acho que podia ter um acordeom”. A princípio, fui meio contra, achei que não e tal, mas quando comentamos com o Chico, ele achou boa a ideia de ter o acordeom. A gente falou “então, beleza”, vamos nessa direção. A gente mandou para ele o arranjo, só que aí que eu digo, Robert, é o poder dele como artista, intérprete… ele já chegou com um violão de 12 (cordas) que dá uma sonoridade um pouco diferente e tocamos exatamente o nosso arranjo, eu só tirei a frase de teclado (N. A.: trecho que no arranjo só com o Barão é solado por Maurício e Fernando Magalhães ao violão) para dar espaço para o acordeom naquele momento em que o acordeom sola lá no final da música e o Chico faz uma frasezinha de violão de 12. Isso tudo, na verdade, foi o que ele acrescentou com o talento dele, e também o Marcelo Caldi e levaram a música para o patamar ainda… outro nível diferente. Mas, a base toda já era a nossa, entendeu? Então, quer dizer, é mérito deles também ter adicionado à nossa música a personalidade musical deles.

ROCK PRESS – E o Chico deveria incluir no setlist dele também porque soou muito bem.
Maurício Barros – (Risos). Bacana! E tinha uma dúvida ali, o Suri achava que o acordeom devia entrar logo na introdução, aí eu fui taxativo: “não, nem pelo caralho, tem que começar vocês dois porque ‘tá linda, uma versão classuda, clássica mesmo dessa música”. O Guto concordou comigo e a gente tirou o acordeom da introdução e quando o Chico entra fazendo aquele comentário no violão que ele entra cantando, porra, dá uma importância para a música, uma relevância e aí o Chico puxa para ele. Como você mesmo disse dá até para ele botar no repertório dele porque ele botou a personalidade dele. Muito legal!

ROCK PRESS – Aliás, até o próprio Suricato, eu também o percebo assim, ousando mais nas variações dos desenhos melódicos em vários momentos dando um toque bem dele em relação às músicas gravadas originalmente com o Cazuza ou o Frejat nos vocais. “Enquanto ela não chegar” é um bom exemplo.
Maurício Barros – Sim, a gente fez o arranjo e ele participou bastante. Todos participamos dos arranjos, mas foi muito importante algumas ideias que ele trouxe que deu um frescor para os nossos arranjos. E traz outras referências, então ele foi muito importante também na parte de arranjos porque sai um pouco do que eu, Guto e Fernando estamos acostumados. Ele trouxe novas informações, novas sugestões e isso foi super natural, foi muito bacana. E interessante dizer que o Suri já está no Barão há mais tempo do que o Cazuza esteve no Barão.

ROCK PRESS – Cinco anos, né?
Maurício Barros – Isso, o Suri está há cinco anos, o Cazuza ficou quatro anos. Claro que ele deixou uma obra importantíssima, relevante. Para você ver, não só a relevância do Cazuza, da obra que ele deixou, mas com o Suri também porque a gente já tem três discos lançados com o Suricato. Primeiro, em 2017, o “Barão Pra Sempre” com releituras de músicas do repertório do Barão, o “VIVA”, em 2019, e agora o álbum “Acústico” que a gente não tinha um disco totalmente acústico. E vamos lançar nos próximos meses três EPs, um só de blues e baladas, outro só com os grandes sucessos, tudo elétrico, gravado ao vivo, e o de clássicos do Barão que também tem uns lados B. A cada mês, nos próximos três meses, a gente vai lançar um EP.

ROCK PRESS – Estava falando com um amigo, pensando nessa sequência de gravações que vocês vão lançar que, se quisessem, poderiam fazer um setlist do Barão só da fase com o Cazuza, um setlist só pós-Cazuza…
Maurício Barros – Ah é, mas, na verdade, a gente botou um bloco acústico nessa turnê agora que estreamos em Porto Alegre duas semanas atrás. Para representar esse disco acústico tem uma ou outra música e a gente buscou algumas músicas como “Exagerado”, por exemplo. Como o Cazuza não está aqui representando suas músicas, a gente achou super natural pegar algumas músicas, e nada mais natural que o Barão interpretar algumas músicas do Cazuza que foi seu cantor e letrista, então a gente fica muito à vontade representando e o homenageando, tocando as músicas da obra dele.

ROCK PRESS – Vocês estão fazendo “Solidão que nada” inclusive, além de “O Tempo Não Pára” e “Codinome Beija-Flor” que vocês gravaram anteriormente.
Maurício Barros – Exatamente, “Solidão que nada” a gente fez para essa turnê, nunca tínhamos tocado.

ROCK PRESS – E diante desse repertório, no caso do “Acústico”, por exemplo, como fica o processo de seleção? Acho que outro grande resgate foi “Tua Canção”. E “Sorte e Azar” foi outra escolha bem feliz.
Maurício Barros – Até porque “Sorte e Azar” é do repertório do primeiro disco. Só quando a gente lançou a edição dele de 30 anos, a gente buscou a voz original do Cazuza, e eu, Guto, Dé e Frejat fizemos a gravação, em 2013. A “Tua Canção” que é do Sérgio Serra e Frejat é uma música que a gente gosta muito e o Suricato que sugeriu “pô, vamos gravar essa música”, a gente acha ela bonita e tudo, ele veio e mostrou no violão e disse “mas, ‘tô pensando na gente ir nessa onda aqui, meio assim” e quando ele tocou a levada no violão, eu falei: Pô, isso aí me lembra “People Get Ready” (N. A.: canção gravada por Jeff Beck e Rod Stewart). Adorei na hora e falei, “legal, acho que é uma boa levada”. Sugeri uma coisa para a introdução e gente foi nessa levada dele e ficou linda. Tem um solo de piano que eu acho lindo, modéstia à parte. Digo assim, estou me auto-elogiando, mas não é por isso não, é porque era uma música muito delicada, tinha que fazer uma coisa muito bonita que honrasse o arranjo original. Então, fiquei feliz porque ouvi pessoas dizendo que o arranjo que a gente conseguiu fazer ficar mais bonito o que já era bonito. (Risos).

ROCK PRESS – E ficou maravilhosa a versão.
Maurício Barros – Isso é uma coisa que a gente fica feliz de conseguir fazer.

ROCK PRESS – Coloquei o “Acústico” para ouvir pela primeira vez, mas não olhei a lista de músicas e tomei um susto na hora em que ela entrou. Pensei: olha, puxaram “Tua Canção” de volta.
Maurício Barros – É, a gente foi viajando assim, cara. Foi uma coisa bem democrática. É difícil você pegar, sei lá, mais de cem músicas que o Barão tem ao longo de 40 anos e sintetizar em quatro EPs e num show, mas acho que a gente conseguiu fazer uma boa seleção pelo menos das coisas que nos tocavam a cada um de uma forma especial ou pela relevância delas por si só.

ROCK PRESS – Falando do lado compositor, no seu caso, como funciona? Porque você faz letra e música sozinho e tem parcerias nas quais você colabora mais com a música e outras com a letra, é tão variado. Acho que todos no Barão fazem música e letra, não é?
Maurício Barros – Acho que é só o Fernando que não faz letra. Ele faz música, mas não faz letra.

ROCK PRESS – Para você, como funciona esse processo de composição? Porque não tem um padrão por essas variações todas que você faz.
Maurício Barros –
Sou mais fluente fazendo música do que letra, mas hoje em dia faço bastante letra. Gosto de fazer letra, e por acaso tem uma letra que chega para mim… o Guto, por exemplo, me dá uma letra para eu botar uma música, fatalmente vou mudar uma coisinha aqui ou ali, ou pelo menos vou acrescentar alguma coisa que acho que fique bonita e que funciona mais ao piano quando estou compondo. Ou, às vezes, percebo o que é o refrão daquela letra que alguém me deu e transformo aquilo no refrão, complemento ou repito para poder identificar que é o refrão para que fique marcante como o refrão deve ser. O meu processo é mais ou menos esse, compondo sozinho ou compondo com outra pessoa, mas faço letra também. É mais comum eu fazer música, mas faço letra, e se não faço letra, participo. Por exemplo, “Enquanto ela não chegar” que é o novo single que regravamos, a gente puxou a letra original, e a única mudança é que tinha “Quantas coisas eu ainda vou provar”, essa é a primeira frase e dessa vez ficou o original que é o que eu tinha escrito “Quantas drogas eu ainda vou provar” que chegamos a gravar. Se você ver no YouTube, no Balada MTV, o Frejat canta “Quantas drogas eu ainda vou provar”, mas na hora em que a gente estava mixando o disco, o Ezequiel, veja bem, logo o mais louco da tribo (risos)… ela ia ser a música de trabalho na época, e ele falou “porra, gente, será que com essa entrada vai tocar no rádio mesmo? Não vai atrapalhar, não?”. Logo ele que era o mais louco de todos. (Risos).

ROCK PRESS – Louco consciente. (Mais risos).
Maurício Barros – É. Exatamente. Louco inteligente.

ROCK PRESS – E é o primeiro verso da canção, então ia chamar a atenção pra caramba. Se ainda fosse lá para o meio…
Maurício Barros – Exatamente. E aí a gente concordou com ele e o Frejat regravou só essa palavra, “coisas”, e substituímos e tal. Mas, dessa vez, a gente peitou e gravou isso. Só que já recebemos (risos) solicitações de algumas rádios pelo Brasil de que ouvintes estariam reclamando porque tem “quantas drogas”, “o que é que é isso, apologia às drogas?”, o que é uma bobagem, não tem apologia à droga nenhuma. Mas, enfim, ouvidos muito sensíveis não gostaram e a gente já mixou uma versão com “coisas” também. O Suri foi e gravou só a palavra “coisas”, mas a versão original, a versão que está no disco é “quantas drogas”.

ROCK PRESS – E é engraçado porque que se pode pensar até no sentido figurado, quantas “drogas” a gente prova todos os dias.
Maurício Barros – É, é. A gente, hoje em dia, tanto no cinema quanto na televisão, como nos seriados, nas novelas, nas rádios, nas músicas populares, músicas que as crianças e que os jovens cantam tem tanta coisa muito mais, sei lá… palavreados tão diversos que acho que a palavra “drogas” é uma bobagem. E hoje somos uma banda de cinquentões e todo mundo já com filho grande, sabe? Todo mundo é ser humano e esse protecionismo de não falar a palavra “droga” é uma bobagem. Mas, é o País que nós estamos vivendo, é o mundo que nós estamos vivendo onde a caretice impera e os conservadores são os mais escrotos sempre porque fazem tudo escondido, fazem tudo que os loucos fazem, mas às escondidas e bancam essa de conservadorismo, mas enfim…

ROCK PRESS – E devem ter um repertório de drogas bem maior também.
Maurício Barros – (Risos). É verdade.

ROCK PRESS – Voltando ao “Acústico” e à série exibida pelo Canal Bis, existe algum projeto de lançar o “Barão 40” em formato físico?
Maurício Barros – Não. Na verdade, lançamos o disco “VIVA”, em 2019, em formato de CD. E era o que a gente queria. Eu me lembro do Guto batendo muito o pé, “é importante termos na discografia um disco (físico) dessa formação” porque o “Barão Pra Sempre” tinha sido só nas plataformas. E a gente falou: “Beleza! Vamos lançar”. E aí, gastou-se dinheiro com isso, depois não tinha quase lugar para você disponibilizar a venda porque não existe mais loja de disco, praticamente. Isso é um fato. E é lamentável, claro que é. E o que aconteceu é que se fez o disco e algumas pessoas conseguiram chegar ao disco, mas, às vezes, a cidade sequer tem lugar para comprar disco. Por exemplo, o meu voto é sempre contra o físico, veja bem, não pelo físico em si, mas é porque o físico não tem mais nem onde comercializar. Não é pela questão do dinheiro sequer, viu, mas como a gente vai disponibilizar isso. Na minha casa, nem ouço mais CD. Tenho alguns CDs ainda, mas é tudo digital, é tudo streaming hoje em dia. Claro que cada caso é um caso, tem gente que quer ter o LP, mas a grande maioria ouve mesmo no streaming, a verdade é essa. Então, por enquanto, a gente não tem plano nenhum de fazer o disco no formato físico. O que não quer dizer que a gente em algum momento, percebendo que o disco foi bem recebido com uma performance extraordinária, daqui a um tempo, uns meses, fale “cara, vamos lançar um vinil” do “Acústico” ou um CD, sei lá… essa ideia não é impossível, mas não é o plano.

ROCK PRESS – Sempre te vi, não sei se corretamente, muito ligado em tecnologia, nas tendências atuais, e ia perguntar mesmo se você ainda tem algum apego ao formato físico ou as plataformas digitais lhe bastam?
Maurício Barros – Eu tinha. Quando eu era garoto, o meu pai me dava dinheiro para comprar meu presente de Natal e eu ia comprar disco importado na Modern Sound que era uma loja fantástica que tinha aqui no Rio de Janeiro e não conheço nenhum lugar do Brasil que tivesse uma loja que sozinha merecia uma série. Cara, era impressionante, tinha tudo importado. Tinham discos que aqui no Brasil haviam saído como LP simples, o “Goodbye Yellow Brick Road” (de Elton John), você sabia disso? E eu tinha, quando era pequeno, o LP simples, eles faziam um resumo e lançavam aqui um disco só, mas era um LP duplo. Quer dizer, metade das músicas foi tirada (risos). Enfim, só para você ver. E eu gostava de ler ficha técnica, saber todas as informações, alguns vinham com pôster. Eu me lembro do cheiro dos discos que eram diferentes, alguns vinham plastificados. Quando chegou o CD, tentei dar valor para o CD, falei “cara, agora é isso aqui”, o som era diferente, mas era legal, era mais compacto e estava tudo ali. Depois chegou o iPod e me adaptei também. E agora no streaming, você ter a possibilidade de escolher qualquer música ou você estar lendo uma matéria na Rock Press de alguém falando e aí cita uma música ou um artista e você enquanto está lendo a matéria já poder estar ouvindo o que o cara falou. Tem um lado muito legal também de você ter acesso e falar “ah é uma porcaria, não gosto ou eu gosto”. Antigamente, você tinha que juntar dinheiro para ir comprar o disco para ouvir, tinha que ter na loja disponível, ou seja… os dois lados têm um charme… ao mesmo tempo, você quando adquiria um LP ou um CD mesmo, ali você entrava para a sua turma, para o seu time. Você ouvia repetidas vezes, mesmo que não gostasse porque tinha um envolvimento maior. Hoje, você uma vez duas ou três músicas de um disco que você já achou mais ou menos e não tinha apego e nem quer saber. Não tenho esse apego romântico, mas entendo quem tem, acho que é completamente válido, entendeu? Eu, por exemplo, ainda tenho isso com livro. Já li coisas técnicas, livros na internet, digo no celular até, acho bem prático também. Li livros sobre tecnologia, música, no celular e me adaptei também, mas prefiro, realmente, botar o livro na mala e levar para a viagem, gosto disso. Com livro, ainda tenho um pouco mais desse sentimento. Jornal, por exemplo, com a pandemia que a gente não sabia aquela coisa da superfície, eu cortei a entrada de jornal aqui em casa. Já passou esse momento, mas leio o jornal no celular hoje em dia, página por página. A gente vai se adaptando.

ROCK PRESS – Você lançou um álbum solo, o “Não Está Fácil Pra Ninguém” nesse período complicado da pandemia, pretende trabalhar uma turnê para ele?
Maurício Barros – Lancei esse álbum solo no final do ano passado que foi uma realização e estou muito feliz de ter lançado, fiz alguns clipes e tudo e pretendo retomar assim que tiver oportunidade de dar continuidade à minha carreira solo também, paralela ao Barão. Não vai ser uma coisa que vou sair do Barão para dedicar à carreira solo. Nesse momento, a gente está totalmente focado no Barão, essa turnê adentra o ano que vem e temos bastante planos ainda de continuidade. Mas, o mais provável é que eu venha a lançar no futuro ainda um single, um álbum ou um EP do meu trabalho solo e aí sim, talvez, pare com a banda para mostrar o trabalho dos dois discos e de coisas que fiz com o Barão e algumas outras pessoas de quem gosto e reúna tudo em um show, mas nesse momento o foco é totalmente no Barão.

ROCK PRESS – Ainda falando em carreira solo, entrevistei o Guto por ocasião do lançamento do terceiro álbum solo dele, “C.A.O.S”. E ele comentou que estava terminando o disco e se deu conta que não tinha uma parceria com você e então te ligou e falou que estava faltando uma parceria de vocês no disco e fez um depoimento sobre você que vou resumir aqui. Palavras dele: “O Maurício é meu brother 001 da época de escola, do Rock, a gente começou a ser músico no mesmo dia. Aquelas juras adolescentes – vamos nos tornar músicos, agora, nós somos músicos! – o Maurício é muito importante na história da minha vida mesmo”. Então, gostaria que você falasse um pouquinho dessa amizade, dessa relação de vocês.
Maurício Barros – Ah, pô, o Guto… uma das coisas boas, inclusive, da volta do Barão é poder estar convivendo de novo com o Guto com frequência, fazendo shows, discutindo, por que não (risos), a gente discute por causa do trabalho…

ROCK PRESS – Sem discussão, não sai nada. Não produz, né?
Maurício Barros – É… questões conceituais, artísticas, mas porque faz parte mesmo. Nem sempre a gente está pensando a mesma coisa. Acho que é muito saudável, sadio, você ter pessoas que pensam diferente dentro de um trabalho porque pode fortalecer bastante entender o outro lado. Com todo mundo pensando igual, não teria coletivo nenhum. Então é bom que a gente, mesmo tendo afinidade tenha um ponto de vista diferente em algumas coisas também para que possamos aprimorar e escolher o melhor caminho. E eu também amo o Guto. É um cara muito querido, a gente começou juntos mesmo como ele falou. É uma amizade de mais de quarenta anos e que a gente tem a sorte de que o nosso sonho lá desde garoto a gente estar celebrando juntos e viajando o País mostrando esse sonho de adolescentes que sonhavam em fazer música no Brasil, e viver de música até hoje.

ROCK PRESS – Maravilha. Só posso agradecê-lo e pedir para você deixar seu recado para as leitoras e leitores da Rock Press e seu convite para a turma embarcar nesse voo de comemoração do “Barão 40”.
Maurício Barros –
Alô, galera da Rock Press, deixo aqui o meu convite para nossa turnê Barão Vermelho: “Barão 40”! Um grande abraço!

TURNÊ BARÃO 40 – Próximos shows confirmados:

17/09 Cuiabá/MT;
24/09 Visconde do Rio Branco/MG;
25/09 Belo Horizonte/MG;
01/10 Rio de Janeiro/RJ;
08/10 Recife/PE;
29/10 São Paulo/SP;
12/11 Blumenau/SC;
24/11 Nova Friburgo/RJ;
14/01 Búzios/RJ.


ROBERT MOURA – É natural de Belo Horizonte. Doutorando em Música (UFRJ), mestre em Artes (UEMG) e bacharel em Música (UEMG). Fundador e professor da Alaúde Escola de Música. Tocou guitarra em bandas de rock na capital mineira; e acompanhou os quase 40 anos da história do Barão Vermelho tendo assistido a shows antológicos da banda como a abertura para os Rolling Stones, em 1995, no Pacaembu, com uma performance arrebatadora sob uma chuva torrencial e o lançamento da biografia “Por que a gente é assim”, no Circo Voador, em 2007. Atualmente, seu trabalho artístico está focado no violão clássico e composição. Em 2021, lançou o EP digital “Ensaio Para A Morte” com a trilha sonora que compôs para a peça homônima.

Respostas de 2

  1. O Barão Vermelho é uma banda sensacional.. Adorooooo!!!
    E Robert Moura é um músico incrivel.. toca muito!!!!!
    Valeu Robert.. obrigada por nos dar esta maravilhosa intrevista com o Barâo Vermelho

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