Headline da noite mais rock do The Town 2023, o Foo Fighters é aquele craque que entra em campo para resolver e entregar o título de campeão a sua torcida fiel. E não foi diferente na primeira edição do festival. A Rock Press conferiu…
FOO FIGHTERS
Live The Town 2023
9 de setembro de 2023
Palco Skyline
Autódromo de Interlagos – São Paulo/SP
TEXTO e FOTOS: Carlos Delagusta
O grande headline rock do festival chegou chegando no Palco Skyline, com toda a genialidade e poder de arrebatamento, que somente Dave Grohl e banda poderiam colocar num show que foi, para muita gente, o melhor dessa primeira edição do The Town, antes da banda, o mesmo palco recebeu os shows do Yeah Yeah Yeahs, Garbage (leia aqui) e Pitty.
A banda estava com uma cara nova: o baterista Josh Freese, que zerou toda a sua agenda com o Offspring para fazer parte da família Foo Fighters e representar brilhantemente o saudoso Taylor Hawkins, baterista e parceiro de vida de Dave Grohl. Completando o time, Nate Mendel (baixo), os guitarristas Chris Shifflet e Pat Smeer (a lenda punk do The Germs e Nirvana) e o tecladista Rami Jaffe.
Apesar das preocupações dos fãs com o futuro da banda após a perda de Taylor, o Foo Fighters se reergueu e lançou um álbum novo, “But Here We Are”, regado a canções embaladas pelo luto e por rifes e solos eletrizantes, que só o Foo Fighters sabe fazer.
Com um som totalmente enérgico e uma presença de palco incomparável, a principal atração da noite mais “pesada” dessa primeira edição do The Town trouxe um set-list icônico, ou seja, hit atras de hits, um balanço geral das músicas que marcaram a carreira da banda.
Como um grande maestro, Dave Grohl convidou o público emocionado a mergulhar num repertório carregado de hinos e recebeu um coro dedicado de cerca de 100.000 vozes que cantaram por todo o show. Afinal, como falamos no início, Foo Fighters é sempre aquela certeza de jogo ganho!
Longe dos palcos brasileiros desde o Rock in Rio 2019, a banda iniciou seu set com uma entrada monstruosa com “All My Life”, seguida de “The Pretender”, “No Son Of Mine”, “Learn to Fly””, “Rescued”. “Walk” conduziu o publico, assim como a interpretação tocante de “Times Like These”, que se tornou um hino de resistência durante a pandemia. A sintonia entre a banda e a plateia transcendeu os limites da razão, numa empatia inexplicável, como um encontro entre grandes amigos e foi muito bom ver o quanto o Foo Fighters gosta do publico brasileiro e o quanto a banda, há tanto tempo na estrada, ama e se diverte com o que faz no Brasil e na América do Sul.
Um dos outros pontos altos do show foi a interpretação de “Aurora”, em homenagem a Taylor Hawkins; e “My Hero”, um bálsamo para a legião de fãs em transe de emoção contida há um ano, quando a turnê da banda foi cancelada dois dias antes de passar por São Paulo. O vazio da ausência da banda nesse outro festival caiu como uma avalanche num mar de fãs que aguardavam ansiosamente a passagem do Foo Fighters pelo Brasil. Para esse público que não pôde ver a banda na ocasião, valeu a pena esperar e ver Josh Freese na difícil missão de substituir Taylor nas baquetas. O renomado baterista, que passara por bandas como Offspring, Guns and Roses, dentre outras, foi acolhido calorosamente e protagonizou momentos geniais, sob o olhar grato dos companheiros.
Já próximo do final, quando apresentou os músicos, Dave generosamente pontuou cada um de seus parceiros, pedindo aplausos para a qualidade musical rara e imponente do guitarrista Chris Shiflett; a preferência musical do baixista Nate Mendel pelos rappers do Beastie Boys, com o rife de “Sabotage” e a promessa de incluir um som dessa banda na sua próxima vinda ao Brasil; a amizade de longa data e a cumplicidade com o guitarrista Pat Seemer, ao som de “BlitzKrieg Bop” dos Ramones; a virtuosidade musical do tecladista Rami Jaffe, apresentado por Dave como “o verdadeiro músico da banda”, tocando Keyboard Solo” / “Whip it” e trazendo uma sonoridade singular aos arranjos e, fechando a formação do sexteto, o novato, Josh Freese que foi aclamado pela multidão performando “March of the Pigs” do Nine Inch Nails com uma pegada punk-rock.
Representou…
Para a maior parte do povo do rock, na noite mais rock desse festival que é filho do Rock in Rio, o Foo Fighters representou bem. Para os mais POPs a banda foi mais que prefeita. Seja como for, sem sombra de dúvida, Dave Grohl e CIA foram o melhor momento do The Town 2023, outro detalhe Dave Grohl está cada vez mais parecido com o mestre Benito di Paula (risos)! – Carlos Delagusta.
Carlos Delagusta é formado em História, com com Pós Graduação em Fotografia e Imagem. Um brasiliense que reside em São Paulo. Apaixonado por animais e um dedicado estudioso do universo musical. Conheça seus trabalhos em: @delagustafotografias e @delagustamusic!
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