Infelizmente a música brasileira perdeu em maio de 2023, sua “Padroeira da Liberdade”, falamos de Rita Lee, que inspirou garotas a montarem bandas e serem livres e aos garotos a respeitarem a força do rock feminino e a mulher como um todo. Ciente dessa grandeza, eventos seguem homenageado a Rita Lee pelo Brasil, no Rio de Janeiro o Coletivo Rio+Rock realiza a serie de shows “Todos Cantam Rita”, dias 13, 14, 15 e 16 de julho, reunindo músicos veteranos e do underground carioca, na ocasião será arrecadado donativos em prol do Lar Maria de Lourdes, em Jacarepaguá/RJ. Vá aos shows e FAÇA SUA DOAÇÃO. A Rock Press, fez o dossiê Rita Lee e apresenta a iniciativa do coletivo na matéria que segue…
TODOS CANTAM RITA!
TEXTO: Larissa Oliveira e Michael Meneses
ARTE: Augusto Cesar
FOTO: Rogério von Krüger
IMAGENS: Divulgação
Antes de iniciarmos o dossiê Rita Lee, vamos falar um pouco do surgimento do coletivo Rio + Rock. Tudo começou ao acaso, quando gente atuante da cena rock carioca foram convidadas pela Fundação de Artes do RJ (FUNARJ), para uma apresentação de projetos em prol do rock no Rio, o encontrou ocorreu em 24 de abril de 2023, no auditório Guiomar Novaes na Sala Cecília Meirelles (Lapa/RJ).
Rio + Rock!
Entre os convidados, gente atuante do underground, importantes nomes do mainstreaming, profissionais de mídia, produtores, técnicos e músicos de várias gerações do rock carioca, de Barão Vermelho à Gangrena Gasosa, de Join The Dance à Detonautas, de Dr. Silvana à Real Sociedade, de Drenna à Sangue da Cidade, de O Rappa à Macaco Sapiens, entre tantos outras bandas, ou seja, a história do rock carioca se fazia presente no auditório, que também contou com a presença de Kika Seixas (representando Raul Seixas), Lucinha Araújo (Cazuza), o Pedro Yuka (Marcelo Yuka), e familiares de Jerry Adriani, e do Erasmo Carlos, entre outros. Auditório lotado!
As principais pautas apresentadas, foram a criação do Museu do Rock no Rio de Janeiro, e do uso dos espaços culturais para shows, até aí tudo bem, maravilha! Mas, algo incomodava. Entre os incômodos, o vídeo de apresentação que soou, como se o rock no rio, fosse um verdadeiro “Explode, coração Na maior felicidade”, e sabemos, que existe um abismo entre o rock carioca e outras iniciativas culturais. Porém, cabe reconhecer, que isso ocorre muito pelo fato de o rock evitar editais culturais ou por não se sujeitar as condições oferecidas dos órgãos públicos. Por outro lado, falta cursos de capacitação focados para o treinamento da cena rock para esses editais.
Porém, foi só abri o underground ter o poder de fala, para serem apresentadas algumas das “Demandas do Rock”. Logo, cada um explanou aquilo que a cena independente precisa para seguir fazendo sua história. Este que vós escreveis, foi um dos últimos da falar e cobrou: “Não adiante ter palco com boa estrutura de equipamento e mídia, se não temos transporte publico de qualidade para levar e trazer a garotada que vai aos shows e essa não é uma pauta apenas do rock, mas do cinema, do teatro e a qualquer manifestação cultural na capital, na baixada fluminense, em Niterói…”
O day after…
Tão logo foi finalizada a reunião ideias foram tocadas pelos presentes, seja na mesa de um bar em meio a boemia da Lapa ou na volta para casa. Assim, logo foi criado um grupo no WhatsApp intitulado “Demandas do Rock”, que foi tomando forma, e se transformou no “Coletivo Rio + Rock” e que visa profissionalizar a porra toda, lutar por editais culturais, e fazer uma frente underground com a força do “Faça Você Mesmo”.
A homenagem a Rita Lee…
As ideias no grupo seguiam e cada um, somava dentro de suas possibilidade, o evento de lançamento seria em 13 de julho (o tal dia mundial do rock). Foi então que infelizmente recebemos da triste notícia do falecimento da Rita Lee e foi decidido que seria produzido uma merecida homenagem a Rita Lee, onde músicos de várias gerações do rock carioca tocariam em tributo a Rita. (veja toda a programação ao final da matéria). E, o mais importante, na ocasião dos eventos, a produção arrecadará fraldas Infantil M/GX, fralda geriátrica M, esparadrapo 10cmx4.5cm e lenços umedecidos que vão beneficiar o Lar Maria de Lourdes, em Jacarepaguá, na zona oeste carioca. Vá aos shows e FAÇA SUA DOAÇÃO!
A ideia é que os eventos aconteceriam nos quatro cantos da cidade, porém nenhum espaço da zona oeste tinha data disponível. Com isso serão quatro datas seguidas, a primeira acontece no Calabouço Rock Bar (13/07) no Maracanã, em seguida no Experience (14/07) na Lapa e finalizando duas datas na Casa de Cultura Laura Alvim (dias 15 e 16/07) em Ipanema. Agora vamos ao Dossiê Rita Lee…
DOSSIÊ RITA LEE!
TEXTO: Larissa Oliveira e Michael Meneses
Infância e o Início da Adolescência…
Rita Lee Jones de Carvalho nasceu em 31 de dezembro de 1947 em Vila Mariana/SP. Nascer na véspera do ano novo teve mesmo um significado simbólico em sua vida. Desde pequena Rita estava aberta a possibilidades. Quis ser veterinária, atriz de cinema (e de fato atuou na TV e no cinema, destaque para o filme Durval Discos), e até seguir a profissão do pai de dentista. Seu pai era descendente de imigrantes norte-americanos, que pôs o sobrenome “Lee” em todas as três filhas em homenagem ao general confederado Robert E. Lee. Tradição que continuou nas futuras gerações da família. Sua mãe, Romilda Padula, era pianista e filha de imigrantes italianos.
Ainda criança, Rita recebeu aulas de piano da conceituada Magdalena Tagliaferro e estudou no colégio francês Liceu Pasteur. Era influenciada por Cauby Peixoto e João Gilberto e estes eram igualmente grandes inspirações para outra artista icônica que nos deixou exatamente 6 meses antes de Rita, Gal Costa. Logo, a vida das duas se cruzaria. No início da década de 60, Rita formou o grupo feminino de rock, Teenage Singers, com as outras colegas de colégio Jean, Beatrice e Suely, no qual além de cantar, tocava bateria. A banda se apresentava em festas colegiais, e a primeira performance profissional ocorreu na Rádio Record com um cover de “Will You Still Love Me Tomorrow” do girl group norte-americano, The Shirelles.
Como Mutantes…
Nessa mesma época, Rita conheceu o baixista de uma das bandas que tocavam nas festas de colégio, a Wooden Faces. Ela queria tocar baixo na época e levou sua forte influência beatlemaníaca para a fusão entre as duas bandas, que originou a Six Sided Rockers. Da Teenage Singers foram ela e Suely, e Wooden Faces era formada por Arnaldo Baptista (baixo), Sérgio Dias Baptista (guitarra), Raphael Villardi (guitarra) e Luiz Pastura (bateria). Porém, Suely teve que estudar no exterior e foi substituída por Maria Olga. Outra mudança foi o nome grupo. Para agradar ao mercado musical pop da época, foram chamados de Os Seis. O sexteto gravou um compacto, com as faixas “Suicida” e “Apocalipse”. Com a saída de integrantes da banda, o trio Arnaldo, Sérgio e Rita agora formava Os Bruxos, mas não estava satisfeito com o nome. Foi quando o produtor do programa de Ronnie Von na TV Record, Alberto Helena Júnior, que ao ver que Ronnie lia o livro “Império dos Mutantes” sugeriu a Ronnie o nome “Os Mutantes” e o apresentador e cantor gostou da ideia e repassou à banda.
Nos Mutantes, Rita Lee cantou e tocou percussão entre os anos de 1966 e 1972. Nessa fase a banda fez parte da Tropicália e foi a época que a banda gravou seus principais álbuns; “Os Mutantes (1968), Mutantes (1969), “A Divina Comédia ou Ando Meio Desligado” (1970), “Jardim Elétrico (1971) e Mutantes e Seus Cometas no País do Bautets (1972). Toda obra da banda, incluindo os discos da fase sem Rita Lee, foram relançada em vinil 180g pela Polysom Discos em 2015.
Em 1970, Rita lançou seu primeiro disco solo, “Build Up”, acompanhado dos Mutantes e com a marcante “Viagem ao Fundo de Mim”, composição inteiramente sua. É importante lembrar que além de tocar instrumentos como flauta e teremim, ela era compositora e isso numa época em que a multifunção da mulher na música não era comum. Ainda mais em contexto de forte repressão da ditadura militar. Como ela escreveu em sua autobiografia: “[…] para fazer rock tem que ter culhão. Eu fui lá com meu útero e ovários e me senti uma igual, gostassem eles, ou não”. Recentemente, foi anunciado que “Build Up”, será relançado em vinil azul e capa gatefold pela Universal.
Dois anos depois, outro clássico: “Hoje É o Primeiro Dia do Resto da Sua Vida” (também lançado em vinil 180g), novamente com a presença dos Mutantes, mas foi creditado somente a Rita, pois a banda só podia lançar um disco por ano e o seu quinto álbum, “Mutantes e Seus Cometas no País do Baurets” já estava na praça.
Cilibrinas Do Éden E Tutti Frutti
Após a saída dos Mutantes, Rita se une à sua amiga e pioneira entre as mulheres guitarristas do Brasil, Lucinha Turnbull, e formam o duo folk rock, Cilibrinas do Éden. A única performance da banda foi no festival Phono 73, mas com uma recepção negativa do público. O único registro da banda é considerado um “disco perdido” devido à censura e marca a estreia da parceria entre Rita e o grupo Lisergia, que daria fruto ao Tutti Frutti. Em 1974, eles lançam o “Atrás do Porto Tem uma Cidade” (outro que saiu pela Polysom em vinil 180g), marcando a saída de Lúcia.
Rita Lee encontraria, então, uma fase mais estável com o Tutti Frutti a partir de 1975 com a gravação de “Fruto Proibido”. Ele está no topo de várias listas de melhores discos de todos os tempos e é sem dúvidas, um clássico atemporal. Sua temática feminista se faz presente em várias faixas, com homenagens a mulheres irreverentes como “Luz Del Fuego”, libertação feminina no hino “Agora Só Falta Você” e a marca registrada de Lee na emocionante e rebelde “Ovelha Negra”. Não é à toa que ela foi coroada a nossa rainha do rock, um título mais do que justo, apesar de Rita ter sido bem mais do que isso, já que nunca uma mulher derrubou tantas portas no rock brasileiro. Aliás, ela mesma prefere ser reconhecida como “Padroeira da Liberdade”.
O álbum seguinte, “Entradas e Bandeiras” (1976), traz canções importantes do seu repertório como “Coisas da Vida” e “Bruxa Amarela” de Raul Seixas e Paulo Coelho. Foi nesse ano também que ela conheceria seu eterno parceiro musical e romântico, Roberto de Carvalho. Rita engravidou do seu primeiro filho com Roberto naquele ano, mas foi presa por porte de maconha, que segundo a cantora, foi plantada a fim de que ela fosse vista como um exemplo a não seguir. O episódio foi marcado como um dos mais truculentos da ditadura, e pela solidariedade entre artistas mulheres divergentes uma vez que Elis Regina, que na época não se entendia com o rock, foi até a cela de Rita demandar que fosse solta. Foi o início de uma grande amizade entre as duas. Saindo por cima da situação, Rita performou no primeiro show pós prisão vestida de presidiária. Ainda assim, Rita foi uma das compositora mais perseguida do período. É importante frisar que, apesar de até aqui ter sido expulsa da maior banda do Brasil, torturada enquanto grávida e outras coisas, Rita ressurgia cada vez mais irreverente e com letras e entrevistas, ela realmente nunca se calava!
Outro que havia sido preso em 1976 foi o Gilberto Gil, e em 1977 Gil e Rita fazem a turnê Refestança, que rendeu um disco ao vivo. O álbum se tornou um clássico entre colecionadores. Em 1978, Rita lança o último álbum com o Tutti Frutti, intitulado “Babilônia”, nele sucessos como “Miss Brasil 2000” e “Jardins da Babilônia”. A cantora embarcaria num som bem mais pop e romântico ao lado de Roberto a partir de “Rita Lee” de 79, com as famosas “Chega Mais”, “Doce Vampiro” e “Mania de Você”. Ainda em 1979, participou do especial da TV Globo com direção de Daniel Filho “Mulher 80”, onde o tema era a importância da mulher na sociedade. Além de Rita Lee, participaram do programa, atrizes e cantoras, destaque para Elis Regina, Zezé Motta, Maria Bethânia, Gal Gosta, Fafá de Belém, Marina Lima, Joana, Simone…
A DÉCADA DE 80…
Embora nos anos 1980 a música de Rita Lee tenha seguido o caminho do POP, a atitude rock seguia (como sempre) forte. Seu primeiro disco da década foi intitulado apenas de “Rita Lee” e trazia “Lança Perfume” que ficou semanas no topo das paradas de rádio na França, e os hits “Baila Comigo”, “Nem Luxo, Nem Lixo”, “Ôrra Meu”, “Shangrilá” e “Bem-Me-Quer”. Naquele ano, o então príncipe Charles visitou o Brasil e revelou que sua cantora brasileira favorita era a Rita. Em 1981, veio o LP “Saúde” com os hits, “Atlântida”, “Banho de Espuma”, “Mutante” e a faixa título”. No ano de 1982, chega às lojas “Rita Lee e Roberto de Carvalho” com o sucesso “Flagra”, tema de abertura da novela Final Feliz da Globo, aliás, trilhas sonoras de novelas, já nã0 era uma novidade, já que Rita Lee, já havia participado da trilha sonora de outras 15 novelas. Desse álbum, os hits, “Só de Você”, “Vote em Mim”, “Barata Tonta” e “Cor de Rosa Choque”. O próximo disco foi gravado e mixado nos EUA e teve participação dos músicos da banda Toto, “Bombom” (1983), e os sucessos, “Desculpe o Auê” e “On the Rocks” (uma das preferidas de Rita), e novos temas televisivos, as músicas “Raio X” e “Bobos da Corte”. O disco mete o dedo na ferida da política com “Arrombou o Cofre”, sobre Paulo Maluf e o Caso Lutfalla, a música foi censurada no rádio e o álbum teve sua venda proibida para menores.
“RÁ” in Rio – 1985…
Depois de um bom tempo longe dos palcos o que gerou comentários maldosos sobre seu estado de saúde, em 1985 Rita Lee relutou, mas acabou sendo uma das atrações do primeiro Rock in Rio e fez bonito, mesmo que tenha feito diversas críticas ao festival. De curiosidade da Rita in Rio, é que ela e outros artistas nacionais tiveram como espécie de guru espiritual, Thomas Green Morton, que ficou conhecido como “O Homem do Rá”, e que seguiu, “entortado talheres” até ser desmascarado no Fantástico anos depois. Passado o festival, é lançado “Rita e Roberto” com os sucessos “Vírus do Amor”, “Yê Yê Yê”, “Noviças do Vício” e “Vítima”. E se nos anos 60 e 70 Rita Lee foi avaliada pelos jurados nos festivais da Canção, em 1985, Rita foi a jurada do “Festival dos Festivais, um evento promovido pela Rede Globo naquele ano.
Em 1987, no auge do chamado Rock Brasil 80, shows nos EUA e na Europa para promover o álbum “Flerte Fatal”, com os destaques, “Bwana”, “Xuxuzinho”, “Brazix Muamba” e “Pega Rapaz”. O disco seguinte é “Zona Zen” (1988) e os hits “Livre Outra Vez”, “Independência e Vida”, “Zona Zen” e “Nunca Fui Santa”.
Os anos 1990…
Em 1990, um novo álbum, “Rita Lee e Roberto de Carvalho” e a música “Perto do Fogo”, composição de Rita com Cazuza é sucesso no rádio e na recém-chegada MTV-Brasil. No ano seguinte, teve início a tour “Bossa ‘n’ Roll”. Em 1993, chega nas lojas “Rita Lee”, era o auge do Grunge, e o disco trazia uma pegada, menos POP e mais rock. O ano de 1995 tem início com Rita Lee sendo uma das atrações do Hollywood Rock, que naquele ano teve como atração os Rolling Stones, um detalhe, Rita Lee já havia participado da primeira edição do festival em 1975 no Estádio do Caio Martins em Botafogo. em seguida, sai o disco “A Marca da Zorra”. Em 1996, Rita e Roberto se casam no civil, e em 1997, mais um disco, “Santa Rita de Sampa”. Já em 1998, é lançado o “Acústico MTV”(foto), um dos mais bem sucedidos títulos da série de discos acústicos da MTV-Brasil, o registro trazia, participações de Cássia Eller, Paula Toller, Titãs, Milton Nascimento e foi um sucesso de crítica e público, e recolocou vários sucessos de volta as paradas.
Nos braços de 2.000 anos…
Novo milênio, e um álbum novo, “3001” lançado em 2000, o disco trazia parcerias com Tom Zé e Itamar Assumpção e deve direito a shows internacionais. O consumo de CDs era muito forte na virada do milênio, a pirataria existia, mas as novidades estavam sempre chegando às lojas, aproveitando o mercado, são lançadas as coletâneas ‘Para Sempre” e “Novelas”, uma coletânea com 16 canções de Rita que fizeram parte de trilhas sonoras de novelas até então. É lançado um disco com releituras dos Beatles, “Aqui, Ali, Em Qualquer Lugar“ (foto), e nova turnê no exterior, em 2002 Rita, integra ao lado de Fernanda Young e Marisa Orth o programa Saia Justa da GNT. E no ano seguinte sai o disco “Balacobaco” e com ele, o hit; “Amor e Sexo”.
Os últimos shows…
No ano de 2010, Rita Lee iniciou a tour dos seus últimos shows de Rita tiveram início em Belo Horizonte, e seguiu por várias capitais, entre elas São Paulo, Porto Alegre, Buenos Aires e no Circo Voador (RJ), onde Rita anunciou sua aposentadoria e que o último show seria em Sergipe, dali a uma semana. Em Sergipe, Rita reclamou da ação policial com o público e foi acusada de desacato. Em 2012, um novo álbum, “Reza”(foto), e no mesmo ano, voltou aos palcos para tocar no Green Move Festival e no ano seguinte, show no aniversário de 459 anos da cidade de São Paulo. Já em 2014, veio o musical Rita Lee Mora ao Lado com a atriz Mel Lisboa no elenco. Em 2015 é lançado um box com vinte discos e um CD bônus com faixas raras, é lançada pela Globo Livros “Rita Lee: Uma Autobiografia”.
Notícias que lamentamos…
No ano de 2021, foi diagnosticado um câncer no pulmão, mas a vida segue e é lançado o single de “Change”, a canção foi trilha sonora da novela de “Um lugar ao Sol”. Já neste ano de 2023, chega às livrarias Rita Lee: Outra Autobiografia (foto ao lado), que traz detalhes do tratamento do câncer no pulmão. O livro foi recentemente disponibilizado no aplicativo Skeelo.
No dia 8 de maio, Rita Lee veio a falecerem companhia da família e tão logo sua morte foi anunciada, uma comoção nacional correu o Brasil, muito além das redes sociais. “Uma artista a frente do seu tempo. Julgava inapropriado o título de rainha do rock, mas o apelido faz jus a sua trajetória”, afirmou o presidente Lula em nota oficial ao decretar luto oficial de três dias.
Recomendamos…
Eventos em homenagens a Rita aconteceram por todo o Brasil, entre eles a participação de Lucinha Turnbull (foto ao lado), no Festival MIMO em maio último e que ocorreu no Parque Villa-Lobos (SP). Lucinha foi a primeira guitarrista do país e parceira de Rita Lee nos tempos de Cilibrinas do Éden. “A gente amava cantar juntas, era mágico. Com certeza cantaremos juntas novamente em outras esferas. Suas canções e sua alegre irreverência viverão pra sempre em nossos corações. Minha amiga pegou o disco voador”, declarou Lucinha.
Outra iniciativa é “Uma homenagem a Rita Lee por Beto Lee in concert”, espetáculo conduzido por seu filho, o músico Beto Lee, e que já passou palco do Qualistage no Rio (08/07), contando com Fernanda Abreu, e Orquestra Sinfônica Villa Lobos regida pelo Maestro Adriano Machado. A próxima parada é no Vibra-SP (29/07). A produção teve a bênção de mãe: “Estava eu lá, na doce vidinha no mato cercada de bichos e plantas, quando meu filho Beto telefona pedindo minha bênção para montar um show com hits dos meus 50 anos de estrada musical. Pensando bem, ninguém teria melhor background para tal projeto, uma vez que ele tocou comigo por treze anos e sabe como ninguém como era conviver com seus pais dentro e fora do palco. Além de pilotar a guitarra com maestria e conhecer todos os arranjos originais. Na mesma hora, lembrei do Beto com seus cinco anos se desvencilhando dos seguranças e invadindo o palco do Maracanãzinho com sua guitarrinha de plástico fazendo a coreografia ‘duck walk’ de Chuck Berry. Deusbençoe, Beto”, abençoou Rita Lee.
Já “Todos Cantam Rita’, é uma iniciativa do Coletivo Rio + Rock, uma justa homenagem a nossa eterna “Padroeira da Liberdade”. Se liga na programação abaixo, Vale sua presença! #Recomendamos! – Larissa Oliveira e Michael Meneses.
A Rock Press convidou músicos, fã, escritores, produtores, jornalistas, para deixarem seus depoimento sobre a importância da Rita Lee em suas vidas. Segue:
Selma Boiron (radialista e locutora desde 1982, Produtora cultural e graduanda em Estudos de Mídia na Universidade Federal Fluminense, RJ. E Sessé, pra Rita e outros seres amados. Niterói/RJ) – Nos anos 1980, quando o rádio ainda era visto como mídia hegemônica – e era mesmo, o tataravô do podcast e dos serviços musicais de streaming – tive a oportunidade de participar de dois projetos de rock, no Rio e em São Paulo. A primeira foi a Fluminense, que passou à memória afetiva da audiência como a Maldita, onde tudo começou pra mim, em 1982. Alguns anos depois, em dezembro de 1985, A 89 em São Paulo. Dois projetos bem distintos. Gerência, também. Enquanto a Maldita tinha uma equipe de locutoras inovadora e desconhecida, a 89 tinha, além de vozes já conhecidas do público, artistas cuja personalidade estavam identificados com a cidade de São Paulo. Era um negócio, sem dúvidas! Gerida como uma empresa rentável e segura, a 89 se permitia ter liberdade e nenhuma ligação com qualquer outra postura que não fosse sustentabilidade, conhecimento, rock e artes. Na 89, eu não era a única voz feminina no ar. Além de mim, havia Sonia Abreu, a saudosa DJ pioneira de São Paulo, radialista criada na rádio Excelsior e que por muito tempo defendeu a máxima de que “o artista tem de ir aonde o povo está”. A bordo de uma kombi adaptada para suas pick ups, amplificadores, caixas de som e de discos, Sonia “pousava sua nave” em praças para sonorizar o pôr-do-sol, em praias ao longo de todo o verão passeando à beira mar como faziam os paulistanos. Era uma visionária, figura iluminada. Nos reencontramos num dos aniversários maravilhosos de um amigo comum e acabei na casa dela, relembrando causos e histórias. Era uma prosa boa, animada. Sonia editou em livro sua biografia, “Ondas tropicais: Biografia da primeira DJ do Brasil – Sonia Abreu”, escrita por Claudia Assef e Alexandre de Mello e lançada pela Matrix em 2017. Infelizmente, meu exemplar ficou sem o autógrafo da biografada. Sonia faleceu antes que nos encontrássemos novamente, eu já com o meu livro. Uma pena. Outra voz feminina que frequentou os microfones da 89 foi Rita Lee. Num programa chamado Rádio Amador, lançado lá e depois, transmitido também pela rádio Cidade do Rio, e com roteiro de Antonio Bivar. Uma festa e um luxo! Imagina o que é você aos 22 anos trabalhar com a Rita Lee gravando no estúdio ao lado?! Às vezes, ela levava o João, filho caçula, que ficava desenhando sentadinho no chão do meu estúdio (o estúdio do ar) enquanto a mamãe natureza dele preparava o seu programa semanal. Sabe lá o que é sair do ar às 18 horas, esperar pra ver finalizado o programa e acabar comendo uma pizza na emissora com a Rita Lee? Pois é. Não tenho fotos, vídeos, e nem havia ainda internet – ainda bem! Tenho apenas uma foto com ela, bem tímida, feita pela Revista Amiga para alguma matéria sobre o programa de rádio. Mas tenho lembrança de nós duas dando risada, fumando escondidas no banheiro, de pé sobre o vaso sanitário para a fumaça alcançar o basculante alto e não deixar o cheiro ir pro corredor da rádio. Tenho até hoje o primeiro livro infantil que ela escreveu (Dr. Alex) autografado na Bienal do Livro onde fãs quase esmagaram a autora de tanto carinho. Num programa de Páscoa, feito comigo na mesa de operação, Rita e equipe no estúdio, Rio de Janeiro em conexão para também levar o programa ao vivo ao ar e nós duas terminamos o Rádio Amador nas personagens Sessé e Lita Ree em “Cuuuuuuuu-elhinho, se eu fosse como tu/tirava a mão do bolso e botava a mão no/Cuuuuuue-lhinho, se eu…”. Até minha mãe participou neste dia pelo telefone! Se o rádio não tem, por definição, imagens, guardemos, pois, apenas as memórias. E estas são suficientes pra aquecer o coração. (Desculpe o auê mas, pra mim, a Rita cantora/compositora não é maior do que a radialista).
Michele Cardoso – (Produtora de filmes e produtora e apresentadora do programa Acepeep na Rádio Peep FM – Joinville/SC) – Como mulher, mãe de 4 filhas, produtora e pesquisadora musical posso afirmar que Rita Lee foi uma entre outras grandes referências femininas na música brasileira. Sua irreverência, seu posicionamento político e ê claro seu talento marcou toda uma geração. E deixou também vários corações partidos. RITA LEE nossa musa eterna!
Lu Valiatti – (Fotografa – Meier/RJ) – O primeiro álbum me foi apresentado pela minha irmã, na década de 80, Lança Perfume. Tinha 11 anos, e aquela pré-adolescente já se tornou fã. O álbum era repleto de hits, “Lança Perfume”, “Baila Comigo”, “Bem Me Quer”, “Nem Luxo Nem Lixo”, “Caso Sério”, entre outras. Entrar na adolescência ouvindo Rita, símbolo da irreverência e do feminismo, foi um privilégio.
Ayrton Mugnaini Jr. – (jornalista, compositor, músico, escritor e pesquisador de música popular. Integrante das bandas Los Interesantes Hombres Sin Nombre, TONQ, A5 Em PB e Língua de Trapo. Autor de livros sobre Rita Lee, Adoniran Barbosa, Elvis Presley e Queen. E é co-produtor do programa Rádio Matraca na USP FM). – Rita Lee é um dos quatro grandes do rock brasileiro, ao lado de Roberto, Raul e Renato, além de mostrar que o verdadeiro sexo forte está em pé de igualdade com os homens no rock e em tudo o mais. Sou fã de Rita desde que ouvi “José” em 1970, e um de meus grandes orgulhos é ter escrito um livro sobre ela, Rita Lee: O Futuro Me Absolve, que virou referência sobre a obra dela, lançado em 1995 pela editora Nova Sampa e que aguarda editora ou patrocínio para reedição atualizada.
Marcia Melo (Pedradas Rocks – RJ/RJ) – Eu não saberia dizer qual foi a primeira canção que escutei da Rita Lee, muito menos quantos anos eu tinha. Mas para mim as canções dela fazem parte da minha memória afetiva de toda a vida. É lógico que tenho minhas prediletas, mas estas predileções não passam por uma escolha crítica, de uma curadoria pensada… estas predileções vêm de escolhas emocionais, vêm de histórias… muitas histórias da minha vida. Rita para mim sempre ecoou como a quebra da hipocrisia, do perfil dominante, das posturas esperadas. Rita foi uma roqueira maluca, e uma boa mãe. Uma mulher libertária que viveu um longo casamento em uma parceria respeitosa e indecentemente familiar. Falava de tudo sem colocar peso ou drama, ao mesmo tempo que expunha sua alma ao mundo com simplicidade e verdade… muita verdade. Rita não foi genial. Não tinha uma voz exuberante, muito menos era uma exímia instrumentista… Rita era Rita e isso era de uma verdade tão grande que encantava a todos. A coragem que ela teve de acreditar na sua verdade e de se expor sem filtros faz dela uma das mais importantes pessoas na música brasileira. Porque as músicas da Rita Lee são as músicas de todos nós, cantam o que todos tem vontade de cantar juntos, “enquanto as pessoas da sala de jantar estão ocupadas em nascer e morrer” ela quer “fazer um monte de gente feliz”. A Ovelha Negra da família que se meteu com o tal de Roquenrol por andar meio desligada acabou descobrindo que não queria nem luxo nem lixo abrindo espaço para várias gerações de meninas que brindaram com seus doces vampiros e olharam para suas próprias vidas através da total ausência de hipocrisia que transbordava de Rita Lee. APAIXONANTE, e não há outra palavra. Sua postura, suas falas, suas canções, nos ensinam que o bom é simples e tremendamente honesto. Rita acreditou em si mesma em todas as fases do feminino, e eu acreditei nela. Meu grande desejo agora é que sempre haja alguém cantando Rita Lee por aí para jamais a gente esquecer sua maior lição: do poderoso que é viver a sua própria verdade.
Roberta Loureiro – (Rob Low Produções, Guadala Rock, Madu Rock e Coletivo Rio + Rock – Guadalupe/RJ) – Rita construiu uma postura própria enquanto artista e sua trajetória foi brilhante. Me conectei com ela através de minha mãe e hoje minha filha ouve os discos da Rita comigo. Rita Lee faz parte de nossas vidas. Ela vive!
Paulo Sisinno – (ex-produtor e programador da Rádio Fluminense FM, ex-editor da revista Metal). – Nasci na década de 1960 e cresci na de 1970. Por isso, seria impossível que Rita Lee não fosse, para mim, uma referência marcante e presente durante muitos anos. Tendo começado sua carreira artística bem jovem, nos anos 60, Rita Lee esteve presente na vida de muita gente em diferentes modos, conforme a idade e o estilo de vida de cada pessoa. Para mim, roqueiro desde que era garoto, ela foi minha primeira heroína do Rock. Mas a ordem cronológica em que a conheci foi embaralhada, como também foi pra muita gente. Meu primeiro contato com Rita foi através do maravilhoso álbum “Fruto Proibido”, de 1975, dela com o grupo Tutti Frutti, o primeiro disco dela que eu tive. Ou seja, eu primeiro conheci Rita como a líder do Tutti Frutti. E me apaixonei por ela e pelo som do grupo. Só alguns anos depois é que eu soube que, antes do Tutti Frutti, ela tinha sido integrante dos Mutantes. Aliás, eu conheci os Mutantes naquela mesma época (cerca de 1975) e, para mim, eles eram um grupo de Rock Progressivo, liderado pelo Sérgio Dias. Acho que isso ocorre com a maioria das pessoas; a gente conhece os artistas na época em que começamos a gostar deles, só depois vamos conhecendo seu passado artístico. Quando a Rita desmanchou o Tutti Frutti e iniciou sua carreira verdadeiramente solo (em dupla com o marido Roberto de Carvalho) eu fui deixando de gostar dela, musicalmente falando. Como roqueiro, nunca curti sua fase solo, muito POP para o meu gosto. Por outro lado, fui gostando cada vez mais da Rita Lee lá do passado, quando eu descobri a obra dos Mutantes originais, o trio genialmente original e psicodélico, dos anos 60. Mas, mesmo não curtindo a carreira dela dos anos 80 em diante, eu nunca deixei de reconhecer que Rita Lee é a primeira e única Rainha do Rock brasileiro!
Rhada Naschpitz – (Criadora do estilo e método do Rock & Metal Dance no Brasil – RJ/RJ) – Eu ainda era criança quando pedi para meus pais o vinil Tutti Frutti da Rita Lee por causa da música Esse Tal de Rock Errou…Confesso que já era roqueirinha, mas foi esse vinil que me fez prestar atenção no Rock Nacional.
Miriam Smile – (Radio Frida Rock, vocal da banda Frida Lee, atriz e compositora – Porto Alegre/RS) – Minha relação com a Rita Lee se funde na minha história de vida. Nem lembro a primeira vez que cantei profissionalmente as músicas dela, mas lembro bem na minha adolescência, quando ouvi “Doce Vampiro” pela primeira vez. Lembro quando aprendi os primeiros acordes do violão tocando “Ovelha Negra”. Sim, eu já era uma ovelha negra, sempre me identifiquei com as músicas da Rita. Pulei carnaval ao som de “Lança perfume”, fiz amor ao som de “Mania de você”. Sempre fiz um rock lúdico e louco como ela, minha inspiradora musa doida. Há 5 anos atrás resolvi criar o tributo Os Frida Lee (foto) e fazer show, dando-me a liberdade de ser eu e ela, nós duas ali no palco e mais ninguém, cantando com paixão uma pela outra. E ela partiu… Sofri no silêncio, porque ela sabia que a vida dela teria um prazo de validade menor que os outros. Sinto apenas não ter tido a oportunidade de ter assistido um show dela, mas pude vê-la fazer o maior auê dentro de um avião onde eu estava, porque ela começou a fumar e tivemos de descer. Eu só via a briga da janelinha e a Ritinha terminando de fumar seu cigarro para seguirmos a viagem.
DJ Explica (Jornalista, criador do site Hempadão, colaborador do Portal Rock Press, Cio da Loja de discos Máquina do Tempo e DJ – Taquara/RJ) – Fã à beça dos Mutantes, descobri a Rita Lee por lá. Aí liguei nome e voz aos hits. Pena não ter visto essa mulher ao vivo, mas todo lugar onde vou tocar sempre levo pelo menos um disco dela. Um não… alguns. Na última tocada fiz uma hora inteira de Rita no Vinil, e a galera ficou pedindo mais. Qualquer rasgação de seda clichê seria chover no molhado para ela. Ela está acima de qualquer homenagem em palavras. Verdadeiro patrimônio da contracultura nacional, descanse em paz, Rita.
Deborah Sztajnberg – (Vocalista e tecladista da banda Hexwyfe, advogada, professora e produtora – RJ/RJ) – Na minha época, não tínhamos roqueiras mulheres, o tínhamos a Cely Campelo, mas não era aquela coisa de contestação, então quando veio a Rita Lee, foi um marco na minha vida e de outras mulheres, não só como cantora e guitarristas, pois tinha também a Lucinha Turnbull, mas com esse formado, mais agressivo. mais rock. Aí saiu a revista Rita Lee – A Vida e Glória de uma Superestrela (foto), com o diário, o dia a dia da Rita Lee, e a primeira coisa que fiz foi comprar essa revista, pois no auge dos meus 10 anos eu falei “Eu vou ser Rock Star, então tenho que aprender como é essa rotina da Rita Lee, e fazer tudo igual”, e na revista falava, que horas ela escovava os dentes e toda sua rotina, e eu fazia tudo, pois estava certa que eu seria uma Rock Star. Então, você imagina a missão que ela teve, se hoje existe rockers como eu, da antiga, todos devemos a ela, que trouxe esse modelo, contestador, atuantes, principalmente aqui no Brasil, pois não tínhamos esse modelo para você se espelhar, e ai veio a Rita Lee para salvar esse barco.
Luciana Rocha – (Produtora Cultural e integrante da Orquestra de Ukuleles da UFRJ – Madureira/RJ) –Apesar de entender a finitude da vida e a doença da Rita Lee, foi um impacto grande saber de seu falecimento. Como instrumentista iniciante e como mulher, Rita tem grande influência em minhas referências artísticas. Sua liberdade para se expressar e sua mudança constante são inspiradoras. Deixou um legado para a música brasileira e para as mulheres.”
Vivi Moreira – (Idealizadora, apresentadora, editora e designer da Web Rádio Rota 220 – RJ/RJ) – Rita Lee para mim sempre foi sinônimo de revolução, pois ela falava o que pensava e no palco era aquela explosão de emoção. Ela sempre será o meu exemplo de empoderamento, de garra, de “Do it yourself” e sempre correr atrás dos meus objetivos e pensar sempre positivo. Rita Lee sempre será exemplo de motivação. Porque mesmo que as pessoas digam que você não é capaz é só não ligar e tocar o foda-se. Rita Lee é autenticidade, é ser você e não se importar com o que os outros vão pensar. É ter gratidão ao universo por tudo que a vida tem a nos proporcionar e se libertar.
Michael Meneses – (Editor do Portal Rock Press, fotojornalista e criador do Selo Cultural Parayba Records – Campo Grande/RJ) – Em algum domingo entre o final dos anos 1970 e o ano de 1980, assistia ao programa dos Trabalhões, uma tradição para uma família pobre do subúrbio carioca, quando a Rita Lee apareceu como atração musical, não lembro qual era a música, mas lembro da Rita gigante em meio a carros de polícia, e dos meus pais conversaram algo sobre a música, e assim foi aquele o meu primeiro contato com a Rita Lee, certamente a cantora brasileira que mais tive contato. Nos anos 1980, já morando em Aracaju/SE, suas músicas caiam no meu gosto meu e dos meus primos graças as novelas, programas televisáveis e rádios locais, elas também animavam as festas infantis, era um “Arrombou a Festa”, incluindo a “Refestança” que foi o aniversário de meu amigo Marcio Henrique, em 7 de setembro de 1987, com todo mundo na festa (adultos, adolescentes e crianças) cantando “Bwana”, na época, um mega hit radiofônico nas FMs de Aracaju. Marcio foi o amigo com quem comecei a ouvir rock, graças ao convívio com Augusto Cesar, autor da ilustração dessa matéria, infelizmente, Marcio foi acometido pela Síndrome de Guillain-Barré hoje e necessita de cuidados especiais. Passados os anos 80, e com a realização do Rock in Rio II (1991), voltei a morar no Rio de Janeiro e era comum o meu único primo “roqueiro” (quem me conhece sabe que detesto esse termo, logo, sintam a ironia no termo roqueiro), falava para todos que eu era a “Ovelha Negra da Família”, mal ele sabia, que eu já era a “Ovelha Negra” fazia tempo e que sigo sendo essa ovelha. Falando em “Ovelha Negra”, essa música me emocionou no Maracanã, pois, com os anos 1990 vieram os meus primeiros shows da Rita, os dois primeiros com os Stones no Hollywood Rock, e tempos depois em um show gratuito na praia de Ipanema, ao vivo tinha orgulho de ouvir ela anunciando a banda apresentando o então baterista Paulo Zinner que conheci na banda Golpe de Estado e que por anos era eleito o melhor baterista do Brasil, algo que Rita sempre visava. Em 2010, estava em Sergipe no dia do famoso último show, e só não fui à apresentação, porque estava com viajem marcada de volta ao Rio logo pela manhã seguinte, e preferir não perder a viagem, dado o prazo curto entre um show e o embarque. Como colecionador de discos tenho LPs, compactos e CDs variados, juntando tudo tenho quase toda a discografia da Rita Lee, incluindo os discos dos Mutantes e com a Parayba Records, já vendi dezenas de CDs e LPs da Rita e dos Mutantes, entre eles os que não tenho. Sempre que visito minha irmã, leio “Rita Lee: Uma Autobiografia” e com a leitura, sempre uma nova inspiração. Finalizando, sim, também prefiro a Rita Lee Rock, mas do que a Rita Pop, mas acima de tudo acho que todos preferimos a Rita Lee humana!
TODOS CANTAM RITA
SERVIÇO:
LOCAL: Calabouço Rock Bar- Rua Felipe Camarão, 130 – Vila Isabel – RJ/RJ
DATA: Quinta-feira, dia 13 de julho de 2023, às 20h.
INGRESSOS: No local e no site da Sympla.
NO PALCO: Tha Mello, Cícero Pestana (Dr. Silvana e Cia), Debs (Hexwyfe), Ana Marques (Radioativa), Simone Sas (Roxanne), Tatiane Rulez (Rulez / Rataus), Ricardo Alves (Trylogic), Marysa Alfaia, Helena Crestan (I Wanna Be), Roani Rock (Vicejo) e uma banda base formada por Thomáz Guimarães (da banda Fim da Farsa na guitarra), Cris Gadelha (da banda Gadelha Superdrive no baixo) e Cláudio Givisiez (da banda Arsenal Renegade na bateria).
LOCAL: Experience Lapa – R. Riachuelo, 20 – Lapa – RJ/RJ
DATA: Sexta-feira, dia 14 de julho de 2023, às 20h.
INGRESSOS: No local e no site da Sympla.
NO PALCO: XL Max, Marcelo Rezende (Hangry Jackalz), Paulo Schwinn (banda Sujeitos Compostos), Tati Riek, Guilherme Castro e João Pedro Monteiro (Banda Raivosos), Roberta Dittz (Canto Cego), Aline Lessa, Luiz Lopez, Katia Jorgensen (Ave Máquina), Nego Léo (O Bando), Simone Sas (banda Roxanne), Marcelo Xha (da banda Xha de Folhas Experimentais), Nina Pontes (NoSunnyDayz), e uma banda base formada por Thomáz Guimarães (da banda Fim da Farsa na guitarra), Cris Gadelha (da banda Gadelha Superdrive no baixo) e Cláudio Givisiez (da banda Arsenal Renegade na bateria).
LOCAL: Casa de Cultura Laura Alvim – Av. Vieira Souto, 176 – Ipanema – RJ/RJ
DATA: Sábado – 15 de julho de 2023, às 19h.
INGRESSOS: No local e no site da FUNARJ.
NO PALCO: Laura Zennet, Dani Vallejo (Blastfemme), Drenna (banda Drenna), Sergio Pascoalato (Tropical Blues Cabaret e Comanches), Banda Venuz, Natalia Boere, Tatiane Rulez (ex-Blitz) e no baixo Wlad Pinto (Toni Platão e Maurício Baia).
DATA: Domingo – 16 de julho de 2023, às 19h
INGRESSOS: No local e no site da FUNARJ.
NO PALCO: Luciana Laluzzi, Raphaella Souza, Marysa Alfaia, Tha Mello, Sergio Meirelles (ex-Celso Blues Boy), Cícero Pestana (Dr. Silvana & CIA), Arnaldo Brandão (A Bolha, Hanoi-Hanoi, Bylho…), Vini Souza e Luiz, Tropical Blues Cabaret, Cartiê (Celso Blues Boy, Atack…), André Paixão (o Nervoso, da banda Nervoso e os Clamantes), Dani Vallejo.
Na Casa Laura Alvim, o Rio + Rock conta com o apoio Institucional da Secretaria de Estado de Cultura do Rio de Janeiro, FUNARJ e do próprio local.
PRODUTORES: A Grande Roubada Produções, Akasha Rock Fest, Audio Rebel, Baca Fest, Rock de Favela, Garagen’Roll, Girls Rock Fest, Madu Rock, Kupula Rock Metal, Master Zee, Pedrada Rocks, Eletrik Produções, Pruda Fest, R33xistência Produções, Rob Low Produções, XL MAX Produções.
FOMENTADORES/SERVIÇOS: Bonde Music, Caravela Records, Estúdio Music Lima, Estúdio Túnel, MDM Sonorização, Selo Cultural Parayba Records, Pedrada Records, Rock & Metal Dance.
DIVULGADORES: Agenda Rock RJ, Portal ArteCult, Cervejaria artesanal Rocknbrau, Luminária Sessions, MRA – Movimento Rock Autoral, Rádio Cult FM, Rádio Peep FM, Rádio Rota 220, Portal Rock Press, Rockarioca, RockFM Brasil, Portal Universo Artístico OnLine.
INFO: @Rio + Rock
APOIADORES OFICIAIS: Music Box Brasil, Ogro Streaks, Jack Daniels/Coca Cola, Lendas/RJ
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MÚSICA TEMA: Supersonido – Você Sabe Quem Eu Sou: https://youtu.be/AZ2XSUP5cLU
MICHAEL MENESES – É o editor da Rock Press deste 2017, criador do Selo Cultural Parayba Records, fotojornalista desde 1993, foi fanzineiro nos anos 1980/90, fotojornalista, jornalista e cineasta de formação, pós-graduado em artes visuais. Fotografa e escreve para diversos jornais, revistas, sites e rádios ao longo desses últimos 30 anos, também realiza ensaios fotográficos de diversos temas, em especial música, jornalísticos, esporte, sensual, natureza... Pesquisa, e trabalha com vendas de discos de vinil, CDs, DVDs, livros e outras mídias físicas. Michael Meneses é carioca do subúrbio, filho de pai paraibano de João Pessoa e de mãe sergipana de Itabaiana. Vegetariano desde 1996. Torce pelo Campo Grande A.C. no Rio de Janeiro, Itabaiana/SE no Brasil e Flamengo no Universo. Atualmente, dirige o filme, “VER+ – Uma Luz chamada Marcus Vini, documentário sobre a vida e obra do fotojornalista Marcus Vini.