O músico e produtor Steve Albini sucumbe depois de um ataque cardíaco aos 61 anos de idade. Alibin tocou em bandas como Big Black, Rapeman e Shellac e produziu nomes como Nirvana, Breeders e Pixies.
TEXTO: Leozito Rocha
FOTOS: Divulgação
O mundo despediu-se nessa terça-feira, dia 7 de maio, do músico, compositor e produtor Steve Albini. A alcunha “produtor” é uma maldade minha, pois Steve odiava o termo. Ele preferia ser chamado de engenheiro de som. E, talvez o nome seja mais adequado mesmo. Steve era um dos engenheiros mais competentes do ramo tendo trabalhado com uma nata de gente do underground como também do estrelato. Estima-se mais de 2000 (dois mil) álbuns em sua carreira. Uau! Captaram essa quantidade de trabalho? Pois é…
Steve foi membro fundador das bandas Big Black (1982), Rapeman (1987) e Shellac (1992). Essa última viria a influenciar algumas bandas que produziria tempos depois. Tais como Nirvana, Breeders e Pixies.
Albini distinguia-se de certas personalidades musicais por ser um cara extremamente crítico à indústria chegando a negar royalties de trabalhos como engenheiro (produtor) de alguns discos. Algo muito incomum. Também era avesso ao streaming. Dos icônicos álbuns que ficou na memória de todos podemos citar trabalhos fantásticos como: “In Utero” (1993) – Nirvana, “Rid Of Me” (1993) – PJ Harvey, “Surfer Rosa” (1988) – Pixies e “Pod” (1990) – The Breeders. Atuou também com bandas de sua cidade natal, Chicago, “Urge Overkill” e “The Jesus Lizard”.
Atualmente, ele tinha trabalhado com as bandas Black Midi, Spare Snare, Liturgy e Code Orange desde 2018. E, havia a expectativa de um disco novo de sua banda antiga, o “Shellac”, para os próximos dias. O nome do álbum chama-se “To All Trains”. A banda estava toda reformada e com agenda para shows marcados em Chicago, Nova York e Los Angeles. Tudo a partir de julho.
Infelizmente nos despedimos de uma personalidade talentosa, cheia de referências incríveis, contribuições fantásticas para o indie, o rock, o noise, e música em geral. Albini mostrou os caminhos das pedras desde as suas bandas como em suas engenharias em prol de diversos artistas assinando álbuns incríveis. Quase sempre em formato analógico. Para quem curte boa música essa é uma despedida doída. E, marcante. Muito marcante. Leozito Rocha.
Leozito Rocha – É radialista, pesquisador musical, escritor e amante de cinema. Colaborador de sites musicais, curador de rádio, editor e apresentador do “O Som do Leozito” na Internova Rádio (OUÇA), e observador incurável. Seu facebook é: https://www.facebook.com/leo.rocha.798/
