Com 25 anos de estrada, o quinteto da gélida Finlândia, Sonata Arctica, apresentou seu heavy metal melódico no palco carioca do Circo Voador, após o delay por conta da maldita pandemia que atrasou o mundo. O show fez parte das apresentações em comemorações aos 25 anos da banda.
Circo Voador – Lapa – RJ/RJ – Brasil – 19 de março de 2023
TEXTO e FOTOS: Marcelo Pereira de Souza e Carlos Alberto
Tony Kakko (vocal), Elias Viljanen (guitarra), Pasi Kauppinen (baixo), Henrik Klingenberg (teclado) e Tommy Portimo (bateria) conseguiram enfim promover o álbum “Talviyo”, com a “25th Anniversary Tour” na América Latina, depois dessa turnê ser adiada algumas vezes. Essa foi a terceira visita à cidade maravilhosa, com a promessa de um grande show (e assim foi) com set list recheado de sucessos que passaram a limpo toda carreira e que nem o calor escaldante foi capaz de derreter o clímax de um excelente show. Foi épico e atemporal!
Os portões abriram ao público às 18h30 e, como em vários eventos no Circo Voador, o ingresso solidário arrecadava alimentos não perecíveis em prol dos necessitados. Por isso, havia nos Arcos da Lapa quem vendia produtos não perecíveis aos esquecidos. Afinal, a iniciativa é boa para todo mundo.
Infelizmente, não teve banda de abertura. Então, pontualmente às 20h de um dominão calorento do final de verão carioca, o Sonata Arctica adentrou aos poucos no palco sendo ovacionado pelo ávido público presente. Eram heavys de diversas gerações, que assistiram a “Sonata”, conhecida também pela simpatia e bom humor, principalmente do frontman. Uma característica da banda é o uso da música “Always Look On The Bright Side Of Life”, tema do grupo humorístico britânico Month Python. Em seguida, iniciaram o show propriamente dito com a música de abertura do álbum Pariah´s Child (2014), que logo de cara foi a aclamada, falamos de “The Wolves Die Young”.
Seguiram com ”The Last Amazing Grays”, do álbum The Days Grays (2009), e “Storm The Armada”, do disco Talviyo, último trabalho da banda, que foi lançado em 2019. Show é show e fã que se preze quer hits e não é diferente quando se trata dos fãs do Sonata Arctica. O público segue cantando em refrão “Sonata”, “Sonata”… A próxima foi “Paid in Full” e a essa altura do campeonato a banda já tinha dominado os presentes, fazendo a galera cantar junto. O set seguiu com “Sing In Silence” e a interação com o público em alvoroço, passando pela estratosférica “Kingdom For a Heart”, “Caleb” e “Closer To An Animal”.
Por causa do calor, fiquei estarrecido com toda banda agitando, principalmente o baixista Pasi Kauppinen, com seu extraordinário timbre e groove; os intermináveis, porém contagiantes, solos do tecladista Henrik Klingenberg; e, principalmente, com a performance do vocalista Tony Kakko, que não perdeu seu vocal alto e limpo em momento algum, com méritos também ao mesário de som. Algumas músicas intimistas da eclética discografia, com passagens bem entusiastas para heavys enamorados nesta sequência do show, o que não é nenhum demérito, pois o tipo de som proposto é este mesmo e os fãs adoram.
A partir daí começaram a mandar músicas mais agitadas, como “Black Sheep”, seguida de “Broken” e, para completar a tríade, a impressionante “I Have A Right” que ganhou um empurrão do público que cantou junto com a banda. Depois veio “Tallulah” e “Fullmoon”. A banda se despediu do palco com muitos aplausos, com o público já na expectativa pelo bis.
Após a pausa para água, Tony & Banda, voltaram ao palco com o vocalista fazendo uma paródia que me fez lembrar o Freddie Mercury no concerto do “Live Aid”, com o Queen, ao cantarolar “eh…oh…eh…oh…eeeh oh”. O público, logicamente, respondeu os afagos do frontman, cantarolou e se esbaldou com essa interação, emendando logo em seguida “The Cage” e para finalizar a grandiosa “Dont Say a Word”. Após essa apresentação magnífica, o Sonata Arctica humildemente agradeceu os presentes com aquela famosa menção de todos abraçados reverenciando o público e das fotos com o público no fundo para suas redes sociais. São 25 anos e esse quarto de século foi varrido de forma exemplar para contar toda história em 1h40 de um magnífico show!
Importante ressaltar e parabenizar a passagem da tour do Sonata Arctica pelo Brasil, que aconteceu graças a iniciativa da Produtora Overlord e da Dynamo Brazilie, representado pelo fotógrafo e produtor holandês Eric de Haas. Que continuem a nos trazer ícones do metal mundial e que todos prestigiem os eventos na terra do samba em outras praças, para assim, fortalecer o cenário que em outrora já nos deu muito orgulho. Que venham mais shows e que o Rio volte a sonhar com festivais como o “Monsters of Rock”, entre outros! – Marcelo Pereira.
