EVANESCENCE – Banda faz show impecável em Belo Horizonte!

Em apresentação impecável e com ingressos esgotados, a Evanescence ajuda a reafirmar o caráter rock da capital mineira, Belo Horizonte. A passagem da banda pela cidade nessa turnê em que comemoram os vinte anos do álbum “Fallen”, ainda rendeu show extra. A banda Ego Kill Talent também deu seu recado com competência no show de abertura.

TEXTO: Robert Moura
FOTOS: Divulgação

Quem viu a chuva que desabou em Belo Horizonte, na quarta-feira (25/10), pouco mais de duas horas antes do show da Evanescence arriscaria fácil numa possibilidade de adiamento da apresentação. No entanto, apesar de muito forte, o temporal não foi longe e logo o trânsito voltou a funcionar, normalmente, na cidade. Ou seja, ao invés de muito caótico, ficou “apenas” caótico, como já é regularmente. Ainda assim, é possível que uma parte do público tenha desistido ou não conseguiu chegar ao Arena Hall (sim, o local do evento tem atualmente esse controverso nome), pois, uma vez que os ingressos se esgotaram (a casa tem capacidade para cerca de cinco mil pessoas), a arquibancada ficou cem por cento ocupada, porém uma parte no final da pista tinha um espaço mais livre para circular. Embora essa seja a sexta vinda do Evanescence ao Brasil, foi a primeira passagem da banda por BH como a vocalista Amy Lee lembrou logo no início da apresentação. E, conhecendo a vocação rock da cidade, é importante exaltar o fato de que uma data extra foi aberta para a noite seguinte, reafirmando o caráter rock que a capital mineira continua mantendo através das décadas.

A abertura da noite ficou por conta da Ego Kill Talent, formada por Theo van der Loo (guitarra e baixo), Niper Boaventura (guitarra e baixo), Raphael Miranda (baixo e bateria), Jean Dolabella (bateria e guitarra) e Emmily Barreto (vocais). A banda brasileira mandou muito bem, com o inevitável destaque para a energética vocalista Emmily Barreto, integrante da EKT desde o ano passado, que além de dar seu recado na voz também tem uma forte presença de palco.

A plateia foi composta em sua grande maioria por mulheres e pessoas LGBTQIAPN+, sendo boa parte na faixa dos 30 a 40 anos, saudosos dos tempos de adolescência quando a Evanescence surgiu. No intervalo entre o show da banda Ego Kill Talent e do Evanescence, a canção “Admirável Chip Novo”, da cantora Pitty, tocada pelo DJ da casa, fez o público cantar como se a mesma estivesse ali ao vivo se apresentando.

Provavelmente, a frase mais proferida na noite (pelo menos ao meu redor) foi: “Ela canta muito!”. E, de fato, Amy Lee manteve uma performance vocal impecável ao longo da uma hora e meia da apresentação. Mas, também não podemos deixar de observar a competência da banda que tem na formação atual Tim McCord e Troy McLawhorn nas guitarras, Emma Anzai no baixo e Will Hunt na bateria, além de Amy nos vocais e teclados. Aliás, uma coisa que eu já escrevi em outra matéria aqui na Rock Press é o fato de como os norte-americanos sabem tirar um bom som de guitarras e baixos elétricos. Parte importante disso, obviamente, é o fato desses instrumentos terem surgido nos Estados Unidos e serem acessíveis, bem como amplificadores, pedais e demais equipamentos. O som só não poderia ser melhor porque o espaço não ajuda muito. Por se tratar de um ginásio (nem “arena”, nem “hall”) a reverberação sempre acaba deixando o som embolado e as frequências não muito definidas. E como nem se cogita trabalhar com o volume um pouco mais baixo em um show de metal (sim, metal, o Evanescence soa bem mais pesado e menos pop ao vivo, algo também recorrente em muitas bandas em torno do mundo que alcançaram o sucesso nas FMs da vida), as frequências mais graves acabaram prevalecendo e ficando desagradáveis em alguns momentos. Apesar disso, mais para o meio da apresentação a sonoridade do PA foi chegando ao ponto ideal e ficando mais redonda. Acredito que ninguém ousaria reclamar da apresentação por isso.

É sempre interessante ver o show através das reações da plateia, e o público cantou (que ousadia!) junto com a Amy Lee, durante todo o espetáculo, a plenos pulmões canções como “What You Want”, “Going Under”, “Lithium”, “Imaginary”, “Call Me When You’re Sober” e “The End Of The Dream”. Sem muitas pausas, a banda desfilou seus hits de forma redonda e muito bem ensaiada, sem espaço para improvisos. Com uma performance apoiada totalmente na música, embora contando com uma boa programação visual com o suporte dos telões, só num momento ou outros a vocalista mandou um “muito obrigada” em português.

A pegada sentimental da banda fez com que pelo menos em duas ocasiões uma fã proferisse que essa ou aquela canção era de cortar os pulsos. De qualquer forma, para o seu bem, ela não os cortou quando ouvia a banda em sua adolescência e nem vendo a banda ao vivo e seguiu curtindo noite afora, após a banda encerrar o show com “My Immortal” e “Bring Me To Life” de forma apoteótica celebrando os vinte anos de lançamento do álbum “Fallen” que se completam no próximo dia 17 de novembro. Sem dúvidas, uma grande noite para o público do Evanescence. – Robert Moura.

Contatos:
EGO KILL TALENT:
SITE:
http://www.egokilltalent.com/
INSTAGRAM: https://www.instagram.com/egokilltalent/

EVANESCENCE
SITE:
https://www.evanescence.com/
INSTAGRAM: https://www.instagram.com/evanescenceofficial/

ROBERT MOURA – É natural de Belo Horizonte. Doutorando em Música (UFRJ), mestre em Artes (UEMG) e bacharel em Música (UEMG). Fundador e professor da Alaúde Escola de Música. Tocou guitarra em bandas de rock na capital mineira. Atualmente, seu trabalho está focado no violão clássico e composição. Em 2021, lançou o EP digital “Ensaio Para A Morte” com a trilha sonora que compôs para a peça homônima, e em 2023 lançou os singles “A Rosa de Heitor” e “Júpiter e Marte”, compostas para a trilha da peça “Heitor”.

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