Referência do metal nacional na década de 1980, os cariocas Metralion, fazem show domingo (18/06), no Agyto/RJ, dividindo palco com as bandas Dorsal Atlântica e DFront S.A, discotecando e apresentando o evento DJ Cammy. O Metralion retornou as atividades com o sucesso dos relançamento dos seus discos e na raça, vem realizando shows pelo Brasil. A coluna 1, 2, 3, 4… da Rock Press, entrevistou Rica Lima, vocal e um dos fundadores da banda.
TEXTO e ENTREVISTA: Michael Meneses
FOTOS: Felipe Correia e Lyrian Oliveira
Anos 1980, do Brasil da abertura política, eleições diretas pela primeira vez em 29 anos, inflação monstro, das rádios rock, o surgimento das primeiras revistas especializada de heavy metal do Brasil entre outro fatos, o rock Brasil ganhava força em todo país, independente de estilos, bandas de norte a sul do Brasil, surgiram nas garagens e pelos “Porões do Rock” (aliás, nome de um saudoso programa da Rádio Fluminense FM), do primeiro Rock in Rio e em meio a essa década, saudosa, louca ou perdida para alguns, entre essas bandas, algumas eles dezenas de nomes do heavy metal e suas ramificações.
Um desses nomes foi o carioca do Metralion, um importante nome da segunda metade daquela década, e que em um espaço de cerca de quatro anos, gravou um LP “Quo Vadis” (capa ao lado), que saiu pelo Heavy Discos do Rio de Janeiro e o EP Mosh in Brazil disco que saiu pelo selo Rock Brigade Rec. de São Paulo e trazia uma versão thrash para “Another Brick In the Wall” do Pink Floyd (ouça).
Outro fato importante na história da banda, foram shows, além de terem feito shows nos lendários Caverna II, Circo Voador (incluindo o show de abertura para o Testament e dividindo palco com Sepultura e Explicit Hate), e outros ponts do Rio de Janeiro, a banda se apresentou em São Paulo e desbravaram o nordeste, tocando em Natal/RN e Salvador/BA, em uma época que ainda era raro bandas de metal do eixo Rio-São Paulo realizar shows nas regiões do norte e nordeste.
No início dos anos 1990, por questões familiares, a banda precisou dar uma parada, porém, 30 anos depois o selo chines Awakening Records lançou os trabalhos da Metralion na Asia o que rendeu visibilidade para banda e com isso a oportunidade de retornar os trabalhos. Em seguida, o selo Dies Ires Records (Macaé/RJ), lançou uma edição caprichada dos disco “Quo Vadis” em versão dupla em CD que traz gravações das demos-tapes da época e o registro do show em Natal/RN, um bonito encarte contando a história da banda, poster e adesivo da banda.
Em 2021 a banda entra em estúdio para grava o álbum “Requiem For A Society” (capa ao lado), também distribuído pela Dies Ires, que seguindo o qualidade dos seus produtos, o disco também traz uma série de brindes, como posters, adesivos. O próximo passo da Dies Ires será o lançamento aqui no Brasil do “Mosh in Brazil” em CD e do disco novo que segue em fase de produção.
A formação atual da banda conta com Rica Lima (vocal), Fernão Carvalho (guitarra), Gustavo Fernandes (baixo) e Roberto Loureiro (bateria). Para fala sobre um pouco sobre essa história, show no Agyto RJ e os novos projetos da banda, conversamos com Rica Lima, na entrevista que segue…
1 – Michael Meneses/Rock Press: Vocês eram um nome promissor no metal brasileiro nos anos 1980, no entanto, no início dos anos 90 a banda encerrou as atividades. Por que terminaram, por que retomaram 30 anos depois e o que fizeram esses anos?
Rica Lima/Metralion: Nós começamos em 1986 o Azul Limão nos deu a primeira oportunidade de abrir um show deles, logo após gravamos uma demo com quatro músicas que teve boa repercussão no meio, continuamos fazendo alguns shows e veio através da Heavy Discos em 1988 a oportunidade de gravar o primeiro LP em português, com capa confeccionada pelo Carlos da Dorsal, esse disco nos levou a shows em São Paulo e no Nordeste que era um fato raro na época, e isso alavancou a banda e então veio a oportunidade de gravar um EP Mosh in Brazil pela Rock Brigade Rec., esse em inglês com uma produção melhor e com cover do Pink Floyd que a época deu muito certo nas rádios de rock principalmente São Paulo, isso ajudou em dois convites que recebemos pra abrirmos shows internacionais, Motorhead que acabou não realizado por problemas de uma greve de caminhoneiros e o Testament realizado no Circo Voador. A banda nunca terminou por algum motivo o que aconteceu naquela época era uma criação de família diferente e cobravam de nós um trabalho formal que nos desse uma renda, nós demos um tempo no final de 1989 da tour do Mosh e não voltamos mais. Não houve nenhum tipo de desentendimento.
2 – Rock Press: A banda lançou os álbuns “Quo Vadis” e “Requiem For A Society”, pelo selo Dies Irae, e o “Mosh in Brazil” pela Awakening Rec. da China. Como foi a recepção desses discos pelas novas gerações e como anda a recepção desses discos no exterior?
Rica Lima: Vamos lá por parte, a Awakening Records em 2019 comprou os direitos pra lançar o Quo Vadis e o Mosh in Brazil (capa ao lado) no mundo asiático por três anos e esse foi um dos motivos da volta da banda, foi em cima dessa procura que percebemos que havia interesse do público no material do Metralion, aí com a pandemia eu o Roberto e o Fernão nos reunimos pra ver o que acontecia, nesse período através de um amigo de longa data (Paulão Sodoma de Natal), comentou que se a banda voltasse tinha um produtor (Ader Jr. da Dies Irae) procurando a gente a algum tempo, querendo relançar o material da banda, dito isso, pedi a ele pra passar meu contato pro Ader, ele entrou em contato expliquei que tinha mais 2 anos de contrato com o chinês dos 2 primeiros discos, mas se ele quisesse nós faríamos um novo álbum e assim que terminasse o contrato com o chinês passaríamos os direitos pra Dies Irae dos discos anteriores e assim ele topou. Ele lançou o Requiem For A Society e Quo Vadis, cuja vendas, segundo ele estão excelentes e quase terminado as 1.000 copias de cada disco e ele vai relançar o Mosh in Brazil também, isso para uma banda que ficou parada mais de 30 anos eu particularmente acho bem legal.
3 – Rock Press Vocês estão trabalhando em um novo álbum, o que pode adiantar sobre esse novo trabalho?
Rica Lima: Sim disco pronto só aguardando um posicionamento da Dies Irae para saber quando será lançado. Totalmente de inéditas muita expectativa de saber como será recebido, pretendemos que saia em setembro, mas, precisamos da confirmação da gravadora.
4 – Rock Press: Passados mais de 30 anos, vocês voltam a tocar com a Dorsal Atlântica, banda do Carlos Lopes que inclusive é o autor da arte de capa do “Quo Vadis”. Como eram aqueles shows nos anos 1980 e como será agora em 2023 no Agyto RJ?
Rica Lima: A última apresentação do Metralion com a Dorsal foi exatamente em 1989 no show com Testament (cartaz ao lado), vou falar por mim, acho que será um grande reencontro espero que prestigiem o evento pelo Metralion posso falar que teremos 50 mim de palco, passaremos por todas as fases da carreira inclusive tocaremos quatro músicas do disco novo, ou seja, pouco papo e muita música, vamos prestigiar o público presente com clássicos dos anos 80 e com os discos mais recentes.
5 – Rock Press: Deixe uma mensagens aos leitores da Rock Press e diga o que vem pela frente na história do Metralion?
Rica Lima: Obrigado a Rock Press pelo espaço e divulgação do nosso trabalho e aos leitores Metralion voltou com sangue nos olhos espero que vocês possam ir nos shows e que gostem do disco novo, temos algumas possibilidades tour já conversadas, uma bem adiantada por lugares que ainda não passamos como norte e centro-oeste do país já, já deverá ser divulgada e podem nos procurar no Agyto/RJ que daremos atenção a todos que quiserem, abração!
Recomendamos…
No próximo domingo (18/05), o Metralion é uma das atrações do Into The Dark Thrash, o fest acontece no Agyto/RJ (antigo Teatro Odisseia) e na ocasião, a banda divide o palco com a contemporânea Dorsal Atlântica e a DFront S.A., banda oriunda da cidade de Volta Redonda/RJ, apresentando discotecando o evento, a Miss-Tattoo, DJ Cammy. Os ingressos estão a venda e a iniciativa do evento é da THC Produções. Recomendamos. – Michael Meneses!
SERVIÇO:
Into The Dark Thrash
SHOWS: Dorsal Atlântica, Metralion, DFront SA e DJ Cammy.
APRESENTAÇÃO: DJ Cammy
LOCAL: Agyto – Av. Mem de Sá 66, Lapa, Rio de Janeiro/RJ
DATA: Domingo, 18 de Junho às 19h.
INGRESSOS: No site da Sympla.
PRODUÇÃO: THC Produções
REDES SOCIAIS E CONTATOS COM A METRALION:
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Felipe Corrêa – É fotógrafo carioca, flamenguista, amante do metal pesado. Formado em Publicidade e Propaganda e em Jornalismo. Dono do estúdio de fotografia @estudiofelipecorrea. Faz ensaios sensuais, bandas, shows e retratos.
MICHAEL MENESES – É o editor da Rock Press deste 2017, criador do Selo Cultural Parayba Records, fotojornalista desde 1993, foi fanzineiro nos anos 1980/90, fotojornalista, jornalista e cineasta de formação, pós-graduado em artes visuais. Fotografa e escreve para diversos jornais, revistas, sites e rádios ao longo desses últimos 30 anos, também realiza ensaios fotográficos de diversos temas, em especial música, jornalísticos, esporte, sensual, natureza... Pesquisa, e trabalha com vendas de discos de vinil, CDs, DVDs, livros e outras mídias físicas. Michael Meneses é carioca do subúrbio, filho de pai paraibano de João Pessoa e de mãe sergipana de Itabaiana. Vegetariano desde 1996. Torce pelo Campo Grande A.C. no Rio de Janeiro, Itabaiana/SE no Brasil e Flamengo no Universo. Atualmente, dirige o filme, “VER+ – Uma Luz chamada Marcus Vini, documentário sobre a vida e obra do fotojornalista Marcus Vini.
Respostas de 5
Grande Metrallion, lendo metal nacional. Bela entrevista! sucesso pra vocês e um forte abraço de MG…